Grupo de amigos, que viajamos para Bonito,
MS: Daniela, Marina, Elias, José Fernando (Zelão),
Sérgio (doutor ou tio). Aí estamos esperando
o almoço no Hotel do Aquário, Parque Ecológico
Maria Bonita, a 15km de Bonito.
INTRODUÇÃO:
A hora da despedida, eu com minha netinha no colo ganhando
um forte abraço. Ela perguntou-me se eu ia a fazenda?
Fui com Elias e Dane. Todos estávamos muito animados
e contentes, pois tínhamos certeza que a viagem seria
um sonho.
Há muitos meses estamos pensando em irmos passear na
cidade de Bonito, MS. Eu, José Fernando e Marina; Elias
e Dane. Como o local apresenta muitos atrativos teríamos
que ir em uma data especial. A data ficou marcada para 23-10-2005.
A Zelão sairia de São Paulo com Marina. Eu,
Elias e Dane, de Ribeirão Preto, para nos encontrarmos
em Três Lagoas. MS.
Assim evitaríamos sair na madrugada do dia marcado,
resolvemos sair na noite anterior, para pousarmos em Três
Lagoas.
A viagem de Ribeirão Preto a Três Lagoas é
praticamente toda em pista dupla. O caminho que o Zelão
faria de São Paulo a Três Lagoas é todo
em pista dupla também. Nosso estado, São Paulo,
está ótimo de estradas, com raríssimas
exceções.
Saímos por volta das 19:00h, fomos “andando bem” com
a novíssima Frontier Nissan, do Elias. Chegamos tranqüilos
lá pelas 23:00 no hotel. O Zelão estava 1h atrás
de nós, isto é, uns 120Km.
Não demorou muito ele chegou, como sempre o casal estava
feliz da vida.
Entraram na cerveja e pediram um filé ao palito. Muitos
planos. Muitas histórias e muita esperança de
uma bela viagem.
No outro dia, depois de um café da manhã, soberbo
partimos!
Surpresa total para mim que sempre faço esse trajeto.
Três Lagoas & Campo Grande:
Primeiro; o asfalto estava ótimo! Segundo; não
havia movimento quase nenhum nas estradas!
Aí me lembrei! Melhor me toquei, como dizem. Era a
crise da famigerada FEBRE AFTOSA.
Um sentimento de espanto tomou conta de mim, era uma catástrofe!
Um desastre para a economia! Um retrocesso para nossa pecuária!
Uma perda de difícil reparação para o
Brasil.
Onde estavam as centenas de caminhões boiadeiros que
circulam por todo Mato Grosso?
Com certeza estavam nos postos de gasolina estacionados! Nas
poeirentas ruas de cidades silenciosas! Na espera em embarcadouros
vazios! Que tristeza, que desolação.
O gado se esparramando por todos os pastos, como manchas brancas
a enfeitarem o verde do brizantão. Qual seria seu futuro?
Infelizmente não se sabe.
Passei por Água Clara, onde o Augusto tem milhares
de cabeças de gado em sua linda fazenda, senti vontade
de ligar para ele, para esclarecimento, mas não achei
apropriado!
Curti, sozinho, a tristeza!
Tenho minha meia dúzia de vaquinhas e pensei, qual
será o futuro?
Não meu, mas do país, do estado, dos fazendeiros
e pecuaristas?
Passei a olhar as boiadas e as achei tristes!
As caminhonetes voavam pelas boas estradas sem movimento.
Os amigos nada sabiam ou pensavam, não são do
ramo e não perceberam nada, apenas elogiavam as estradas.
“E pé na tábua, para almoçar no Shopping
de Campo Grande”. É a vida!
Mapa da viagem:
De Ribeirão Preto a Bonito serão 1.189Km; Combustível
necessário: 108 litros de diesel; Número de
pedágios: 6; Passaremos por 37 cidades; Campo Grande
=829Km.
Melhor acesso para Bonito é Campo Grande, Br-060, Nioaque
e Jardim.
Mas preferimos fazer 100Km de estrada ruim, de terra, irmos
por Aquidauana direto para Bonito.
Dados do GPS 262C, após a chegada em Bonito: Velocidade
média = 90,0Km/h; Velocidade máxima = 144 km/h;
Distância = 1070Km. A diferença entre o planejado
e o GPS foi devido ao fato de pegarmos o atalho da estrada
de terra, não passando por Niuaque e Jardim.
Os “meninos” estavam com vontade de experimentarem suas máquinas:
Zelão com sua L-200 e o Elias com sua nova Frontier.
Estava chovendo. Valeu a pena. Essas estradas com buracos,
barro, grandes poças de água com atoleiros é
a “praia” destes equipamentos.
O Elias passou guiando o L-200 com o Zelão, eu e as
meninas na Frontier do Elias. Foi um belo teste, gostei!
RECORDANDO A VIAGEM.
Estamos no Hotel Vila Romana Park, em frente aos nossos apartamentos.
O Hotel fica na cidade, mas bem ao lado da pista. Facilita
parar aí, pois as conduções ficam carregadas
em frente ao apartamento, se bem que para mim isto não
vale nada. Pois depois de meus calmantões, acho que
podem levar até minha cama que eu não vejo nada.
Mas os meninos, quem sabe?
De manhã, antes da saída José Fernando,
o Zelão, foi cuidar da máquina. Viu óleo
e água, tudo em ordem para mais uma etapa. Eu ao lado,
estava fiscalizando o serviço, atrás está
a Nissan do Elias, pronta para marcha. O hotel é bom,
barato e prático, recomendamos aos amigos.
Aí estamos no estradão. O GPS está com
a rota traçada, não tem erro. Estamos arrancando
a 91,2Km/h para passamos o caminhão, após a
lombada. O motivo da fotografia foi por que vimos mais dois
caminhões nos 20 km de reta à nossa frente.
Havíamos andado mais de 20Km sem encontrarmos ninguém.
Pela marcação precisa do GPS estamos a 647 km
do destino, BONITO. Tínhamos andado mais de 540Km.
A altitude neste planalto é de 333,9m, ótimo
para engorda do boi segundo o Gustão. Estamos a 7:29h
para chegar ao destino.
O planalto já estava se tingindo de verde, a noite
passada havia chovido bem. Todo gado que vi ainda está
magro, as chuvas serão importantíssimas para
esta triste passagem que os pecuaristas terão pela
frente.
Na subida, uns 10Km antes de Água Clara, encontramos
este caminhão cheio de caminhonetes Frontier, o Elias
ficou feliz, eram as “Nissan” penetrando em Mato Grosso.
Na segunda foto estamos na rotatória antes de Água
Clara. Se pegarmos a direita e andarmos mais ou menos 20KM,
passa-se dentro da bela fazenda do Gustão. À
esquerda, segue o caminho para Campo Grande.
Aí está a avenida que corta a cidade de Água
Clara. Houve grande progresso na cidade nestes últimos
tempos, em virtude da valorização dos cerradões
existentes na região, onde o capim brachiária
sai muito bem. Isto mudou completamente o valor e o desenvolvimento
das terras nessa região, assim como, acredito, foi
o motivo do Brasil ser hoje o maior exportador de carne do
mundo.
Na segunda foto, estamos passando a ponte do Rio Verde. Rio
este que desemboca no Paraná a montante da cidade de
Panorama. Quando meu concunhado Robertão era vivo e
morava em Dracena, muitas vezes fomos pescar em um hotel que
havia no encontro do Rio Verde com o Paraná, do lado
do Mato Grosso, pegava-se muitas piaparas, pois o dono do
hotel tinha uma ceva em frente ao hotel, bons tempos!
O GPS mostra Ribas do Rio Pardo e estamos lá. A curva
no GPS antes da cidade é onde há uma ponte sobre
o Rio Pardo. Este rio foi muito importante para a penetração
dos bandeirantes paulistas para a conquista do ouro na região
de Cuibá, Poconé e Chapada dos Guimarães.
Hoje, o rio está represado até a cidade de Bataguaçu,
MS; pela Barragem de Sérgio Morta, acredito que em
volume de água hoje é a maior represa do Brasil.
Logo após o Rio Pardo, e bem antes deste ponto onde
estamos na cidade, tem um frigorífico, que está
sempre movimentado, contudo, neste dia não tinha nada,
nem bois, nem caminhões, nem funcionários alegres
indo e vindo de Ribas do rio Pardo, para o trabalho, é
triste!
