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REGIÃO DOS GRANDES LAGOS.

Considero hoje os Grandes Lagos, as represas que abrangem os estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraná, envolvendo dezenas de Grandes Represas nos Rios: Paraná seus formadores e afluentes; Rio Grande; Parnaíba; Tietê; Sucuriu; Pardo de São Paulo e MS; Peixe; São José dos Dourados; Parapanema e dezenas de seus importantes afluentes.
Minha índole sempre foi para as grandes aventuras. Viajei por todo o Pantanal, de avião pilotando, de chalana comandando e de ATV (tipo de moto) pelas transpantaneiras quase intransponíveis da planície infinda. Levei praticamente 25 anos para realizar estas viagens e conhecer um pouco do imenso Pantanal de Assumpção a Cáceres.
Sobrevoei parte Este da Floresta Amazônia, do Rio Fresco afluente do Xingu até Imperatriz do Maranhão. Eu e amigos tentamos abrir uma fazenda 300Km a Oeste de Redenção do Pará, mas fomos expulsos pelos grileiros e tocaiados pelos índios Kren-Kalores.

Já sexagenário resolvi conhecer um pouco de nossos Grandes Lagos. Comecei por Furnas, onde existem lugares de maravilhas indescritíveis. Depois naveguei na região da Usina de Peixoto e Rifaina. Mudei meu barco para a região de Miguelópolis, Planura, Fronteira e Mira Estrela.
Meus horizontes no extraordinário Rio Grande estavam completados, queria mudar o cenário. Estudei mapas, pesquisei cidades e depois fui conhecer Pereira Barreto, uma cidade ilha, as margens do Rio Tietê, ao lado o Canal de Navegação de Pereira Barreto tendo ao norte o Rio São José dos Dourados como limite; navegando 50 Km por este rio finalmente o Rio Pará, rio majestoso de horizontes infinitos.
Era tudo que eu buscava. Para minha grande satisfação encontrei uma pousada superbem estruturada a: Dinâmica das Águas, maravilha! E, para minha sorte, encontrei um pirangueiro e amigo o Éder que tem sido um companheiro leal, bom pescador, animado e de ótimas prendas intelectuais e de educação. Estava tudo como eu queria, assim, há quatro anos que freqüento Pereira Barreto e neste modesto artigo pretendo demonstrar os grandes atrativos do lugar.


Este é o brasão da cidade, mostrando a data de sua instalação, 1928, quando os imigrantes japoneses viram para a região e a data oficial da fundação da cidade em 1938. Realmente é uma cidade muito nova, amiga e de um futuro maravilhoso.

Alguns dados importantes da cidade de Pereira Barreto.
Pereira Barreto.
Alguns dos: Área do município = 982,7 Km quadrados.
Municípios que faz divisa: Andradina, Araçatuba, Guaraçaí, Ilha Solteira, Itapura, Mirandópolis, Santo Antônio do Aracanguá, Sud Menucci e Suzanápolis.
População: Urbana = 23.404 habitantes; na zona rural = 1.886.
Altitude da Cidade = 371,2m.
Coordenadas Geográficas: Longitude = 051graus 06 minutos 26 segundos.
Latitude = 20 38 28.
Distância de São Paulo = 621 Km.
Distância de Ribeirão Preto = 401 Km.

PEREIRA BARRETO.

HISTÓRIA DO MUNICÍPIO
Fundada oficialmente em 11 de agosto de 1928, por imigrantes japoneses, que para cá vieram trabalhar na lavoura, Pereira Barreto ainda guarda fortes traços de seus fundadores, que podem ser facilmente observados na cozinha, nos costumes e nos monumentos públicos. Posteriormente, vieram para cá, também, italianos, espanhóis, portugueses, sírios, libaneses e muitos brasileiros vindos de várias regiões do país, principalmente do Nordeste.
Pereira Barreto, hoje, é considerada um paraíso ecológico. Há muitas opções para quem vem à nossa terra: praia, muito sol, ar puro e fauna e flora riquíssimas.

A principal atividade econômica de Pereira Barreto é a agropecuária, com destaque para a criação de gado de corte. Na agricultura, destacam-se na produção de milho, laranja e melão. Atualmente em virtude da cana de açúcar grandes canaviais têm sido plantados na região. Consta que grandes empresários do setor estão para construir uma grade usina no municípios de Pereira Barreto.
Em virtude da construção da Usina Hidrelétrica de Três Irmãos e do Canal de Pereira Barreto, formou-se ao redor da cidade de Pereira Barreto um enorme lago de água doce.

A cidade, então, transformou-se numa ilha, o que provocou uma enorme mudança em sua economia e paisagem. O turismo e a pesca esportiva passaram, a partir de então, a integrar o rol das atividades econômicas do Município. Uma das principais características de nossa cidade é seu clima quente quase o ano todo, o que torna Pereira Barreto um lugar agradável de viver.

DIVIRTA-SE NA ESTÂNCIA TURÍSTICA DE PEREIRA BARRETO
Lago: O lago artificial é uma ótima opção de lazer para quem gosta de passeios de lanchas e jet-ski. Suas águas são calmas favorecendo também, a prática de ski-áquatico.
Pesca: O município oferece várias opções de pesca. Além dos pesqueiros existentes, o Lago Tietê e São José dos Dourados atrai diversos pescadores do Estado. Empresas especializadas oferecem aluguéis de barcos e lanchas para proporcionar uma pesca agra


MAPA DA REGIÃO OESTE DO ESTADO DE SÃO PAULO. MS E MG; MOSTRANDO AS CIDADES, ESTRADAS E OS GRANDES LAGOS FORMADOS NA REGIÃO PELAS NUMEROSAS HIDROELÉTRICAS.

