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Atravessando a ponte de madeira do Rio Preto. Ela tremeu toda ao atravessarmos. Logo depois da ponte em um grande sombreado de grandes árvores, paramos onde deveria ser o acampamento dos jagunços.
Conta o SR. Zé Bandeira que: Há muitos anos encontraram uma panela, grande, de barro, enterradas nas cercanias desse acampamento. Foi uma exacerbação indescritível. Acreditavam que seria o tesouro de Antônio Dó. Todos já estavam brigando pela partilha da fortuna. Pegaram as ferramentas e cavucaram com cuidado. A panela estava pesada, muita animação. Quando abriram, surpresa! Toda traia de cozinha, enferrujada, lá estava, esperando, os arqueólogos da ganância.
Com raiva, jogaram tudo no Rio Preto e foram embora tristes.
A história vazou. Depois de um tempo, apareceram na cidade uns verdadeiros estudiosos da capital. Interessaram-se pela panela e apetrechos, para um museu e estudos. Ofereceram bom dinheiro. Voltaram ao rio. Nunca mais se achou nada.


Aí estamos no Rio Preto, que recebe em sua margem esquerda o Riacho Santa Rita. Suas águas são absolutamente limpas. Vimos grandes piaparas nadando lentamente rio acima. Segundo o guia destas águas os jagunços faziam tudo: bebiam, cozinhavam, banhavam e mais importante também, pescavam, pois os peixes eram muito abundantes.
Conta a história que os índios Caiapós que moravam na região eram exímios caçadores de peixes com arco e flecha.


Queriam nadar,mas a água estava muito fria e ninguém se aventurou.

Ao sairmos do Rio Preto, tivemos o prazer de vermos duas araras, comento os suculentos cocos do buriti. Estavam bastante longe por isso a filmagem está precária.


Já eram 15:00, resolvemos irmos visitar uma comunidade típica da região: Comunidade Rio dos Bois I e II, hoje mudou o nome de: Para a Terra I e II.



Saída do Parque! Zelão com sua possante L-200 vem rasgando os areões.



Na curva, sobre um monte de refugo de sementes de braquearia a L-200, deu o “show” , somente vendo o filme pode-se constatar a perícia do motorista. Sob uma nuvem de poeira e sementes, nos despedimos do Parque.

Infelizmente o tempo para nossa visitação ao Parque foi muito curto. Tudo é muito grande e distante. Levamos até óleo diesel, para conhecer melhor a área. Mas, conversando com o guia, soubemos que havia lugares mais accessíveis e importantes para serem conhecidos: Comunidade do Rio dos Bois, Vão dos Buracos, Buraquinhos e Serra das Araras.


Os traçados na tela do GPS são os trajetos (tracks) que percorremos na região. Aí estão todas nossas viagens, pelas trilhas da região. Somente não está aparecendo o trajeto do Rio Preto, pois a palavra: GRANDE SERTÃO VEREDAS, do GPS, está sobre o trajeto do Rio Preto.

Pelo traçado pode-se verificar que a comunidade no Rio dos Bois, ficava bem distante de onde estávamos, andamos mais de 100km para chegarmos ao destino, isto é, do Rio Preto&Santa Rita até a Comunidade I e Comunidade II (Hoje Para Terra I e II) no Rio dos Bois.



É como já havia mencionado é uma região onde antes plantavam soja e milho, hoje cultivam em larga escala o capim baquearia para colheita da semente. Usada em todo Brasil e também no exterior. Tenho um cliente que mora no México, e importa sementes desta região. Vemos dois grandes tratores 4X4, com o equipamento de colher semente.
O capim nasce exuberante nestas terras. Crescem a uma altura superior a que eu já tivesse visto. Quando amadurecem caem, forrando o chão. Estas máquinas sugam o solo, recolhem a semente, a terra solta, as sementes não fertilizadas com isto soltam um tufo de poeira, que mais parece uma chaminé de uma grande fábrica. Impressiona! E a máquina somente armazena as sementes boas, fertilizadas, que são mas pesadas e ficam retidas, no sistema de seleção.