Em matéria de pose e alegria, somente encontramos a
estátua deste boi nelore na entrada da cidade de Ribas
do Rio Pardo, uns 2km depois da fotografia anterior. Achei
muito importante esta imagem do boi na entrada da cidade.
É um símbolo de esperança, e ela assinala
que é o Nelore, é o boi, é a força
do homem, que juntos superarão este momento de crise
da febre Aftosa.
É muito rápido de Ribas a Campo Grande, quando
se anda a mais de 130Km/h, tinha muitas turmas de trabalhadores
dando acabamento com cimento nos acostamentos da estrada,
ficamos contente, pois não basta arranjar o asfalto
há que se reestruturar os escoamentos de água,
em fim, fazer o acabamento da pista, caso contrário
em pouco tempo todo trabalho está perdido. Nos chamou
a atenção, pois eram dezenas de turmas fazendo
o serviço, é bom, pois dá emprego a muita
gente! Mas, por aqui as Autovias fazem tudo isso com máquinas,
específicas. Acredito ser muito mais rápido
e mais barato. Em fim, cada lugar com seus problemas e cada
problema tem sua melhor solução! Esperamos que
sim!
Em Campo Grande, fomos diretos para o Shopping, almoçar.
Como sempre a praça da alimentação, lotada.
Comemos bem em um restaurante na entrada da praça de
alimentação. Já almocei lá algumas
vezes, incluindo uma vez com o Augusto, Agnaldo e Pena Branca.
Depois de tomarmos um capuccino na Kopenhagen pegamos estrada.
Seguindo nosso caminho para Bonito.
Esta é uma das retonas existentes entre Campo Grande
e Aquidauana, grandes descidas, do planalto para a planície.
Sempre foi uma estrada super movimentada e esburacada. Incrível,
hoje o asfalto uma mesa e trânsito? Quase nenhum! Nunca
havia visto isso, nestes mais de 20 anos que vou ao Pantanal.
As fotos são do José Fernando. Na primeira sou
eu com a Frontier do Elias que estou indo à frente
e mais ninguém! Serão no futuro momentos históricos
a serem recordados.
O trecho da de Campo Grande a Anastácio & Aquidauana,
como digo é “morro a baixo” e como a estrada estava
sem trânsito foi um passeio. Com 100Km chegamos à
Serra do Maracaju, mais 30 Km, viramos a direita no trevo
da cidade e depois de 20Km, largamos a estrada asfaltada com
destino à cidade de Jardim. Vinte quilômetros
depois pegamos um desvio de terra e fomos diretos para cidade
Bonito.
Recordando anos passados:
Vistas do passado, esta fotografia foi tirada há 2
anos nesta estrada. Uma boiada tocada por uma caravana de
boiadeiros. Estavam viajando há mais de 2 meses, o
gado estava magro, mas os boiadeiros altaneiros e animados.
Hoje não vimos um pião se quer a cavalo em todo
caminho.
Estrada de Terra:
O Elias foi com o Zelão, de Campo Grande para frente.
Disse que era para descansar o companheiro. Não sei,
pois, não pararam de conversar um minuto e de rirem
o tempo todo, eu estava atrás, e pude constatar.
Este é o padrão ótimo da estrada de terra.
Pode-se ver a L-200 a frente. Nas baixadas, depois que começou
chover a estrada mudou muito, barro e grandes alagados. Não
era problema para as máquinas. Portaram-se à
altura de verdadeiras “off roads”. A chuva veio na hora certa,
pois estava tudo muito seco, os rios com as águas baixas,
e as pequenas nascentes de córregos pequenos sem uma
gota de água.
Depois que começou a chover este foi o aspecto que
a estrada entre Aquidauana e Bonito foi ficando. Como disse
um teste bem oportuno para as duas caminhonetes, que por sinal
dão um show em estradas com essas características.
Como o Elias estava tocando forte, eles deram uma parada para
verificar se estávamos indo bem. Com uma Frontier nova
desta na mão, modéstia à parte, não
tenho medo de nenhuma outra máquina, bem entendido,
sem fazer loucuras. Tocando sempre dentro dos padrões
rígidos de segurança e manutenção
dos equipamentos.
Chegamos logo a ponte sobre o Rio Miranda, chamada de quilômetro
100, pois essa é a distância de Aquidauana nesse
ponto. O rio estava com muito pouca água e suja, pois
havia chovido. Este Rio sempre foi considerado um dos rios
mais piscosos de todo o Pantanal mato-grossense, mas tem sofrido
uma depredação terrível. Se nada for
feito, terá o mesmo fim do Rio Taquari, praticamente
o assoreamento e a “morte”. O Gustão e sua turma tem
um Rancho maravilhoso neste rio. Fica no Passo do Lontra,
mais ou menos, 550Km abaixo deste ponto. Ainda se pega muito
peixe por lá, mas nada comparado há 15 anos
atrás.
Aí está o sofrido Miranda, em sua parte alta,
nasce no município de Jardim nos contrafortes da Serra
do Maracaju e forma um importante vale separando a Serra da
Bodoquena da Serra de Maracaju. Um vale fértil no Pantanal
Alto. Já naveguei este rio deste ponto até sua
foz, 800Km a baixo, no Rio Paraguai. Saudade é que
não falta dentro deste velho coração.
Com minha canoa Super Alumar de 8 metros, com 2 motores de
poupa, fizemos este percurso em 4 dias:
1. Quilômetro 100 até a cidade de Miranda.
2. Da cidade, ao Hotel Flutuante na foz do Rio Aquidauana.
3. Do Flutuante ao Passo do Lontra.
4. Do Passo do Lontra ao Rio Paraguai, no hotel Paraíso
dos Dourados.
Bem como sempre digo: Esta será uma outra história.
Dia 24-09-2001, eu, Maluf, Marcelo na foto. Fotografando está
o Elias. Fomos até Bonito onde ficamos 2 dias e depois
fomos para o Pantanal, ficamos no nosso barco o Sheikinah.
O Rio Miranda estava muito mais cheio. Havia dourados correndo
atrás de curimbatás nas praias e muitos pescadores.
É uma outra visão da que tivemos na viagem atual.
Na estrada do Rio Miranda até Bonito a topografia muda
bastante, torna-se mais acidentada, isso é, os vales
são mais profundos, os cerrados mais fechados, a terra
mais agreste. Mas quando se está a 20Km da cidade,
nova mudança. Primeiro, um enorme búfalo chafurdando
na água.
Depois a beira da estrada uma casa bem simples e típica
da região, e para nossa surpresa é um restaurante
para tropeiros, ou seja, um pouso de boiadas.
Gostaria de ter parado, conversado com o dono do pouso, mas,
paramos e não encontramos ninguém para trocarmos
idéia. Seguimos viagem para Bonito.
CHEGADA EM BONITO.
Em 1991 estivemos em Bonito, antes de irmos para o Pantanal.
Estas boiadas que vimos são um exemplo eloqüente
das mudanças que ocorrem por lá em virtude da
febre aftosa.
Dia 24-09-2001, chegando em Bonito, encontramos uma boiada
de 1.200 bois nos recepcionou na entrada da cidade. A arroba
do boi a $60,0 reais. Tudo era festa, e ânimo, uma diferença
gritante da chegada de agora. Tudo vazio. Os peões
nos bares, os caminhões boiadeiros encostados em ruas
desertas, desolação!
Dia 24-09-2001 para o dia de nossa chegada 23-10-2005. Onde
anda o olhar altaneiro, um pouco arrogante, do pião,
desafiando as caminhonetes que lhe perturbavam o conduzir
dos bois? Onde está a tropa da cozinha que ia à
frente para a “queima do alho”. “Saudade palavra triste que
nos invade o coração”.
Acreditamos que certamente tudo voltará ao normal.
No próximo ano já marcamos nosso retorno, queremos
ver as boiadas passarem, o cheiro do alho queimado, o barulho
típico de milhares de cascos batendo no chão.
Nossa chegada de 2005 não teve nada de especial, apenas
uma cidade vazia a espera de poucos turistas.
Vista do satélite da pequena cidade de Bonito, esta
foto corresponde a uma altura de 12.000m mais ou menos.
CIDADE DE BONITO.
DADOS GEOGRÁFICOS:
Área: 4 934Km2. Altitude: 350m. Latitude: 20 55 30.
Longitude: 056 30 00.
Ponto Culminante: Serra da Bodoquena com 720m.
Clima: tropical úmido. Temperatura média: 22C.
População estimada: 17.000habitantes.
LOCALIZAÇÃO:
Bonito é um município sul-matogrossense. Distante
da Capital Campo Grande 260Km.