Neste mapa pode-se ter uma idéia da grandiosidade dos Grandes Lagos da região sudeste. A flecha indica exatamente a cidade de Pereira Barreto, mas omite a nordeste da cidade o Rio São José dos Dourados, que é ligado ao Tietê pelo Canal de Navegação, que por sua vez comunica-se com o Rio Paraná. As barcaças carregadas de grãos fazem destas represas com suas magníficas eclusas uma via fluvial de exportação de valor inestimável para nossa economia.

Estas fotografias foram retiradas da Internet, com objetivo de: Na primeira fotografia uma visão pobre mas esclarecedora da ilha que é a cidade de Pereira Barreto. Na segunda a represa propriamente dita, casa das turbinas, da Usina de 3 Irmãos. E a última a eclusa de navegação da usina. As últimas duas fotografias foram tiradas a jusante da barragem, o que permite ver o mar de água que se forma a partir deste ponto, formando um lago a montante com mais de 130Km de comprimento.
É um mar de águas azuis e transparentes, espelho nas calmarias, revoltas e perigosas nas ventanias. Numerosas vidas de incautos pescadores já pereceram em suas águas, por não respeitarem ou desconhecerem a aproximação de frentes ou a presença de Cúmulos nimbos se deslocando pela imensidão de suas águas.

CAMINHOS PARA PEREIRA BARRETO.


Traçado da estrada de Ribeirão Preto à Pereira Barreto, com os detalhes ao lado. Tempo médio de viagem com uma parada em Rio Preto 4:15h.

A maior parte da estrada de Ribeirão Preto a Pereira Barreto é de ótima qualidade. Contado com praticamente a metade com pistas duplas. De Rio Preto para frente é pista simples, mas muito boa, exceto o trecho de 70 Km na região de Auriflama que está completamente abandonado. Tem 4 pedágios no trecho e 3 radares. Na grande vontade de chegar logo, para pescar já tomei numerosas multas por excesso de velocidade neste trajeto.
Muitos acham longe estes 400Km, eu já me acostumei. Fim de semana, sol, não está ventado, não tenho que ir à fazenda, minha rota é Pereira Barreto, caçar tucunarés. Três ou 4 vezes por ano pesco também no Pantanal, bem mas essa é uma outra história.


Esta é uma fotografia da EMBRAPA, feito pelo satélite Land Sat, da cidade de Pereira Barreto, para onde a seta maior está indicando. Pode-se ver na imagem que a cidade aparece como um istmo penetrando a represa de Três Irmãos.
A seta menor indica o início do Canal de Navegação de Pereira Barreto que vai se comunicar com o represamento de Ilha Solteira no afluente do Paraná Rio São José dos Dourados. Os círculos verdes da foto são imagens dos pivôs centrais de irrigação.
Nota: A água da represa na fotografia aparece na cor preta.

Faz quatro anos que freqüento estas águas, andando em alguns fins de semana até 400km, mais ainda, não conheço nem 20% de todos seus meandros, suas ilhotas, seus alagados e suas baias.

O uso do GPS e a presença de um pescador experiente da região, como é o caso do Éder, é indispensável para se navegar por todas estas águas.

PRINCIPAIS PONTOS DE PESCA NO GRANDE LAGO DA BARRAGEM DE TRÊS IRMÃOS.
( Nosso próximo trabalho será mostrar os pontos de pesca no Rio São José dos Dourados)


Esta é uma imagem do GPS 276C, do programa Mapa Surce, mostrando a represa de Três Irmãos e os pontos principais de pesca que temos utilizado. O mapa inicia a NW na Represa de Três Irmãos e termina no Porto de Araçatuba, com a estrada que corta a represa e vai de Araçatuba para Auriflama e Fernandópolis.
Os principais pontos de pesca nosso ultimamente estão no Rio Jacaré, que fica aproximadamente 60Km de Pereira Barreto.
Temos pescado também no Rio Água Fria, onde tem uma pousada Santa Clara onde as vezes almoçamos.
Somente navegar por todo esse mar de águas limpas e transparentes é um lazer indescritível e como sempre pegamos grandes tucunarés o que torna tudo muito melhor ainda. Vamos ver!


Esta é uma visão típica dos milhares de braços ou meandros da represa no Rio Jacaré, esta fotografia foi escolhida pois pode-se ver no prolongamento do barranco um bando enorme de IRERÊS, um tipo de paturi que era muito comum em nossa região, principalmente onde se plantava arroz irrigado. Quando começaram usar herbicida nesses arrozais toda fauna que habitava esses banhados desapareceram. Agora felizmente estão reaparecendo nestas imensas represas.


Era final da tarde e estávamos atrás de um espécime deste as 9:00h. Encontramos inicialmente um cardume dos tucunarés médios onde alguns deram medidas, mais ou menos uns 5 peixes. Começou vetar um pouco ao meio dia, puxamos a capota da lancha e tomamos um suculento lanche, depois como de costume dei uma cochilada de 1:30h, para me refazer... As 15:00h retornamos a atividade em um ponto muito promissor e encontramos um cardume de “paquinhas” todos pequenos não deu para recolher nenhum. A tarde caia lentamente, quando em um lance do Eder com a artificial de levantar os tucunarés, ela sofreu um ataque fulminante levantando uma onda que não deixava dúvida:
Era o espécime, que estávamos procurando. Aí foi a festa, a fotografia mostra o maior que pegamos naquele final de tarde. Ao todo pegamos três grandes azulões.