Este é o caminho no alto da chapada, em direção a Comunidade Rio dos Bois. O chão é de uma areia fina de pequenas partículas de sílica e feldspato sendo estas bem menores, o que dá a esta areia, com uma granulação muito menor, características peculiares. Quando as conduções passam levantam uma nuvem de poeira, que sobe como se tivessem vida própria, se agarrando no espaço. Se não estiver ventando, demora muito tempo para se dissipar.
O verde no descampado; são pequenos arbustos, que crescem, mesmo na seca, em terras onde a semente foi colhida. Este verde mostra, a resistência incrível, e a adaptação milenar, das árvores do cerrado. O cerrado foi cortado, suas terras aradas. Plantado o capim sobre suas raízes. Depois do capim colhido, abrem os espaços, os arbustos nativos heroicamente ainda têm força para brotarem. Mostram assim sua resistência e força de adaptação aos terrenos do cerrado. Será que temos o direito, de arrasar os cerrados? Exterminar com espécimes que demoraram séculos e séculos para fazerem uma adaptação, pela seleção natural? Veremos num futuro distante os efeitos de tudo isso?
Será a erosão desenfreada? Será a desertificação? Nem cerrado, nem plantação! Os rios que por aí nascem, secarão! E a humanidade? Fará guerra pelos espaços restantes, eliminando os habitantes, como está sendo feito na África Sul-Saariana!
Onde grandes savanas transformaram em deserto. Florestas em campos ralos. Populações famintas migram em busca de água e da sobrevivência.



Seguimos pela estrada, rompendo em quatro por quatro seus grandes areões. Ela continua tortuosa por entre campos e cerrados, de grandes distâncias. Longe, longe, encontra-se uma pequena casa de um morador solitário.


Passamos pelo Para Terra I, um assentamento criado pelo governo, no espírito da reforma agrária. Vimos galinhas ciscando no meio da “avenida”, o Guia ficou muito entusiasmado com esta iniciativa do governo. Diz que está dando muito certo. Um morador este ano, colheu 100 sacos de arroz. Maravilha! Realmente no meio do Sertão ver uma iniciativa desta é importante, independente das cores políticas que pintemos o quadro. A seqüência destes projetos é que não têm acontecido no Brasil! Esperamos com fé, que tudo dê certo.



Aí está o exemplo de uma solitária moradia. Um belíssimo pé de ipê enfeita o lugar, mas tudo é solidão. São imensos estes vazios. “O sertão é sozinho?”. Não vimos ninguém nas imediações da casa. Este sertão tem momentos que sentimos um isolamento louco. Não paramos, esta imagem é da filmadora. No entorno da casinha somente o cerradão.



A areia da estrada mudou, era mais fina ainda, muito misturada com argila, um tipo diferente de silicato. Quando chove, a estrada vira um lamaçal, disse o guia. A poeira mais intensa ainda. Continuamos andando pelo campo de arbustos e árvores retorcidas. Mas, do lado direito da estrada já começava mudar a cobertura do solo, estávamos nos aproximando da vereda do Rio dos Bois. Fiquei feliz em ver ao longe um grupo de buritis

.


O cerrado se estende. É muito prazeroso viajar por essas estradinhas. O Zelão vinha testando sua L-200 levantando um tufo de poeira branca, parecia uma fumaça., ou melhor uma trilha de condensação de jatos a grande altitude.



Veio voando, chegou rasgando e derrapando! Estávamos na Casa de Farinha de Dona Gasparina, às margens do Rio dos Bois. Quando a condução parou tudo ficou silêncio.
A poeira envolveu a caminhonete, esperaram ela abaixar para saírem.



A terra da margem do rio, era ressequida. Uma terra argilosa de um cinza claro e estéril. Não tinha vegetação. Mas, para minha surpresa no meio do caminho, em meio à poeira, lá estava a Flor do Sertão ou Faceirinha, era como um aviso da presença de uma força maior, vencendo as adversidades. Expondo seu vaporoso e singelo espectro vermelho. Não me contive, deitei no chão e fiquei vendo e filmando a flor. A brisa suave agitava seus filamentos florais vermelhos como fogo, que até se refletia na branca areia. Indiscutivelmente uma manifestação das forças divinas, do poder da vida e de nossa etérea presença nesta Terra.