Está localizado na encosta as Serra da Bodoquena, abrangendo
grande parte dela, por cujo espigão corre a linha divisória
com o município de Porto Murtinho, ao sudoeste.
HIDROGRAFIA:
A município pertence à Bacia Hidrográfica
do Rio Paraguai e Sub-bacia do Rio Miranda.
Principais Rios: Rio Miranda, Rio Formoso (Formosinho que
deságua no Formoso; onde fizemos a primeira flutuação,
em lugar chamado Aquário) e Rio da Prata (onde fizemos
a segunda e mais linda flutuação).
Rios que nascem no município: Rio do Peixe, Rio Formoso,
Rio Perdido e Rio Sucuri.
Principais córregos: Olaria, Taquaral, Anhumas, Bonito,
Coqueiro, Mutum e Restinga.
Sistema hidrográfico especialmente particular por apresentar
associações com rochas calcárias, que
proporcionam a existência de rios subterrâneos,
sumidouros e ressurgências.
O calcário torna as águas dos rios cristalinas,
pois contribui para precipitar partículas em suspensão
para o fundo dos leitos.
RELEVO:
Possui duas unidades dominantes: 1. Serra da Bodoquena a oeste
do município, ergue-se como um extenso divisor entre
as depressões de Bonito, Miranda e Apa, caracterizando
um relevo residual. Estende-se por aproximadamente 200KM de
comprimento e cerca de 65Km de largura. De modo geral com
uma altitude de 400 a 600m. A Serra da Bodoquena apresenta
formas e características relacionada as litologias
calcárias.
2. A segunda unidade é a depressão do Miranda,
localizada entre a depressão do Aquidauana e Bela Vista.
Fotografia tirada a aproximadamente 40Km de altura. Nesta
fotografia do satélite percebe-se, com boa vontade,
os vales dos rios do município com suas matas galerias
e áreas de pasto e de agricultura nos terrenos mais
planos.
Esta região da Serra da Bodoquena, segundo geólogos,
formou-se entre 560 a 580 milhões de anos, quando as
Américas estavam se separando do continente Africano,
era recoberta de água, portando, mar! O Pantanal ainda
não existia, nem os Andes, que se formaram a 65 milhões
de anos aproximadamente, chamado período Pré-Cambriano.
Fotografia tirada a 180Km de altitude. Quase inimaginável
o que vê. Uma depressão longitudinal na Serra
da Bodoquena funciona quase como um funil facilitando a infiltração
das águas pluviais no solo calcário poroso.
Isso dá origem às numerosas nascentes da região
e a presença de um Aqüífero da Bodoquena,
responsável por um imenso reservatório de água
no subsolo da região da Serra. Como veremos as rochas
calcárias funcionam como uma esponja absorvendo, retendo
e filtrando as águas do subsolo da região.
Andando pela região de Bonito é que podemos
sentir o significado real destas fotografias de satélite.
A altitude dominante é de 330m, podemos considerar
como já foi dito, uma planície elevada, em relação
à depressão pantaneira, tendo a Oeste o Planalto
que é a Serra da Bodoquena.
A região é entrecortada de vales dos rios que
nascem na Serra e correm para o Rio Miranda, no sentido Este
do estado.
O verde do mapa, são as matas galerias e a “serraria”
que são consideradas pelos fazendeiros como áreas
de reservas florestais.
O solo na maioria dos lugares mais altos, encostas dos vales,
é pobre. Cheio de pequenos pedregulhos, que nada mais
são que pedras de quartzo trituradas durante os últimos
55 milhões de anos.
Nos vales, existem belas propriedades, com ótimas pastarias,
o solo é um campo de terra roxa, um cruão como
classifica o primo Augusto. A pastaria de brizantão,
brachiarão, estava bem verde, pois o período
das chuvas havia se iniciado após uma longa e terrível
seca que assolou por toda a região, incluindo o Pantanal.
Sobre a paradeira em todo Mato Grosso do Sul devido à
febre aftosa já falarei, contudo não paro de
pensar nesta catástrofe, silenciosa. Já não
dá manchete mais, somente Palocci, Delúbio,
Lula, etc.
SERRA DA BODOQUENA, ESQUEMA.
Esquema da Serra da Bodoquena, com seus rios que nascem do
lado Leste (Bonito, Bodoquena, Miranda, Aquidauana e Bela
Vista e do lado Oeste, Rios Aquidabã e Perdido. O Rio
APA divide o Brasil do Paraguai). E o rio principal que dá
o nome à Bacia, o Rio Paraguai.
CLIMA:
Tem o verão úmido e o inverno seco. A precipitação
atmosférica varia entre 1.000 a 2.000mm.
VEGETAÇÃO:
Predominância dos cerrados. Existem focos de florestas
em solos férteis. Nas serras predominam as Matas Secas
– associadas às rochas calcárias. As Matas Ciliares
estão associadas a solos férteis às margens
dos rios.
Árvores da região: Aroeira, Cerejeira, Bálsamo,
Peroba, Ipês, Canafístula, Palmeiras, além
de uma infinidade que compõem a vegetação
do cerrado.
FAUNA:
Exuberante: Araras, Tucanos, Seriemas, Biguás, Emas,
Garças, Periquitos, Papagaios, Mutuns.
Animais: Capivaras, Antas, Catetos, Queixadas, Tatus, Quatis,
Cutias, Jaguatiricas, Onça Pintada e Parda, Tamanduás,
Veados, etc.
Tipos de peixes:
Economia:
Pecuária: Tem um papel muito importante na região.
O rebanho da região atinge 306.000 cabeças.
Agricultura: Tem 17.000he. Predominância é soja
e milho.
Mineração: O subsolo de Bonito protege uma jazida
de 51 milhões de metros cúbicos de mármore.
Havendo também vários minérios: Cálcio,
calcita, pedras para a construção, e argila
para olaria e cerâmica.
Turismo: Visitado por aproximadamente 70.000 pessoas ano,
com 56% dos empregos gerados.
Passeios importantes:
1.Gruta do lago azul; 2. Gruta de São Miguel; 3. Cachoeira
do Rio Aquidabã; 4. Cachoeira Estância Mimosa;
5. Cachoeira Pargue das Cachoeiras; 6. Cachoeira Fazenda Ceita-Corê;
7. Cachoeira Eno Bókoti; 8. Parque Projeto vivo; 9.
Passeios de Bote no Rio Formoso; 10. Bóia Cross; (quadricíclo);
Turismo Aventura (Mergulho autônomo); 11. Rapel e mergulho
no abismo das Anhumas; 12. Mergulho na Gruta do Mimoso; 13.
Mergulho na Lagoa Misteriosa; 14. Ybirá Pé (copa
das árvores).
Flutuação: 15. Flutuação no Rio
da Prata; 16. Flutuação no Parque Ecológico
Maria Bonita (Aquário); 17. Flutuação
no Rio Sucuri; 18. Flutuação no Rio do Peixe;
19. Flutuação Bonito Aventura; 20. Flutuação
Buraco das Araras; 21. Parque Ecológico Rio Formoso;
22. Balneário Municipal; 23. Trilha Monte Cristo;
Bodoquena: Boca da Onça.
1. Gruta do Lago Azul: Gruta de rocha calcária com
estalactites e estalagmites e travertinos que foi descoberto
em 1924. O lago incrivelmente azul tem a profundidade de 70m
e a largura de 120m. (20Km).
Nosso segundo passeio foi justamente este.
2. Gruta de São Miguel: Gruta tem uma trilha com cerca
de 180m em ponte suspensa, passando ao lado das copas das
árvores. No interior há muitos espeleotemas,
com destaque para as pérolas e os coralóides.
Na saída um carro elétrico busca os turistas.
O passeio dura 2 horas.
CACHOEIRAS:
1. Cachoeira do Rio Aquidabã: A maior tem 120m de queda.
O acesso é por trilha longa e difícil, fica
a 55Km.
2. Cachoeira Estância Mimosa Ecoturísmo. A recepção
com almoço de fazenda,caminhada de 3 horas por trilhas,
estrada para Bodoquena 26Km.
3. Parque das Cachoeiras: Trilha margeando a mata ciliar no
Rio Mimoso, estrada para Aquidauana18Km.
PARQUES:
8. Projeto Vivo: Fazenda Modelo. Cavalo, Trilhas. Descida
do Rio Formoso de bote, estrada para a Ilha do Padre.
Passeios:
9. De bote no Rio Formoso: Descida de 7 km de bote inflável
pelo Rio. Para banho em cachoeira. Estrada para Ilha do Padre
12Km.