Este é o esqueleto da ponte inacabada. Um monstro de concreto jogado fora, sabe-se lá quantos milhões não estão mergulhados nos 30m de profundidade desta represa? E quantos milhões, hoje dólares, para pajelança dos políticos? As proporções destas obras são inimagináveis, essa estrutura tem 12Km de comprimento. Pode-se imaginar na fotografia do satélite e nos pilares a se perderem de vista à distância.


Esta é uma fotografia da EMBRAPA, feita pelo Land Sat, do Rio Jacaré represado pela Barragem de Três Irmão. É sem sombra de dúvidas um dos lugares mais lindos de toda a imensa represa. Além disso possui pontos de excelentes lugares para se pegar grandes peixes. A maioria de minhas pescarias com o Éder têm sido feitas nestes pontos. Os cardumes andam, em busca de alimentos, por este motivo temos que andar bastante também até encontrá-los. Como eu digo pescar o tucunaré esportivamente é mais uma caçada que uma pescaria. É a procura de detalhes para achar a presa e depois o arremesso certeiro para que o valente peixe arrebate nossa isca e depois embarca-se somente os maiores somente para “comer na volta”.

DINÂMICA DAS ÁGUAS – AMIGOS DE PESCARIA – LANCHA E OUTROS.

O objetivo final seria este: bons exemplares de tucunarés pegos esportivamente em águas limpas. Mas como veremos lá tem muitas coisas alem disso. Paisagens deslumbrantes e aves já e bichos que somente víamos no Pantanal.

Levando os amigos para pescar. Aí estão o José Milton com seu filho Eduardo, vieram de Belo Horizonte, já pela segunda vez, pescar em Pereira. Estamos em frente ao chalé da Dinâmica, prontos para sairmos. O fotografo foi o Éder. Uma mordomia, pois a lancha já está no trator, comandado pelo Ceará que irá nos deixar e nos pegar lá na represa. São 9:00h da manhã.

O sol estava bravo. O dia lindo, mas os tucunarés não estavam muito de briga. Depois de mais de hora o Zé Milton ferrou um bom peixe o que nos animou bastante. Mas ele estava feliz com a mansidão das águas, o céu azul enfeitado por cúmulos de bom tempo e nosso farnel de comida muito variado. O Eduardo não é muito fã de pescaria, ele é um psicólogo e um filósofo, se contentava em ver a alegria dos “velhos” e as fisgadas que perdíamos, era motivo de suas gozações.

Quando estávamos navegando com o motor em velocidade dava para suportar o calor. Tínhamos saído da Água Clara para irmos ao Jacaré, lá ao invés de pescar, fomos...


Ficar dentro da água com o calor que estava fazendo foi o recurso. A temperatura da água no Fish-finder era de 29 graus C. Ficamos mais de hora boiando e conversando nesta praia do represamento do rio Jacaré.

O Eduardo não quis arriscar, preferiu subir a capota da lancha e ficar olhando os dois hipopótamos banhando. O Éder ficou, muito gentil, nos servindo uns bons sanduíches com bebidas geladas. O Zé Milton nem queria mais voltar pescar. Para ele o melhor seria fritar os lambaris que levamos como iscas e ficarmos ali bebendo cervejinha gelada com salaminho e outros acepipes do farnel. Não era má idéia. Mas como sempre fala o sábio primo Gustão: O que pega peixe é anzol na água.

Durante a tarde vimos muitos espetáculos lindos da vida na represa. Esse bando de patos nadando em fila indiana e de tempos em tempos mergulhando para se alimentarem de camarões de água doce, que são muito abundantes nas algas que crescem nas margens da represa, onde a límpida água permite a luz solar realizar o milagre da vida – a fotossíntese.

O dia foi agradabilíssimo. Não pegamos muitos tucunarés, mas nos divertimos muito e neste primeiro dia eu e José Milton pudemos por a conversa em dia. Tínhamos certeza que no outro dia a pescaria seria farta. Gastamos 1:15h do Rio Jacaré até a Dinâmica das Águas, estamos nesse momento da fotografia nos preparando para aportar, o sol escondendo atrás da cidade de Pereira. Observando-se bem pode-se ver a silhueta dos prédios ao longe, no horizonte distante.
A água da represa um espelho, refletindo as tênues cores do firmamento. Maravilha! Sente-se nesses momentos a presença de Deus dentro de nossos corações. Amigos, harmonia, beleza e a paz invadindo nossas almas. Obrigado Senhor por viver esses momentos inesquecíveis de nossa efêmera existência.


UMA PESCARIA INESQUECÍVEL (ENTRE OUTRAS) DE 07-12-2002

Coloquei uma data neste título, mas na realidade ele tem pouco significado, pois ao longo de todos estes anos que pesco em Pereira Barreto, com o Éder, tudo se confunde. Os peixes que pegamos, as emoções que tivemos, os temporais que corremos...em fim; como na imensidão destes grandes lagos as lembranças também se perdem na névoa dos tempos.

Os lugares não os perdi pois os tenho nos “Waypoints” do GPS, mas quanto aos peixes que peguei somente o Éder diz saber, pois os tem localizados na mente.
Vamos descrever uma pescaria típica no Rio Jacaré.

Para esta pescaria eu havia chegado bem a tarde na Dinâmica. Depois de descarregar a condução o Éder foi dar um jeito na traia de pesca. Depois jantamos na padaria&pizzaria, a garçonete preparou um lanche para levarmos e fomos para o chalé dormir mais cedo. No outro dia em primeiro lugar, como piloto da embarcação fui fazer uma vistoria para ver se estava tudo de acordo. O Éder como chefe da pesca foi vistoriar a traia de pesca. Todo pronto, podemos partir.