Esta primeira fotografia é a entrada da Casa de Farinha, onde uma antiga moradora se responsabiliza na fabricação de farinha-de-mandioca, isto é, toda a comunidade leva sua produção de mandioca para este lugar, e aí ela se cuida da “industrialização”.
Na segunda fotografia o buraco de onde tiraram argila para fazer tijolos, e depois construir uma casa. Aí está a prova, que toda poeira fina que vimos, em toda área, é de silicato de alumínio hidratado, os grânulos desta argila têm em média dois micrômetros de diâmetro. Quando molhado e manipulado transforma-se em uma argila plástica, ou simplesmente barro, que se usa para fabricar: tijolos, telhas e outros objetos feitos de barro.
A areia é completamente diferente da argila. Primeiro, as partículas da areia podem ser vistas a olho nu, tem o tamanho entre 2mm a 200 micrômetros e são partículas desgastadas de rochas ricas em sílica, oriundas da erosão do quartzo, em alguns tipos de área existem outros componentes: feldspato, mica, e até monazita, etc.
A argila geralmente, deposita-se em áreas de depósitos de aluvião, às margens dos rios, são partículas que sofreram séculos de processos químicos e metamórficos. Existem argilas, tão diferenciadas, que se transformam em porcelanas, e têm grande valor comercial.
A argila pode fazer ponte de hidrogênio, aderem à molécula de água. A areia não.
Perguntei por que cavaram o buraco bem no fundo da casa? Com tantas crianças? Em fim é uma cratera, qualquer um poderia cair, durante a noite, por exemplo?
Bem doutor, toda esta barranca é de argila (disse barro), com as primeiras chuvas o barro cobre novamente o buraco, e fica tudo igual, em pouco tempo poderão tirar mais barro deste lugar, beleza!



Na primeira fotografia o guia disse que esta árvore chama-se “cabeça de negro”, mas pela descrição acho que seria um pé de marolo, vamos ver a opinião de um entendido como o Augustão sobre este assunto.
Na segunda fotografia ao longe a Casa de farinha, tendo à frente um varal de roupas ao vento. Bem ao fundo do terreno, o vale, por onde corre sereno o Rio dos Bois. Por sinal um lugar maravilhoso.
Existe neste lugar uma força, um magnetismo muito forte. É o terreno de argila; é o rio manso passando no vale, como alguma coisa viva e presente; são as aves cantando; a mulher trabalhando sem parar ou dizer uma única palavra; as luzes da tarde acompanhando o sol no poente; o cheiro do fogo, o odor adocicado da farinha sendo seca; dificílimo dizer.
Todos nós ficamos mudados, respeitosamente passamos pela casa de farinha e fomos para o rio. Os cardumes de peixes, curimbatás e lambaris, passavam como sombras, em contraste com o fundo claro da límpida água do rio.
Ali permanecemos por um tempo indefinido, até a noite ir mansamente conquistando o dia.
De recordações sobraram as fotografias.



Aí está a humilde casa de farinha de Dona Gasparina que é o orgulho de toda esta comunidade. A senhora é de cor parda, normal em toda região. Seu maior orgulho são seus dez filhos. Seus braços são fortes, sua vontade é descrita, em os Sertões por Visconde de Taunay: O sertanejo é um forte.
As crianças, filhos de D. Gasparina, pegam um velho ônibus da prefeitura e vão à escola, recebem a bolsa família, dez crianças, renda que é importantíssimo para a família.
Na segunda fotografia, este pneu faz o papel de motor. A raspa de mandioca é feita neste “motor” manual que aciona um ralador. Precisa muita força e determinação para girar esta inventiva engenharia do passado, ainda presente, na comunidade do Rio dos Bois.