Quadricíclo:
Turismo Aventura:
Mergulho autônomo: no Abismo das Anhumas...
11. Abismo das Anhumas.
Uma abertura no chão despenca em um abismo vertical,
uma verdadeira viagem ao centro da terra.
A descida de 72m em rapel leva ao lago de águas cristalinas,
do tamanho de um campo de futebol. Abaixo da superfície
do lago, os praticantes de mergulho livre e autônomo
se deparam com enormes estruturas em formas de cones com até
16m de altura. Na parte seca há vários espeleotemas,
verdadeiras esculturas produzidas pela natureza.
O Elias e Zelão, não fizeram este passeio por
ser muito caro, $500,00 reais , quase 200 dólares,
por pessoa.
12. Mergulho na Gruta do Mimoso –somente para os credenciados.
13. Lagoa Misteriosa.
14. Ybirá Pe (arvorismo): Passeio pela copa das árvores
15. Flutuação no Rio da Prata :
É uma fazenda muita bem organizada, o passeio foi uma
trilha de 40 minutos pela mata, aonde vimos macacos e mutuns
e depois a flutuação, a mais longa que fizemos.
ÁGUAS:
Certas águas podem conter quantidades elevadas de alguns
sais que, entretanto, são extremamente escassos em
outros sistemas aquáticos, podendo-se citar as águas
duras (carbonatos) de terrenos calcários, (Serra da
Bodoquena/MS-Br).
Na região da Bodoquena/MS-Br, quase que totalmente,
as suas águas apresentam notáveis e altíssimas
concentrações de bicarbonatos, carbonatos e
possíveis hidróxidos. Tal situação
induz à presença de íons de cálcio
e magnésio na água de abastecimento público
o que não tem nenhum significado sanitário,
porém acarretando alguns transtornos diários
quando do uso doméstico. Por exemplo, pela utilização
do que chamamos de “água dura”, formam-se incrustações
nas tubulações e indesejáveis entupimentos.
Também reduzem a transferência de calor, com
aumento da ação das resistências dos chuveiros,
através da deposição de calcários,
acelerando a corrosão pela formação de
carbonatos e hidróxidos corrosivos, terminando em queima
das mesmas.
No decorrer do tempo, a “água dura” forma um depósito
nas superfícies internas e externas dos contendores,
dos recipientes, das canalizações, nos bojos,
nas perfurações etc., pela formação
dos carbonatos insolúveis, e na presença mesmo
de raríssimas partículas colidais naturais ou
não, com retenção maior quando do aumento
da temperatura, por evaporação da água,
portanto aumento da concentração das partículas.
Certos sais, (de cálcio, de magnésio, de sódio,
etc.,), tornam o paladar desagradável da água
de bebida (salobra) e o inconveniente quando da limpeza corporal
e da lavagem de roupa, p.ex., formando nesses casos, grumos
com uso maior do sabão ou sabonete.
Águas chamadas “duras”, só fazem espumas depois
que seus sais reagem totalmente com o sabão e/ou detergente
utilizado, daí o gasto maior desses produtos em ações
de lavagem de roupas, cabelo e no próprio banho. Os
cabelos perdem gordura natural e enzimas (queratina) presentes,
tornando-os mais secos, tendo-se a sensação
e aparência de encrespamento.
DADOS GEOGRÁFICOS:
Para o Estado de Mato Grosso do Sul, estão reservados
R$ 1 500 000,00 para levantamento fundiário e aquisição
de terra para criação do Parque Nacional de
Serra da Bodoquena. É uma compensação
pela passagem do gasoduto da Bolívia para o Brasil.
É preciso considerar que a área sugerida pelo
IBAMA para criação do Parque Nacional da Serra
da Bodoquena, que totaliza 90 000 ha, é o que restou
de floresta nativa em área que apresenta relevo acidentado
onde a rocha é aflorante, não sendo apropriada
à agricultura e nem à pecuária. Esta
região foi preservada em função da dificuldade
de acesso e estão excluídos os assentamentos
agrícolas, com exceção de uma pequena
parte do Assentamento Canaã.
A área proposta para o Parque, além do indiscutível
interesse científico, é de fundamental interesse
para preservação dos atrativos turísticos
em exploração na região de Bonito, Jardim
e Bodoquena. Isto porque se trata de um maciço rochoso
calcário elevado onde às águas infiltram
e ressurgem na planície abaixo, formando os olhos d’água
e os rios de águas límpidas e transparentes.
A presença do calcário proporciona a formação
de um relevo muito frágil, que recebe o nome de carste.
As águas apresentam carbonato de cálcio dissolvido,
o que proporciona o crescimento das cachoeiras de tufas calcárias
que formam conjuntos de rara beleza cênica. Deve-se
deixar muito claro, portanto, que a manutenção
de forma intacta da área sugerida para o Parque Nacional
da Serra da Bodoquena é de extrema necessidade para
a continuidade da atividade turística das áreas
de entorno, ou seja, como o avanço do desmatamento
sobre aquela área, todos os atrativos da região
encontram-se seriamente ameaçados, assim como a crescente
atividade turística da região.
A Serra da Bodoquena
A Serra da Bodoquena é a mais importante feição
geomorfológica regional não só pela altitude
que se eleva, dentro do quadro de planícies do Mato
Grosso do Sul como por estender-se sem interrupção
ao longo de mais de 220 km, desde o município de Miranda
e seguindo pelos de Bodoquena, Bonito, Jardim e Porto Murtinho.
Sua maior largura, na latitude da cidade de Bonito é
da ordem de 40km.
Para quem chega nas cidades que bordejam a serra pelo seu
lado leste, causa estranheza o fato de não se observar
nenhuma serra. Isto se deve ao fato da Serra da Bodoquena
se constituir num planalto, com escarpa voltada para o Pantanal.
Esta apresenta 200m ou mais de desnível e proporciona
magnífica vista desta região alagada.
Esta serra se desenvolveu sobre rochas carbonáticas
que tiveram origem entre 550 e 570 milhões de anos,
no fim da era Pré-Cambriana. Formada a partir de intensa
sedimentação carbonática depositada em
antigo oceano por microorganismos, transformou-se na rocha
calcária hoje existente e que os cientistas chamam
de relevo carstico. Este relevo é caracterizado por
apresentar inúmeras cavernas, rios subterrâneos
e Dolinas (Depressão afunilada, produzida pela dissolução
em regiões calcárias ou pelo desmoronamento
resultante de tais dissoluções), sendo que,
estas últimas, são cavernas que tiveram seu
teto desabado. A presença do calcário, rocha
sedimentar que apresenta minerais solúveis, principalmente
a calcita, tem a capacidade de se dissolverem na água
fazendo com que as mesmas permaneçam limpas, pois o
calcário , não apresenta impurezas como a argila
as quais poderiam turvar as águas. Nem mesmo em dias
de chuva, a água turva. O resultado são águas
extraordinariamente cristalinas, de coloração
verde ou azulada gerando grande beleza cênica, relevância
ecológica e ambiente propício à recreação.
Dada a sua forma, disposição e localização,
a Serra da Bodoquena funciona como divisor de águas
sendo essencial para recarga dos aqüíferos, isto
é, grandes reservatórios subterrâneos
desta substancia que, sem a qual, nada sobrevive no planeta.
A vegetação desta região é predominada
por cerrados, com alto índice de biodiversidade e cujas
fisionomias mais típicas são as chamadas matas
secas ou floreta estacional decidual, associada as rochas
calcárias . Estacional refere-se a relação
com as estações do ano e decidual a característica
de perda de folhas . As matas ciliares ou de galeria, serpenteiam
acompanhando o curso dos rios e os protegendo. Funcionam como
corredores para a migração da fauna e auxilia
na dispersão de espécies vegetais.
A fauna, rica e expressiva, é composta por inúmeras
espécies de aves tais como harpia , urubu rei, araras,
tucanos , mutuns, e etc...,de outros animais como tamanduás,
tatus, suçuaranas lobo guará veados, raposinhas
e um grande número de espécies de invertebrados
Numa área de 76.481ha da Serra da Bodoquena, foi criado,
pelo Governo Federal, em 21 de setembro de 2000, o Parque
Nacional da Serra da Bodoquena. Unidade de Conservação
de proteção integral está em fase de
implantação, regularizando fundiariamente suas
terras, criando seu Conselho Consultivo e aguardando o início
de seu Plano de Manejo que definirá as áreas
de Uso Público ou de visitação, através
das quais, com suas belezas cênicas, ímpares
em sua maioria, o Parque poderá cumprir uma de suas
missões que é promover recreação,
educação ambiental, e reaproximação
do homem com a natureza.