O trator pilotado pelo Paima está no conduzindo para o porto do desembarque, a frente aparece minha S-10 campeã das idas e das multas para Pereira Barreto.
Na hora de colocar a lancha na água, uma grande mão de obra, o represamento de Ilha Solteira, fez com que as águas do São José dos Dourados corressem para Três Irmãos, trazendo todo estes aguapés que estavam bloqueando a saída do porto. Grande mão de obra para a desobstrução, faz parte. Pescador sofre! Depois de muito luta ganhamos água.

A primeira parada logo a frente do porto da Dinâmica, é onde compramos os lambaris que servirão de iscas nos momento apropriados da pescaria.

Tudo pronto pegamos o rumo do Rio Jacaré, que dista 60 Km do ponto onde estamos, e gastamos mais ou menos uma hora de navegação.

Bem! Uma hora com o motor de popa Yamaha de 90 cavalos a 4.100rpm, andando a 60Km/h. As distâncias nestes grandes lagos são imensas para as embarcações. Nessas viagens alem do tanque de 60L de gasolina cheio, ainda levamos mais 60 litros, pois podem ocorrer surpresas. Por exemplo, em uma ocasião pegamos um temporal de verão, um cúmulo nimbos, e com um mau tempo que tornou a represa um verdadeiro mar de ondas. Aí sim a coisa fica feia. Gastamos 3 horas do Jacaré à Dinâmica com o motor a 2.000 a 2.700 rpm. As grandes ondas são obstáculos significativos para a navegação. A velocidade máxima que se pode andar é em torno de 20Km/h. Mais que isso, toma-se um banho louco e a lancha começa a voar por sobre as ondas, o que pode ser perigoso para a navegação e desconfortável para os tripulantes. Se não estivermos prevenidos com o combustível fica-se na mão, pois nestas circunstâncias gasta-se quase o triplo de gasolina.

Chegamos no ponto de pesca. Estamos na boca da represa do rio Jacaré. Um lugar de sonho. Esta é minha postura preferida para a pesca. Na proa vai o Éder comandando o motor elétrico, com os óculos polarizado e sua grande experiência vai caçando os peixes. Para tirá-los do meio dos camalotes ou das “algas” como eles chamam na região, a vegetação flutuante nas beiradas da represa. Ele usa uma isca artificial sem garatéia, assim ela não enrosca em nada, e quando o tucunaré tenda pegá-la descobrimos seu paradeiro e partimos para a briga.

Em meio de tantas maravilhas, cruzamos com esta mãe marreca com seus filhotes atravessando um braço da represa do Jacaré. Desligamos o motor elétrico e ficamos um tempo razoável vendo este espetáculo maravilhoso da natureza. Ela não se espantou conosco, pelo contrário, passou confiante em nossa frente guiando sua prole como uma mãe corajosa e destemida como demonstrou ser. São estes espetáculos que enriquecem nossas aventuras e aquecem nossos corações, na fria existência do “homem moderno” sempre atrapalhado em sua complexa existência.


Mais a tardezinha, depois de termos pego uns 12 tucunarés o Éder viu o rebojo deste monstro. Manobrou o motor elétrico com maestria colocando-me em posição de arremesso, jogou a isca sem garatéia e veio trazendo o brigador da represa, que emoção! Logo atrás da isca artificial uma onda se formou. O espécime havia partido para o ataque, meu lance foi certeiro, 2 metros à frente do bicho. Como uma flecha ele pegou a isca e partiu. A limpa água da represa permitia descortinar todo este espetáculo. Quando eu dei a ferrada, ele se sentindo preso, saltou espetacularmente fora da água para se livrar, mas, na cabo da vara estava eu, um mestre! Com a ajuda da fricção e da técnica fui cansando o indômito e soberbo peixe, até o final da briga ele se manteve exuberante em sua luta. Estava usando uma linha muito fina por isso resolvi entrar na água para pegá-lo com a mão, este foi meu espécime do dia.

O sol no poente nos proporcionou, como sempre, um cenário de rara beleza. Como em um caleidoscópio as cores de alteravam conforme o lento motor elétrico empurrava a embarcação. Os altos cirros, refletiam a luz do sol iluminando o céu que se espelhava na superfície serena da represa, compondo belíssimos quadros de cores, luzes e sombras.

Descrever um cenário deste é poesia. Contemplá-lo é um privilégio. E saber que voltaremos uma esperança, sempre presente em nosso pensamento.

Os altos cirros mostravam mudança futura no tempo. De fato, lá pelas 22:00 um frente atingiu toda a região. Ventou muito, mas choveu pouco. Companheiros de pescaria, já devem ter ouvido alguém falar:
- Nunca gostei de pescaria, este negócio de ficar com a vara na mão esperando, esperando o peixe, não é comigo não!
Será que estas pessoas têm noção o que é realmente uma aventura de pesca? Será que já viram um pôr do sol como este? Será que sentiram a emoção de uma corrida espetacular de um lutador das águas? Será que já sentiram a frustração do arrebentar de uma linha na estirada de um espécime perseguido a horas ou mesmo dias. Não creio que nunca fizeram nada disto, estão ainda com uma imagem de mais 60 anos atrás onde um menino (neto) ao lado do avó, o vê pagar uma velha botina no anzol em uma propaganda das Seleções de 1942 ?
Pescaria é observar “in loco” a ecologia, é aventura, é a busca do troféu, é o companheirismo e a solidariedade...

Aí estão reunidos todos os frutos de nossa humilde pescaria, muito emocionante por sinal.

CANAL DE PEREIRA BARRETO.

O Canal de Pereira Barreto como dissemos, é um canal artificial, feito pelo homem, ligando a Represa de Três Irmãos, Rio Tietê ao rio São José dos Dourados que pertence a Represa de Ilha Solteira que está a 50Km a jusante do canal, ou seja liga o Tietê ao grande Rio Paraná.
Para pescarmos no Rio São José dos Dourados ou no Paranazão temos que cruzar o canal de navegação.