A chapa aquecida pelo fogo seca a farinha. O mexer ininterrupto é que faz a qualidade da farinha, mais torrada ou menos. O sabor, perguntei? Depende da própria mandioca, de como é ralada, prensada e seca.
O fogo aquecendo a chapa, a uma temperatura certa, nem mais nem menos, é uma arte, para a qualidade de uma boa farinha de mandioca. Parece-me que o cheiro da madeira do cerrado passa um pouco para a farinha, o que lhe confere um aroma especial.



Na primeira fotografia, estou frente à prensa, primitiva, que espreme a raspa da mandioca, para retirar a água, que por sinal é tóxica. Como ponto fixo da alavanca da prensa eles utilizaram um tronco de árvore. O sertanejo tem que ser inventivo. Na segunda foto, contemplamos o rio, águas absolutamente limpas, onde cardumes de lambaris e alguns cardumes de curimbatás sobem lentamente o rio, comento o lodo do fundo, frutas e o zooplanctom.



Esta visão do Rio dos Bois é um quadro, de beleza indescritível, pela sonoridade das águas descendo e acariciando barrancos milenares. Cores da tarde, caleidoscópio de matizes, visões de sonhos, espera de tranqüilidade, sonhos de paz.
Os sonhos terminaram, partimos.

O marido de D. Gasparina se chama senhor Leão. Na estrada o encontramos, com um aspecto de quem trabalhou arduamente durante todo o dia em sua roça. É indescritível a determinação destas pessoas.
A desolação do lugar. As grandes distâncias, mas o maior problema é a falta de estradas. Somente passa com facilidade veículos 4X4, ou em animais de montaria ou tração. Assim imagino, morar nestes lugares requer um aprendizado de tempos idos, de respeito ao ambiente, e de um profundo equilíbrio físico e emocional. No calor, que é uma constante, o trabalho deve ser árduo e de resultados incertos. Algumas vaquinhas, um pequeno roçado e a casa de farinha. Mas o que eles têm mesmo é um orgulho incrível de sua existência.
Como serena descem as águas dos rios pelo sertão, serenos também seus moradores esperam o amanhã, o dia certo, a hora exata, para as coisas: A lua certa (minguante) para cortar uma árvore, fazer um rancho, o dia certo para colherem o bom pequi, o bom buriti é aquele que caiu sozinho, esperar ele cair e pegar. A folha madura para colher e cobrir o rancho ou a casa.
Trabalho, muito trabalho, é a constante de suas vidas. Eu tinha uma idéia errada do sertanejo, o achava indolente. Quanto errado eu estava! Eles são lutadores, a agressividade do meio ambiente os torna uns “fortes”, ou vencem, ou vencem, não há outra opção para sua existência.



Rio dos Bois, quantas histórias contadas de suas veredas. Muitas marchas em suas margens, desde o tempo dos bandeirantes em busca de ouro, até os jagunços em busca de saques. Tudo passou, mas o rio até hoje resiste, lança suas águas mansas no Rio Pardo que vem do cânion dos Buracos.
Na última fotografia estamos partindo. Comemos a quente farinha retirada da chapa, uma delícia, o sabor e o odor da lenha queimada do sertão.
Deixamos um tipo de vida diferente para trás, mas não a temos no esquecimento e sim como um exemplo de vida, de luta e determinação.


Saímos da casa de farinha e chegamos ao assentamento, Para Terra II; casas isoladas, muitas areias em tarde maravilhosa. Olhando estas paisagens sentimos o nosso Brasil penetrando pela pele. São lugares escondidos, apartados do mundo, onde a noite se ilumina com a lua e estrelas. Para o povo esquecer e ser esquecido.
Segundo um morador do lugar, houve um tempo em que o mundo era maior e sobreviver pressupunha varar longas distâncias.”Nós ia para Januária vender toicinho, arroz, farinha. Levava 14 dias em carro de boi”. Continua: “ Tudo era produzido no chão da vereda”.