RESUMO
No Planalto da Bodoquena, situado na borda sudeste do Pantanal
Mato-Grossense, Estado de Mato Grosso do Sul, encontram-se
em desenvolvimento inúmeros depósitos de tufas
calcárias ao longo da drenagem atual na forma de cachoeiras
e barragens naturais.
As drenagens apresentam água bicarbonatadas muito límpidas,
o que proporciona o crescimento das tufas associada a musgos
e algas. A turbidez das águas dos rios é praticamente
nula, e isto se deve ao fato de suas cabeceiras, que cortam
o planalto e desembocam na margem esquerda do Rio Miranda,
situar-se em áreas de exposição de calcários
muito puros da Formação Tamengo do Grupo Corumbá
(Neoproterozóico III).
CHEGADA AO HOTEL.
Passamos pela cidade de Bonito e pegamos a estrada para Jardim,
o Hotel fica a 6Km por esta estrada, um lugar maravilhoso,
no meio de árvores e às margens do Rio Formoso.
Na recepção estas duas araras nos receberam
com seus gritos estridentes de boas vindas. Já começamos
sentir o ambiente ecologicamente correto do Hotel.
Esta é a recepção do hotel, com os turistas
típicos de Bonito. As perspectivas de passeios eram
ótimas estávamos muito felizes. Como veremos
os lugares são lindos e muito bem conservados.
No trajeto entre o café da manhã até
nosso apartamento, uns 150m mais ou menos, a trilha passava
por uma piscina, uma ponte sobre uma nascente, e várias
árvores da região todas com seus nomes marcados.
Na fotografia ao lado temos uma palmeira chamada Bacuri, é
muito comum nas matas galerias, e nos lugares mais úmidos
da região. Tudo do Bacuri era aproveitado pelos nativos
da região.
Estes são 3 pés de Aroeiras. É a madeira
mais famosa e procurada em toda a região sudeste do
Brasil. Ela tem muita história para contar: Por exemplo,
o Sobradão em Casa Branca da família, tem seus
pés direitos e estrutura toda feita de grandes toras
de aroeira, construída há mais de 160 anos e
ainda estão firmes. Todas cercas e currais das grandes
propriedades eram construídos de aroeiras.
Finalmente, o inesquecível Marechal Rondon que construiu
a primeira linha de telégrafo, que união todo
o Brasil, teve o capricho de colocar todos os postes desta
linha, em seus mais de 5.000Km, todos de aroeiras. Muitos
postes foram transportados por carroções por
mais de 200Km, nas regiões onde não havia essa
espécie de madeira. Até hoje, passado mais de
200 anos, onde o fogo e o homem, não destruiu, ainda
existem os postes fincados pelo grande Marechal Rondon. Isto
eu vi na estrada entre Dourados e Ponta Porã. Devemos
preservar e plantar aroeiras e o Pau Brasil pois essas árvores
ajudaram a construir e integrar esta grande nação.
Depois que chegamos ao Hotel, fizemos um amplo conhecimento
do mesmo, conversamos com a orientadora de turismo, que nos
arranjou um guia muito bom. Depois fomos à cidade,
fazermos um reconhecimento do ambiente e jantar. Os meninos
estavam loucos para continuarem tomando cerveja. Jantamos
um peixe muito bom em um modesto restaurante.
Estas duas fotografias mostram: primeira, mostra um chalé,
muito bonito e completo. Na segunda, as dependências
onde nós ficamos, a menos de 200m, passa no fundo destas
dependências, o Rio Formoso.
Este é o simpático caminho que nos levava ao
Rio Formoso, é uma mata muito rica em aves e animais.
Esta é uma cachoeira típica, entre centenas,
ao longo do Rio Formoso. O Zelão e Elias nadaram bastante
neste rio, mergulharam e aproveitaram. Chegaram a descer o
Rio durante a noite com lanternas especiais.
Um trecho do Rio onde ele anda manso entre cachoeiras, sua
água absolutamente limpa, expõe o fundo riquíssimo
em algas e peixes. A água, a mata, os peixes formam
um lugar de sonho, um lugar de meditação e harmonia.
Nosso Primeiro Passeio: Reserva Ecológica Baía
Bonita –Também conhecido por Aquário.
Diversão, ecologia e aventura: o passeio oferece tudo
isso e muito mais. Visitantes de todo o mundo são atraídos
pela transparência de suas águas, repletas de
cardumes de peixes de mais de 30 espécies diferentes,
que estão sempre ali, quase ao alcance das mãos.
A infra-estrutura rústica e aconchegante, com restaurante,
museu de historia natural, loja de artesanato e piscinas para
treinamento, proporciona ao turista uma estada agradável
e com toda a segurança. Outra atração
imperdível é o passeio pela Trilha dos Animais.
Existem pontos de observação pelo caminho e
dá para ver emas, jacarés, cervos-do-pantanal,
lobos-guarás, etc. Distancia 7 Km da cidade de Bonito.
Na primeira fotografia nosso guia, o Batata, está nos
explicando os passeios que escolhemos. Saímos do hotel
e fomos para o Aquário (Baia Bonita), é um lugar
muito bem organizado. No hotel quando chegamos fomos recebidos
por araras, aí na Baia Bonita fomos recebidos por um
casal de tucanos, nada mau, para passeios ecológicos.
Tem hora certa para a equipe chegar e sair. Troca-se de roupa,
colocando uma roupa de neoprene, snorkel, máscara e
sandálias. Fizemos um pequeno treino na piscina e fomos
para o Rio fazer a flutuação.
Esta primeira foto é a sede do conjunto Baia Bonita
ao lado a recepção, pode-se notar que tudo é
muito bem organizado.
Visitantes do mundo todo são atraídos pela transparência
de suas águas, repletos de cardumes de peixes coloridos
e pela riqueza de sua mata onde habitam diversas espécies
de animais.
Possui uma das melhores infra-estruturas de todo a região:
Centro de visitantes, Aquário Natural, Trilha dos Animais,
além de piscinas, restaurantes e anfiteatros para reuniões.
Nas águas da nascente, do Aquário Natural e
do Rio Baia Bonita, qualquer pessoa pode mergulhar com tranqüilidade,
a visibilidade da água alcança 50metros e basta
seguir as instruções do guia. São mais
de 30 espécies diferentes de peixes: Dourados, piraputangas
e curimbatás, que estão sempre ali ao alcance
das mãos.
A roupa de neoprene e o colete ajudam a flutuar e aquecem
o corpo, o snorkel garante uma respiração tranqüila
durante a flutuação e a máscara permite
visualizar toda beleza do lugar.
O Rio Formoso permite visualizar toda a beleza do lugar com
suas águas de cor esmeralda.
A Trilha dos Animais é um percurso através de
passarelas suspensas e mirantes de observação
durante o qual podem ser vistos animais regionais: Emas, lobos-guarás,
jacarés-do-papo-amarelo, cervos-do-pantanal, sucuri,
tamanduá e outros.
Na primeira fotografia, eu e Marcelo preparados para um mergulho
com cilindro. Tinha que nadar rio a cima não deu para
eu cumprir a tarefa. Por sorte voltei, bem aí, tem
uma outra história. Na segunda fotografia estou preparado
par ir fazer a flutuação, na Reserva Ecológica
de Baia Bonita. Parece um bicho? Uma baleia? Um louco? Não,
apenas um sexagenário otimista!
Exatamente neste lugar nasce o Rio Baia Bonita, onde nós
iniciamos a flutuação. Este rio forma o que
se chama de Aquário. Desta nascente, flutua-se mais
ou menos 250m, vendo as maravilhas do Rio até que ele
deságua no rio Formoso. Vamos às fotos.
Mergulhando nestas águas limpas e transparentes, fica-se
em êxtase, como mostra a fotografia que se segue, que
foi tirada dentro deste poço, que da origem do nome
ao lugar: Aquário.
Esta é a principal visão do grande poço.
Logo que mergulhamos a impressão é que tudo
que vemos é irreal, um sonho! São milhares de
peixes que parecem flutuar no espaço, tão limpa
e cristalina é a água. Fica-se estático,
não se sabe para que lado olhar. Às vezes nos
descontrolamos na respiração e falta-nos o ar.
Flutua-se ao sabor da lenta correnteza e os mais lindos cenários
se sucedem de forma ininterrupta.