Na primeira fotografia estamos na entrada do Canal de Pereira Barreto. A ponte que se avista é a da passagem da estrada que liga São José do Rio Preto à Pereira Barreto (SP310), não resta dúvida que é uma obra monumental e de grande importância sócio-econômica para o Brasil.

Esta é uma histórica fotografia minha com o prezado primo Augusto, cruzando o Canal de Pereira Barreto. No momento havíamos acabado de passar por uma grande balsa que cruzava o canal, estávamos indo pescar lá perto Hotel do Kim, cujo gerente apelidado de Macarrão, é nosso velho conhecido e muitas vezes vamos almoçar por lá durante nossas batidas de Tucunaré por aquelas plagas.
O Canal de Pereira tem aproximadamente 9Km de extensão.

Logo ao chegarmos no São José dos Dourados nos deparamos com este Tuiuiú, que é uma ave típica do Pantanal Mato-grossense. No momento ele havia pego um peixe, parecia uma traíra e estava triturando-a para depois engolir. Os Grandes Lagos está se povoando com as aves pantaneiras: Gavião caramugeiro, colhereiro, cabeça seca, garças aos milhares, tuiuiú, jaçanãs, maçaricos, gaivotas e andorinhões.

Esta é a imagem típica do local dos tucunarés. Nesses braços de represa onde ainda permanecem árvores, fora da água ou já tombadas dentro da represa, servem de esconderijos para os caçadores tucunarés. Ficam escondidos atrás dos troncos e quando a presa passa, com a maior facilidade ele a abocanha. Mas quando é um isca, eles a pegam, e o pescador tem que ter muita tática, pois a tendência deles e voltar às sua tocas, se enroscar nos galhos e aí adeus tucunaré. Fisgar e guiá-lo o mais rápido possível dos troncos ou das algas. É a perícia contra a tática.

O dia havia amanhecido encoberto, contudo o calor estava terrível. Ao meio dia resolvemos fazer nosso almoço. Levantamos a capota para ficarmos na sobra. Mas o Éder não resistiu antes de comer pulou na água para se refrescar. Estamos nesse ponto em um braço do rio São José dos Dourados.

Este é o famoso Fishfinder 250, um novo auxiliar da pesca e da navegação, ele é acoplado ao GPS. Serve para mostrar a profundidade do lugar onde estamos passando, para navegar a noite é indispensável como veremos. Mostra os cardumes de peixes ou peixes isolados em 3 tamanhos na escala, Mostra a natureza do fundo das águas que estamos navegando, no caso estamos sobre algas e o fundo é de barro. Mostrando uma profundidade de 2,6 metros, dois cardumes a 2metros de profundidade. Mostra também a velocidade do barco.
Como auxiliar de pesca esportiva ele é de muito pouca utilidade, ou melhor, quase nenhuma, pois as vezes estamos sobre um cardume de peixes, e não pegamos nenhum, eles simplesmente não querem comer, ou a isca não é a própria.
Ele é de muita utilidade para as pescas predatórias em barcos pesqueiros, pois quando acham um cardume, descem aquelas imensas redes e aí! Todos os peixes querendo ou não são pegos no arrastão, até tartarugas e golfinhos são levados para a morte, é triste!

A pescaria foi excelente, pegar umas 3 espécimes, mais alguns de menor porte, mas o importante foi que durante toda a pescaria teve muita ação, momentos de expectativas e de fortes emoções. As piranhas tem nos dado muito trabalho, tem momentos que pega-se piranhas já de porte considerável. As pirambebas também estão presentes, mas faz parte do esporte.

Fisionomias de felicidade ao final da pescaria. O Gustão a cada embarque, lembrava de seus ante-passados e gritava “macuco no embornal”, creio que essa frase deve ter sido proferida na realidade a mais de 100 anos pelos nossos avós, no sertão do salto do Avanhandava, na epopéia da abertura do noroeste de São Paulo, vindo a lembrança , grande tio Narciso, o Homero, tio Ranulpho e tantos outros de histórias passadas.

Já no porto da Dinâmica das Águas, o sol despedindo do dia maravilhoso que havíamos passado. Uma calma repleta de entusiasmo invadia nossas almas. O Éder grande companheiro sentindo-se realizado pois, foi o mestre da pesca e nós...bem nossa fisionomia diz tudo.
Nos esperava para o jantar, uma caranha assada e recheada feita especialmente para nós, oferta do gerente pelo “brilho” de nossas pescarias. Será?


UMA PESCARIA NA ÁGUA FRIA PARA ENCONTRAR O AUGUSTO E SEU FILHO GUTO (o rei da pesca).


Viagem a Pereira Barreto no dia 17-07-2003.
“Sem pretensão e para matar o tempo”