A noite chegou suavemente. Nesta comunidade tudo é com calma. Observamos os pássaros procurando pousos. Bandos de papagaios, araras e tuins, passavam ruidosos, cortando o azul imaculado do céu. Instintivamente lembrei-me de uma passagem do livro, Grande Sertão : Veredas: “Bandos de araras voavam enfileirados pareciam panos esfiapados nos lombos dos ventos quentes”.



Este é o bar do assentamento. Esta Pampa chegou rasgando areões. Importante é a segunda fotografia, um velho ônibus chega, à noitinha, e pega todas as crianças assim como as professoras. As criançadas ele distribui pelos assentamentos. As professoras, que são três, as levam para a cidade. Maravilha, é a esperança do futuro!
Nota: As pessoas que estão no boteco, sentados na mesa de sinuca, são nossos companheiros tomando Skol.

Segundo dia de aventura.



Este é o Velhão de Ribeirão! Saindo para os passeios. Estamos todos felizes.
Neste dia aproveitamos muito bem o tempo. O primeiro lugar que visitamos foi o Vão dos Buracos. Chegamos até a casa do Senhor Zé Bandeira, uma pessoa muito importante na região. Depois fomos para a Vila Serra das Araras e finalmente para o Vão ou Cânion dos Buraquinhos.


Este é um momento importante! Turco com a carteira na mão, aberta! Os amigos estão organizando a caixinha. Por sinal muito bem administrado os recursos da viagem. Marcelo fiscaliza o abastecimento. Zelão anda para ver se está tudo certo. Turma muito boa.

SAÍDA PARA VIAGEM, SEGUNDO DIA.



Estamos no final da avenida principal da cidade, praticamente é a estrada. A placa, da saída, agradece a estada do viajante em Chapada Gaúcha de um lado, do outro indica que é saída para: Serra das Araras, São Francisco e Januária.
Não dá para saber, se a estrada é continuação da avenida, ou a avenida é uma modificação da estrada, onde nasceu a cidade, há poucas décadas passadas.

Saímos por esta estrada com destino inicialmente para ao Vão dos Buracos, andamos 20km nesta pista, depois mais 30km em trilhas até a casa do Sr. Zé Bandeira.



Esta é a fiel imagem do Chapadão. A semente de capim foi colhida, restou o chão coberto de palha. Estivéssemos em qualquer país desenvolvido, ou China e Índia, esta palha seria transformada em feno. Tentaram fazer feno na região, devido ao custo, não compensou! Imaginem só, tocaram fogo! Queimaram uma preciosa matéria orgânica, seria como queimar o bagaço da cana, que produz energia elétrica, tornando as destilarias, auto-suficientes em energia. Esse feno poderia ter um fim nobre. Não! É o lucro fácil, imediato. Tocam fogo.
Agravando, o fogo acaba se alastrando pelas veredas e cerrados, polui a atmosfera, é o CO2, e o aquecimento global. Quem se importa?
Na fotografia pode-se ver uma linha verde no horizonte, são árvores, justamente onde inicia o Vão dos Buracos. Para onde estamos indo.
Estas árvores do serrado estão aí, ainda, pois, os tratores têm medo de despencarem pelas ribanceiras dos vãos, se não houvesse este limite natural, estas vegetações já teriam sido dizimadas pelas esteiras do abre terras.

Trilhas íngremes, os buracos e erosões, recobertos por palmos de fina poeira. O passar é espremido entre barrancos. Reduzida em 4X4, garantem a segurança. Panorama grandioso, o cânion se limita nas ravinas do “Roi Rampas”, o céu de um azul límpido, é apenas cortado por aves de rapina em busca de alimentos, que dão lentas e intermináveis voltas nas correntes de ar ascendentes, que sobem dos paredões escarpados aquecidos pelo sol, das dez horas da manhã. Brigas de ventos, geram rodamoinhos, que elevam a poeira ao espaço.



Continuamos descendo para dentro do cânion. O desnível da chapada para o rio foi de 300m. Para um 4X4 é pouco, mas para um cavalo ou um carro-de-boi é muita coisa. Gastavam mais de horas para subirem estas trilhas, tem razão, Guimarães Rosa, é um “Roi Rampas” mesmo.

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