Esta é uma feliz imagem do Aquário. Um dourado,
o rei dos rios, passa ao alcance de nossas mãos. O
azul da água molda sua silhueta majestosa, parece deslizar
na água como uma sombra, sem movimentos, sem se alterar,
como um imperador em seu reino desliza por entre as multicoloridas
plantas subaquáticas. Parece um sonho, a realidade
deste ambiente.
Imponderável o espaço. Os peixes, dourados e
piraputangas, parecem estar voando sobre o leito do rio. A
translucidez da água os deixa em três dimensões,
tudo é silêncio e harmonia, apenas nossa respiração
quebra o encanto de tanta serenidade. A correnteza suave move
nossos sonhos sobre ecologia, a mansidão dos peixes
nos sensibiliza como pescadores. Onde está o limite,
entre o homem e a natureza. O que humano temos se agredimos
constantemente a natureza?
Ó mãe natureza! Tens sido benevolente com a
humanidade! Até quando, me pergunto envolto nestas
límpidas águas? Será esses sinais: desgelo,
seca em alguns lugares, chuvas calamitosas em outros, nevascas,
tsunames, furações, não são sinais
de seu profundo desagrado? Será um dia desapareceremos
como os dinossauros? Creio que ainda Deus, iluminará
os homens, esclarecerá a humanidade e seremos poupados
pelo nosso egoísmo, de pensarmos em ser os donos do
mundo.
A vista alcança o azul das distâncias, o quadro
fantástico deste aquário se altera constantemente,
são luzes que refletem escamas multicoloridos, com
tons: do amarelo ao vermelho. Nada é estático,
tudo é movimento, tudo é vida. Entre as folhas
e vegetações do fundo se escondem lindos pequenos
peixes ornamentais, chamados pelos criadores de “Mato-Grosso”,
hoje presente em quase todos aquários do mundo.
Parece que é a Marina ou será a Daniela, na
fotografia, contudo, precisamos de confirmação.
Nesta fotografia o que mais nos chama a atenção
é a riqueza da vegetação sub-aguática.
As plantas parecem agitar suas folhas ao sabor da leve correnteza,
todo é harmonia como já disse. A Marina descia
ao sabor da corrente, nenhum movimento brusco. Os peixes parecem
se deslocarem sem nenhum movimento, e incrível, muitas
vezes se deslocam contra a correnteza sem nenhum esforço
aparente. O azul e o verde se confundem, se alteram e se misturam,
como se Alguém estive brincando com as cores, para
encantamento da natureza.
Aí está o grande mergulhador, Zelão!
Sempre calmo, gozando da tranqüilidade do ambiente. Esta
foi uma parada para reencontro do grupo, e podermos fazer
alguns comentários sobre a riqueza do lugar.
Eu estou aí descansando, tomando um fôlego. Pela
fotografia parece que estou “no bico do corvo” mas, não!
As belezas dos lugares fazem a adrenalina jorrar em nossas
artérias, sentimos um grande rejuvenescimento interior.
A Marina está olhando para o marido, com um olhar enigmático,
ela estava muito bem física e psicologicamente, é
realmente uma grande companheira de aventura, assim como a
Daniela do Elias, não reclamam de nada e tudo está
bom para elas.
Acredito que este grande mergulhador do Bonito seja o José
Fernando, Estou olhando estas fotos uma a uma, recordando,
sentido a sensação de estar lá, flutuando
entre plantas e nadando com os peixes.
4
Acredito que o primeiro sou eu, e o segundo, o Zelão!
A vista do ambiente diz tudo, não seria capaz de colocar
palavras nestes momentos vividos em Baia Bonita. São
cenários caleidoscópios, que em 3 dimensões
se alteram de forma contínua, é um mundo diferente,
um ambiente da paz.
Esta é Daniela muito tranqüila realizando a flutuação.
Também com o marido, sendo um profissional do mergulho,
não podia ser diferente.
Dane, Elias, Marina e o resto do grupo descendo o Rio Baia
Bonita. Pode-se ver que um cenário inesquecível
onde a mata galeria acompanha todo o curso do rio, como uma
baliza de vida e proteção.
Não devemos perder nenhuma oportunidade em nossas vidas.
Vivemos muito pouco tempo, pelo que podemos vivenciar, emocionar
e sermos felizes. O tempo passa como nuvens no céu,
olha-se para cima e a vemos, abaixamos a vistas, nos distraímos
e quando olhamos novamente elas já partiram em suas
incansáveis andanças ao redor do mundo.
Cabeços brancos, olhar buscando belezas. O respirar
profundo são para mim momentos de êxtase e sentimentos
inesquecíveis. Olhando esta fotografia já sinto
vontade de voltar, reviver estes momentos de aventura e companheirismo.
É adrenalina pura, a desobstruir as velhas veias do
titio.
Eu e Zelão na plataforma de descanso. Creio que ele
não estava cansado, mas para mim estas paradas foram
bastante importantes. Recompor as energias para nova etapa
de flutuação. O mais difícil para não
se cansar é dominar a respiração, e não
querer ver tudo, mudando e mudando de posições,
temos que manter a calma e deixar a flutuação
nos levar.
Zelão e Marina o casal nota 10, mergulhando com muita
tranqüilidade!
Daniela, Sérgio, Elias e Zelão. Tantos lugares
muitas imagens, descrevê-las fica a cargo da mente de
cada um de nós, de como sentimos estes momentos maravilhosos
e inesquecíveis.
Final da flutuação no Rio Baia Bonita. Aí
paramos para algumas brincadeiras muito emocionantes.
Neste recanto muito aprazível começaram as
brincadeiras: A Tirolesa, carretilha no cabo de aço
para descer sobre o rio e pular na água e a cama elástica,
eu fiquei de observador. Na verdade não quis arriscar-me,
pois tinha ainda muitos passeios pela frente.
Todos correram para os pulos e mergulhos: o primeiro Elias
depois Zelão. Aí começaram incentivar
as jovens esposas a pularem também, não deu
trabalho, logo as meninas, desceram temerosas, mas altaneiras
pela tirolesa e caíram na água. Parece-me que
andaram sentindo a água entrar pelo nariz, mas não
se intimidaram e voltaram, para pular novamente. Como a juventude
é biologicamente audaz!
O primeiro como podemos ver foi o Elias em seguida o Zelão,
é tão bonito ver estas crianças alegres
brincando. Faz-me recordar os velhos tempos de minhas filhas.
Nesses momentos todos nós externamos a criança
que existe em nossos corações.
A Dane, não titubeou muito soltou o corpo e lá
foi, dando um salto de mestre! Muito bom.
A Marina logo veio em seguida, mas parece-me que o Zelão
deu uma forcinha para ela decolar. Estava no vou, não
vou! O marido empurrou e gritou: vai sim! Não sei se
este fato aconteceu mesmo ou foi em minha mente que isto ocorreu.
A cama elástica somente foi usada pelo Elias, mas
nosso tempo de passeio estava esgotando e tivemos que partir
para a TRILHA DOS ANIMAIS.
Nunca devemos deixar morrer a criança que existe em
nossos corações.
A Trilha dos Animais é uma longa passarela, muita bem
feita, no meio da mata galeria, dos Rios: Baia Bonita e Formoso.
Creio que se não fosse o grande barulho que sempre
fazíamos nos deslocamentos do grupo pela longa trilha,
poderíamos ter visto muitos animais, pois a área
é uma reserva ecológica muito bem cuidada.
Iniciamos a trilha vendo dois animais opostos. Primeiro a
capivara, um roedor, o maior roedor do mundo. Por sinal é
o animal mais abundante em todo o pantanal depois logicamente
dos jacarés. Segundo um lobo Guará, um animal
super elegante e muito tímido, por sinal está
em fase de extinção. Para mim da raça
dos “canis” selvagens do Brasil, ele ( o guará) é
o mais elegante de todos.
Este jovem casal de antas nos impressionou muito pelo seu
tamanho e beleza. Não são animais aquáticos,
pelo contrário vivem no alto dos cerrados. É
o maior mamífero do Brasil. Por ser muito perseguido
também corre perigo de extinção.
Um casal de Mutum no meio da mata. O da frente é a
fêmea e o de trás o macho. O macho na época
do acasalamento vai ficando cada vez mais vistoso, ficando
com uma cor de ouro e totalmente carijó. No pantanal,
às margens do Rio Abobral tive oportunidade de filmar
uma briga de dois machos que é um verdadeiro balé,
de curtos vôos acrobáticos, na tentativa de um
nocautear o outro com uma esporada. As excitadas fêmeas,
em número de seis aproximadamente, ficaram em volta
da contenda, como se deliciando pela sanguinolenta disputa.