A sexta-feira havia chegado, como minha proposição era não trabalhar às sextas a tarde, tinha que honrar o proposto. Entre as minhas opções de laser a melhor como sempre tem sido ir pescar. Assim as 11:00h, pedi a Dane que ligasse para o Eder esperar-me as 17:00 na Dinâmica das Águas, pretendia pescar ainda um pouco na sexta-feira mesmo.
Ele bem entusiasmado respondeu que estaria esperando-me com a traia pronta.
Saí do consultório o mais rápido que foi possível e cheguei em casa 11:45, almocei.
Bateu aquela preguiça, não é bem preguiça, é aquela acomodação que os sexagenários sentem, uma grande vontade de ir e um desejo de ficar mesclado na indelével tendência da acomodação.
Fui para o quarto, deitei um pouquinho, e a estrada até Pereira Barreto começou a passar, a uma velocidade vertiginosa, pela minha mente. A distância ia aumentando a cada minuto que passava, as dificuldades também, era uma luta de forças no consciente já meio entorpecido pelo sono. Minha viagem virou um túnel do tempo e eu me vi, um dia, que poderia não estar distante, querendo ir pescar e não conseguindo me mover, implorando para alguém levar-me. Seria muito triste.
Somente via a solidão em minha futura rota!
Assim, dei um pulo da cama, escovei os dentes, passei uma água na cara e me mandei.
“ Uma pescaria a menos, não tem volta, você poderá fazer outra, mas aquela do dia 17 de julho de 2003, nunca mais”.
E assim é para tudo em nossa vida. Nosso espírito, nossa mente, não deve erguer obstáculos abstratos para nossos objetivos, pois no futuro, seremos julgados pelas defecções que tivemos, e, julgado seremos, pelo pior juiz que existe, nossa própria consciência!

O material de pesca já estava na Cherokee, a sacola de viagem sempre pronta para partir, passei na loja de conveniência para pegar uns comes e bebes e as 12:45h já estava no anel viário de Ribeirão Preto, minha pretensão era chegar em Pereira as 16:40, para dar tempo de uma pescadinha.

Ates de ligar a música no carro, procurei recordar o que havia feito no consultório aquela manhã:
- Não me veio nada na mente!
Trabalhei das 8:00h até as 11:00h, atendi uns 5 clientes para cirurgias e naquele momento na estrada, enquanto passava pela mata de Santa Tereza não me recordei de nenhum trabalho realizado. É incrível, quando no sangue jorra a adrenalina para um laser parece-me que limpa-se tudo de negativo ou de preocupações da mente.
Nas veias e artérias o sangue flui desimpedindo tudo, o cérebro se oxigena e libera tudo, as dores do corpo, já viajado, somem; o cansaço se evapora na longa faixa preta do liso asfalto a ser percorrido; e, mais importante que tudo; a perversa preguiça, nada mais é que uma sombra distante na mente excitada!

Depois do pedágio liguei o som. Havia colocado 6 CDs na disqueteira, por sinal a primeira música, fortaleceu muito meu espírito, já entusiasmado. O Arranjo do Hino Nacional do Brasil, feito em 1938, pelo embaixador dos USA, Gottichank, tocado por uma das maiores pianistas que tivemos, Guiomar Novaes. É uma música simplesmente maravilhosa, tem a duração de 10 minutos, ao final da música estava em Barrinha onde termina o primeiro trecho da pista dupla.

Estava sozinho, assim as músicas foram de meu gosto, do começo ao fim da viagem. Quando ando com companheiros, sinto-me constrangido de ouvi-las, pois dou preferência aos clássicos e não conheço os modernos. As músicas pegas pela Internet (Kazaa), tem propiciado coleções de músicas clássicas, que anteriormente eram inimagináveis para mim. Por exemplo, esse Hino Nacional, achei em um “site” nos USA.
Já existem disqueteiras para músicas MP3, assim em 6 CDs cabem pelo menos 900 músicas, ou seja, mesmo em uma grande viagem não se repete nenhuma, se quisermos.
A música tem sido grande companheira em minhas solitárias e longas viagens.

Estava com o tanque do Jeep cheio, autonomia de 530 Km, comida a bordo, não pretendia parar em nenhum lugar, mas quando cheguei em Rio Preto, não teve jeito, tive que fazer uma parada técnica.

A estrada estava livre, a Cherokee andando como nunca, assim as 16:30h estava chegando na Dinâmica das Águas, já havia me comunicado com o Eder em General Salgado, a 30 minutos fora. Ele me esperava pronto.
Francamente é muito bom, saí do Jeep e subir na lancha, e partir para uma pescaria sem nenhuma pretensão, a não ser, matar o tempo.

O sol fazia um ângulo de 30 graus no horizonte, a bruma seca das queimadas fazia a luz do sol ficar de um vermelho sangue, não havia vento, a temperatura da água 24 graus e do ambiente 25 graus, situação ideal para a pesca de tucunarés.

O trator comandado pelo Paima, nos levou prontamente para a embarcadouro. A tempo. O Paima é quem toma conta dos barcos no hotel. Mediante uma gorjeta ele tem mantido minha embarcação super limpa e com uma manutenção invejável, dá gosto de utilizar uma equipamento nessas circunstâncias.

Acionei a partida, na segunda, os 90 HP do motor entrou firme e silencioso, como se estivesse com vontade de navegar em profundas águas. Saí manso do porto, a 1000rpm, para aquecimento da máquina. O GPS zerado, dei um “ Go To” para o Tucuna 12, lugar onde iríamos pescar, distava do ponto de partida 22Km, em direção a sudoeste, com um tempo estimado de navegação de 15 minutos a 4.000rpm. Quando se navega em 2 passageiros a velocidade vai a 68Km/h. O lugar onde íamos ficava praticamente do outro lado da represa de Três Irmãos, no lado oposto ao canal de navegação do Tietê.