São maravilhas da natureza pela melhora e perpetuação
das espécimes.
Neste ponto, a passarela passa sobre um lago onde estão
os jacarés-do-papo-amarelo que não são
comuns no pantanal. São raros. Nestes 25 anos que vou
ao pantanal somente vi esse espécime aí, nesta
trilha ecológica.
Estou aqui neste quiosque ao lado da pele de um jacaré-do-papo-amarelo,
ele tem um formato diferente do jacaré caimão
que é muito comum em todo o pantanal. Bem, sou um pouco
entendido em dentes, mas de jacaré? Concluí
que conheço pouco mas, há tempo ainda para aprender.
Aí está o famoso representante do gênero
de reptis anfíbios, aligatorídeos, que vivem
nas margens de rios e lagoas da América do Sul e América
Central. Mas este eu nunca havia visto, como já afirmei.
Jacaré-do-papo-amarelo, ele é menor que o caimão
pantaneiro, a cabeça mais curta, e segundo consta é
menor também. Para mim foi uma visão gratificante,
pois acreditava que somente veria esse réptil nas regiões
amazônicas.
Para não falar que não vi flores. Não
somente bichos existiam na trilha. Lindas flores se abriram
com as chuvas de verão. Os pássaros namoravam,
enchendo todo o espaço com seus cantos ou sons peculiares.
Os 6km da trilha realmente valeram a pena. Poderia falar tanto
de sua ecologia que tornaria essa modesta recordação
intragável se é que já não está.
Bem depois de tanto exercício a fome chegou com tudo.
Este é o lindo restaurante do Recanto Baia Bonita,
é peculiar, coberto de sapé e muito bem acabado.
Nos serviram um peixe saborosíssimo com uma sobre mesa
digna. Tudo perfeito. Partimos para uma nova aventura.
Gruta do Lago Azul: Fica situada na Fazenda Jaraguá
é uma gruta de rocha calcária com estalactites
e estalagmites e travertinos que foi descoberto em 1924 pelos
índios Terenos. O lago incrivelmente azul situa-se
no fundo da caverna. A profundidade da caverna é de
70m e a largura de 120m. Fica a 20Km, da cidade de Bonito.
Formada pela ação das águas sobre as
rochas calcárias. Em 1992, uma expedição
franco-brasileira de mergulhadores encontrou em seu interior
machadinhas e vasos, além de uma série de fósseis
de mamíferos como o tigre dente-de-sabre e a preguiça
gigante, que viveram durante o período geológico
do Pleistoceno - 6 mil a 10.000 anos atrás. Apenas
duas formas de vida foram encontradas no lago: um camarão
albino e um verme comum em cavernas.
Após uma descida de uns 100m, depara-se com um lago
de águas azuladas, cuja profundidade estimada é
de 90 metros. Podem ser vistas também formações
calcárias como estalactites, estalagmites e travertinos.
Esta é a entrada da Gruta do Lago Azul. Não
deve ter sido fácil aos índios Terenos descobrirem
esta entrada, pois na ocasião esta área era
de mata muito fechada. Deviam estar caçando quando
alguma onça pintada deve ter entrado nesta caverna
e eles na pista do felino descobriram esta maravilha da natureza.
Mas as onças hoje são raríssimas por
essas regiões.
Esta fotografia foi tirada lá do fundo da caverna..
Com isto é possível a gente ter uma visão
da grandeza que é essa cavidade na rocha calcária.
As formações no teto da caverna são estalactites,
na primeira fotografia. Na segunda, uma grande estalagmite,
que por sinal uma das formações mais bonitas
que existem dentro da gruta.
Estalactite: Precipitado mineral, alongado, que se forma
nos tetos das cavernas ou dos subterrâneos.
Estalagmite: Precipitado alongado mineral formado no solo
duma caverna ou subterrâneo, e resultante dos respingos
caídos do teto.
As formações de estalactites e estalagmites
formam a moldura do lago azul que existe no fundo da caverna.
A medida que vamos descendo o cenário a cada momento
fica mais impressionante. Os sons da água filtrando-se
por entre as rochas, as vozes das pessoas ecoando pelas paredes,
tudo torna o cenário quase irreal. É lindo e
de proporções gigantescas.
Tiramos dezenas de fotografias da caverna. Conforme o sol
muda de posição, luzes, cores e sombras se alteram
em seu interior. Esta água azul mudando para do verde
em sua cristalina luminosidade é por si um espetáculo
inesquecível. Neste dia as 10:30 da manhã, haviam
nos prevenido que um raio de sol entraria pela boca da caverna,
refletindo nos estalactites criaria uma luminosidade muito
linda, como de fato aconteceu e foi possível fotografar
(viagem de 2001).
A Daniela entrando na gruta e depois subindo com todo o grupo
atrás.
Aí estão Marina, Zelão e Dani, dentro
da gruta, parece-me que o amigo está regulando a máquina
para melhores fotografias.
Estas são as dependências da Gruta do Lago Azul.
Quando íamos pegar a L-200, para irmos para a cidade,
encontramos esta seriema. Confiante, perto do estacionamento,
para nos dar uma despedida de gabarito. A natureza por toda
a região está muito bem conservada.
Fomos para Bonito, onde fizemos uma pausa para que as meninas
fizessem algumas comprinhas e os meninos “quebraram o bico”
de dezenas de cervejinhas, com a maior tranqüilidade
do mundo, esses garotos são fortes.
Flutuação no Rio da Prata :
O amanhecer do dia de nossa ida para flutuação
no Rio da Prata
Aí está a sede da Fazenda, percebe-se pela limpeza
e estilo, que é lugar digno de turistas internacionais.
Realmente havia numerosos grupos de alemães, americanos,
italianos e japoneses. Todos muito excitados pelas belezas
naturais oferecidas por Bonito.
O estilo rústico e chique da varanda já nos
indica o nível do lugar. As araras Canindé ficam
soltas por toda área das instalações
deste recanto ecológico. Maravilha! Além delas
existem as araras vermelhas, periquitos, gralhas, maritacas
entre tantas outras aves.
A Fazenda Rio da Prata é em uma fazenda muito bem organizada,
fica a 52Km da cidade de Bonito. Nos passeios tudo é
cronometrado, cada grupo sai de 30 em 30 minutos. Inicialmente
uma caminhonete própria (3/4) nos leva até o
início de uma trilha.
O trajeto com a caminhonete é muito interessante, pois
percorre uns 15km dentro da fazenda. É uma fazenda
típica de criação de gado do Mato Grosso
do Sul. Muito bem cuidada, o gado todo é nelore bem
puro e o capim dos pastos o brizantão. Tem lugares
precisando de roçassão, mas isso é normal.
O gado ainda estava magro pois, agora que estavam iniciando
as chuvas na região.
Perto da pousada como comentei, em cada canto vê-se
um novo animal, um novo habitante protegendo-se junto ao convívio
humano. Esta arara vale mais de 1.000 dólares no mercado
negro. Este tatupeba é um dos pratos prediletos dos
vaqueiros do pantanal, quando vêm um, pulam do cavalo
e é uma festa para pegá-lo, antes que ele entre
em um buraco, e, depois, a janta está garantida, pois
têm a carne tenra e muito boa. São comuns em
todos os cantos do Brasil.
Perto da casa havia este pé de Ipê Amarelo, cuja
flor foi escolhida como a flor símbolo do Brasil. Não
havia nada excepcional na imagem, mas quanto estas duas araras
vermelhas pousaram em seus floridos galhos para se alimentarem
das flores, arrisquei uma fotografia. Não ficou boa,
mas tem um grande significado para mim. As araras e ipê
são símbolos do Brasil.
NOS PREPARANDO PARA IRMOS PARA A FLUTUAÇÃO.
Estamos recebendo o material para nos preparar para a flutuação
do rio da Prata. Antes caminharemos 6km pela Trilha Ecológica,
que segundo o guia é um passeio imperdível devido
a riqueza da fauna e flora do passeio, pela trilha que passaremos
para chegar ao Rio Olho D´água.
Aí estamos nos preparando com as roupas de neoprene
para fazermos a flutuação no Rio Olho D`Água.
Eu estou lutando para colocar a barriga para dentro da roupa
de borracha.
O Elias e Zelão são rápidos na troca.
Estão entusiasmados. Eu preocupado!