As 17:00 começamos pescar. A água estava muito limpa, via-se as grande algas do fundo da represa se agitando levemente, em movimentos cadenciados em direção ao leito do rio Tietê, o sol havia baixado para menos 20 graus, o GPS assinalava o por do sol as 17:41h. No céu as nuvens, altos cirrus uncinos refletiam e decompunham a luz vermelha do sol em centenas de matizes de rara beleza, que se alteravam a cada minuto como um caleidoscópio celeste de rara sutileza. Essas mudanças na luminosidade, tornavam a água da represa ainda mais clara e o fundo mais visível, somente estes espetáculos da natureza já compensaram muito a viagem, fiquei por um certo tempo, contemplando toda a grandiosidade deste ciclópico espetáculo, até que o Eder gritou:
- Vamos lá doutor, olha o tucunaré, o que pega peixe é anzol na água!
O belo azulão do peixe, partiu como um bólido para a isca, a água se agitou em um turbilhonamento, eu o perdi de vista, mas a linha esticada e sulcando a água, mostrava tudo e foi a fisgada certeira no momento exato. Estava pego. O bichão pulou lá ao longe e iniciamos a luta.
Foi uma sucessão de expectativas, ações e capturas.
O tempo passou tão rápido que nem vimos.
O por do sol como sempre um espetáculo único de luzes multicoloridas e sombras. Em um determinado momento, eu não conseguia mais ver a linha para acompanhar a puxada dos peixes, foi o momento de pararmos de pescar.

Sentei-me na popa do barco, e esperei a noite chegar, com a lancha flutuando ao leu pelo braço da imensa represa. Pedi ao Eder que ficasse em silêncio. Queria ouvir a noite chegar na solidão daquele recanto perdido, no labirinto das águas da grande represa.
Foi realmente muito emocionante, a escuridão nos engoliu como alguma coisa que brotasse das profundezas das águas, nos envolvendo em um manto de silêncio, onde havia um completo predomínio de sombras e escuridão. O céu ainda encoberto pelos altos estrados difundia uma luminosidade fantamasgórica no ambiente, apenas o barulho das aves noturnas quebravam o silêncio da noite que se iniciava.
Eu estava com um facho, farol de 1.000.000 de “lux”, que adquiri na Martinele e estava com muita vontade de voltar lentamente pelas margens da represa iluminando tudo com a potente luz. Pretendia ver as capivaras e outros animais noturnos que eventualmente poderiam estar andando pelos alagados da represa.

De repente, passei a não me sentir confortável, a escuridão tornou-se abafadora, como alguma coisa concreta a nos envolver, a tênue luz da abóbada celeste desapareceu, as sombras sumiram ficando somente a escuridão.
Segurei as pontas mais uns 10 minutos, o Eder começou a ressonar, pois havia cochilado, passei a não ver nem a sombra dos morcegos insetívoros e curiangos que nos sobrevoavam caçando os insetos abundantes nestes lugares.
Chamei o Eder, e acendi o facho. Susto! Não se via nada para nenhum lado. Uma densa névoa havia nos envolvido completamente. Era um fenômeno sabido mais não previsto por nós.
A água da represa, 24 graus C era mais quente, pois o ar estava gelado 17 graus, a temperatura havia caído muito, assim o vapor de água saindo água represada se condensa em uma neblina espessa e opressora. Se não tivéssemos equipados, estaríamos perdidos na imensidão do braço de represa por onde havíamos penetrado para pescar.
Liguei o GPS e acendi a tela do mesmo com a máxima luminosidade, dei um Track Back para o porto da Dinâmica e prontamente ele nos deu a rota. Liguei o DeepFonder, estávamos em uma área muito rasa, menos de 1 m de profundidade, ligamos o motor elétrico e iniciamos o Trak Back lentamente. Quando a profundidade atingiu 2m ligamos o motor de popa e iniciamos a volta para o porto com navegação por instrumentos. Não deixei a velocidade passar de 20Km/h, pois poderia haver um pau ou coisa semelhante pela frente, pois o GPS não é um radar.
Estávamos a 25Km do porto. Depois de uns 30 minutos de navegação encontramos a primeira bóia de navegação da represa, ai pude aumentar a velocidade para 35Km/h. Somente a 5 km da Dinâmica das Águas é que começamos de forma embaçada ver a sombra das luzes da cidade. Mas, somente a 21:00 é que chegamos, aliviados por ter chegado bem.
Felizmente havíamos pego 8 belos tucunarés.
Nota: Na neblina, de nada adianta o facho de 1 milhão de lux, pois como na estrada, quanto mais se ilumina menos se vê.

Na chegada tiramos estas fotos, e consideramos a tarde maravilhosa, nem tanto pelos peixes pegos, mas pelas emoções e cenários que foi possível desfrutar. Ao final pegamos 8 espécimes e soltamos outras que ainda eram pequenas para o embarque. As fotos estão ruins, mas é uma recordação da prazerosa tarde de 17-07-2003.

A noite fomos comer uma pizza e pegamos um suculento lanche, pois no outro dia queríamos sair bem cedo com destino ao Rio Jacaré, que fica a 60 Km de Pereira Barreto.
A noite para vir o sono, tomei meus calmantes de costume: Noctal de 2mg e ½ lexotan de 3mg, mesmo assim o sono não vinha. Fiquei lendo o penúltimo livro do Folha de São Paulo “ A Linha da Sombra” , o tempo passando e nada de sono.
Senti a temperatura cair acentuadamente, saí lá fora do chalé para ver como estava o tempo.
Corri o facho de luz pelo canal de navegação de Pereira Barreto, que fica em frente o chalé, a névoa já havia se dispersado. Havia milhões de estrelas no céu. Felizmente não estava ventando nada. A massa de ar frio penetrou na região, lenta e silenciosamente, como se estivéssemos derramando um melado denso em um vasilha com água. “ O melado empurrou para longe, em direção ao NW o ar quente” e o frio veio para valer. Entrei no Jeep e liguei o computador para ver a temperatura, deu 15 graus C as 24:00h de 17-07-2003.
Tinha que me preparar para a pescaria do outro dia, pois viajar de lancha com um frio destes não é mole.

No outro dia o Eder me acordou ainda era escuro 6:00h, saímos as 7:00h com destino ao Jacaré.

Assim saí de Pereira Barreto as 7:00h.
A temperatura da água era de 22 graus C, mas o ar ambiente estava a 17 graus C. Tive que me agasalhar muito para a viagem de 60km até o Jacaré. Com a força da lua, minguante, a água estava um pouco viva e encrespada, mas deu para subir o Tietê a 4.000rpm, a uma velocidade 68Km/h.

Assim cheguei no Rio Jacaré, com 1 hora de viagem. Não preciso dizer que nesta velocidade toda parte exposta do corpo fica congelada. Assim cheguei no rio Jacaré, embrulhado e congelado, mas muito animado. A água limpa, sem vento prometia grande pescaria de tucunaré.

Na primeira fotografia o Eder ainda congelado está colocando o motor elétrico, para início da pescaria. Na segunda a área onde iniciaríamos a captura dos azulões, maravilhosa estava a água e encantador o panorama geral deste braço da Represa de Três Irmãos do Rio Jacaré.
Nessas horas sempre agradeço muito a Deus a oportunidade de estar nestes lugares paradisíacos, com saúde, com Ele no coração e com muita fé no dia de pescaria que se iniciava.

Depois de 1 hora de busca, pegando pequenos exemplares, nos deparamos com um cardume dos grandes azulões. Aí está um dos exemplares. Para quem gosta de uma boa briga, com um equipamento apropriado, ou seja, linha 0,35, carretilha Shimango 10000 e uma varinha de carbono para 15 lb, é uma briga e tanto, é emoção para mais 1 semana de consultório tranqüilamente.
Nestas horas sinto falta de ter um amigo junto, para desfrutar de tanta coisa boa, o Gustão, o José Milton e outros companheiros, que gostaria que estivessem aqui para viver essas experiências maravilhosas e inesquecíveis. Espero não faltar oportunidade.
Já combinei a próxima com o Gustão, aqui em Pereira e a outra com o José Milton, assim que esquentar, lá em 7 Lagoas na “Águas do Treme”.

Eram 13:00h, havíamos pego 12 grandes tucunarés com os 8 da tarde anterior já era uma excelente pescaria. Pegar mais que esta quantidade é abusar, é destruição e anti ecológico. Assim acomodamos tudo, para irmos embora,

No GPS estão marcados os dois pontos (peixinhos na tela), onde pegamos os dois cardumes de tucunarés no braço do Rio Jacaré. Os traçados na tela são os caminhos percorridos por nós para chegar nestes pontos. Esses braços na represa, de Três Irmãos que tem um área de 780 quilômetros quadrados, somente são memorizados por equipamentos como o GPS, caso contrário, seria quase impossível retornar nestes lugares depois de semanas, meses ou mesmo ano. No momento da fotografia o equipamento está marcando que o barco vai lento a 24km/h. Na segunda foto, vemos o motor elétrico recolhido, e nós saindo com destino a Pereira Barreto (com os macucos no embornal).

Esta é a tela do sonar, o FishFinder da Apelco, o sol refletiu na tela e não deu para vemos direito, mas importante notar que a temperatura da água está a 22 graus C, a profundidade neste lugar 12 metros e o fundo era plano e provavelmente de arreia recoberto por algas.

Eram 13:00h, esta a imagem final da pescaria, a lancha está levantando o bico, pois estou acelerando para o Hotel.

Na minha viagem de ida para a pescaria, no dia anterior, sexta-feira, quando estava em São José do Rio Preto, recebi um telefonema do primo rico, Augusto, para, na minha volta de Pereira, passar em Araçatuba na casa dele, para jantar ou mesmo posar lá e colocarmos nossa prosa em dia.
Como sempre aceitei o amável convite.

Gastei 45 minutos na volta do Jacaré para Pereira Barreto, as 14:00h, já estava no chalé. Fui fazer barba, banho, e o Eder arranjar os peixes na geladeira, pois pretendia partir para Araçatuba.
Tudo correu bem, as 15:30 estava saindo para casa do Augusto em Araçatuba.

Fui recebido pelo primo e pela Alice com flores. É muito bom termos um lugar tão agradável e bonito para ser recebido. A Alice Maria nos recebe sempre, com muita propriedade e cortesia. Sua hospitalidade já é uma marca registrada em sua personalidade. Dá gosto estar com estes primos, o Gustão é como um irmão para mim. Esta orquídea da foto foi presente do Gastão para o Gustão. A casa estava muito linda e o jardim de inverno ao fundo é uma obra de arte, parabéns aos primos e obrigado pela hospitalidade.

Senti-me honrado nesta fotografia. Reparem a elegância da Alice Maria e a maravilha que é este ambiente. Até a cachorrinha combina a cor com o tapete, gente fina é outra coisa. Maravilha, Alice!

Esta foi a última foto de minha excelente viagem. Tenho que constar os seguintes aspectos de minha estada no Augusto:
1. Combinamos de irmos pescar na segunda semana de agosto lá em Pereira Barreto, eu e ele.
2. O Guto, grande especialista em equipamentos de pesca, examinou minhas carretilhas e varas e as achou muito boas.
3. O Augusto e o Guto, foram conferir o tamanho de meus pescados, ficaram satisfeitos e senti firmeza por parte de ambos.
Saí de Araçatuba as 10:30h para vir almoçar em Ribeirão Preto onde cheguei as 13:30, tendo realizado uma ótima viagem.

Bem, talvez nunca ninguém vá ler esta minha viagem. Pois ela não tem nenhum aporte literário ou suporte da língua portuguesa, mas é uma recordação do que vivi, foi um momento onde me lembrei de todos os amigos e da família, momento que me senti muito próximo ao Criador deste universo maravilhoso.