Preocupado por que? Não tinha certeza se ia dar conta
do passeio, perguntei ao guia, ele tranqüilizou-me, dizendo
que tem recursos para os visitantes que não agüentam
a parada, aí me tranqüilizei um pouco.
Não é mole acompanhar essa moçada, eles
têm um pique de força total.
A Marina já está prontinha, esperando o tio
dar os últimos retoques na indumentária.
Nesta primeira fotografia eu e Elias no “pau-de-arara” que
nos levou até a trilha. Na segunda todos nós
estamos descendo do caminhão.
Esta placa indica o início da trilha que se percorre
até o Rio Olho D`Água onde inicia-se a flutuação.
É um lugar tombado pelo Centro de controle do estado.
Chegamos no início da trilha: É uma maravilhosa
passagem que percorre por 6km, mais ou menos, dentro de uma
mata virgem, até chegar ao Rio para flutuação.
Nesta trilha de 1:15h pela mata, vimos macacos de 2 raças
principais, os bugios e os pregos. Mutuns em busca de namoro.
O pio solitário e chamativo do jaó nos acompanhou
por toda a trilha, deveriam ser centenas, espalhados por toda
mata galeria, pareciam ser vozes misteriosas da floresta,
avisando, tem mais intrusos no pedaço, perturbando
seus domínios milenares de harmonia.
Jaó: Designação comum a várias
espécies de aves tinamídeas. Sua coloração
escura com listras transversais brancas, largas e estreitas,
e cujo piado nostálgico é emitido geralmente
ao escurecer ou durante o dia na fase de acasalamento, sob
a forma de quatro notas características. Foi muito
caçado, pois como alimento, é dos mais procurados.
Sua caça faz-se com o auxílio de um pio especial
na espera (tocaia). Por este motivo encontra-se em extinção.
Tenho muitas histórias de caçadas de jaó,
que no pio veio a onça, bem são outros casos.
Aracuã: Uma ave muito comum em todo pantanal e que
andam aos bandos, fazendo uma algazarra danada conhecida também
por araquã. Conseguimos apenas fotografar um espécime
em nossa trilha, mas vale a pena!
ARACUÃ: Ave galiforme cracídea com cinco espécies
no Brasil. Vivem a maior parte do tempo nas árvores,
raramente vindo ao chão, e se alimentam sobre tudo
de pequenos frutos e vegetais em geral. O gênero é
diferenciado de outros cracídeos por ter a maxila mais
alta que larga, barba interior das rêmiges da mão
não recortada, e garganta com uma estria de penas no
meio.
No período de acasalamento fazem um barulho terrível
por toda a área onde estão. Os machos brigam
pelas fêmeas exatamente como os galos de briga. A coisa
é feia. Tenho uma briga desta filmada no Pantanal,
às margens do Rio Abobral.
Logo no início da trilha vimos este inesquecível
espetáculo: Um bando de araras vermelhas, aos gritos
estridentes e com vôos acrobáticos, tentando
formar os pares. Segundo consta os pares ou casais de araras
são constituídos para a vida toda.
Este é um belo exemplar de um Surucuá-de-barriga-vermelha,
primeira fotografia.. Designação comum a várias
espécies de aves trogoniformes, trogonídeas,
especialmente as deste tipo, tem cores muito brilhantes e
pele extremamente fina, insetívoras e freqüentadoras
das matas virgens.
A segunda fotografia é de um Pica-pau. Designação
comum a aves picídeas, bastante numerosas no Brasil,
com cerca de 55 espécies e várias subespécies.
Este da fotografia é dos maiores existentes e mais
bonitos, uma espécie muito comum no Brasil.
São aves trepadoras com dois dedos para frente e dois
para trás, a cauda freqüentemente com retrizes
endurecidas e pontudas, bico forte, usado para perfurar a
madeira, e língua muito longa, com que retira as larvas
dos insetos, seu alimento preferido. A maioria das espécies
nidifica em ocos de paus ou em buracos, em galerias que elas
mesmas perfuram.
Quati em Tupi-Guarani quer dizer nariz pontudo. Em zoologia:
Mamífero onívoro procionídeo. Tem animais
distribuídos por todo o Brasil. A coloração,
em geral, é cinzento-amarelada, porém muito
variável, havendo indivíduos quase pretos e
outros bastante avermelhados, focinho e pés pretos,
cauda com 55cm, com sete a oito anéis pretos. Mede
de corpo 70cm. Vive em bandos de oito a 10, e se adapta bem
ao cativeiro.
Nota: Na semana passada lá na Fazenda São Joaquim
em Itobi, um bando de quati que mora lá no mato, matou
um cachorro do empregado que tentou enfrentá-los. Um
bando de mais de 20 quatis, segundo consta, enfrenta até
uma onça parda.
Tamanduá-Mirim. Mamífero desdentado, mirmecofagídeo
(Família de mamíferos desdentados, de focinho
longo, língua protrátil, desprovidos de dentes
(sendo os únicos desdentados verdadeiros), unhas muito
desenvolvidas, cauda longa, preênsil, nas espécies
arborícolas. Alimentam-se de insetos. São os
tamanduás, cujo alimento básico são os
cupins, e não formigas, como se propala. [Sinônimo.:
papa-formigas.]
SUCURI DOURADA:
Se não se tem um bom guia a trilha em uma mata é
quase um passeio sem emoções, pois não
estamos acostumados a enxergar, apenas vemos! Ninguém
tinha visto na copa desta figueira esta sucuri. Foi o grande
guia quem viu e fotografou para nós, com determinação
e coragem.Réptil boídeo (Eunectes murinos),
das regiões de grandes rios e pântanos do Brasil,
de coloração cinzento-esverdeada, tendente à
oliva, com manchas arredondadas escuras dispostas aos pares,
ventre amarelado, cabeça com escamas, e desprovido
de peçonha. Chega a 10m de comprimento. Vive na água,
em rios e lagoas, alimentando-se de peixes, aves e mamíferos,
que engole após triturar-lhes os ossos por compressão
muscular. Sinônimos: sucuriú, sucuriju, sucurijuba,
boiuçu, boiúna, arigbóia, anaconda, viborão.
Família boídeos de grandes ofídios escamados,
serpentes, que habitam regiões tropicais, e que matam
as presas por constrição. Têm crânio
flexível, dois pulmões e escamas ventrais aumentadas;
pélvis e membros posteriores rudimentares presentes,
sob a forma de esporões anais. Esta família
inclui os pítons (v. píton2), as boas (v. boa)
e as anacondas ou sucuris.
Como é a natureza, em uma árvore próxima
da sucuri, este joão-de-barro estava construindo seu
ninho.
Veado animal mamífero, artiodáctilo, cervídeo,
desprovido de incisivos superiores e em geral muito tímido
e veloz. Família de animais mamíferos, artiodáctilos,
de casco partido em duas unhas, estômago dividido em
quatro partes, desprovidos de incisivos superiores, com os
caninos inferiores semelhantes aos incisivos, sendo os machos
dotados de chifres que caem periodicamente. Existem no Brasil
muitas espécimes de cervídeos, sendo o Cervo
do Pantanal o maior de todos, tem o catingueiro que é
o menor, tem o veado campeiro que o mais comum e tem um porte
médio, foi muito caçado por todo o Brasil.
Cervo Pantaneiro: Vimos lá no meio do Pantanal ele
a banhar-se, com sua galhada extraordinária e seu garbo
indiscutível. É época de reprodução,
as fêmeas (não têm chifres) o acariciam.
Seu coro reluzente cor de mel. Sua galhada em direção
ao céu. As sua patas entre o verde escuro do lodo,
realça extraordinariamente sua beleza e majestade.
Guardiões invisíveis zelam entre as margens,
do banhado. Peito largo, rasgando as águas, dirigi-se
a uma fêmea, e a natureza assiste o novo procriar da
espécie é o milagre da vida, o reaparecimento
do Cervo do Pantaneiro.
Este é um pássaro que vive em grande quantidade
no Pantanal Baixo, foi uma grande surpresa ver alguns exemplares
às margens do Rio da Prata. Seu nome é Carão
é onomatopaico, pois seus cantos tristes, contínuos
e ininterruptos, no período de acasalamento, e que
ele emite dia e noite, parecendo dizer exatamente: Caarão...Caaarão...C.....
Ave gruiforme, aramídea de coloração
pardo-escura, com brilho esverdeado nas rêmiges e na
cauda; cabeça, pescoço e peito pintados de branco,
e mento branco.
Esta é uma Cutia, um animal muito comum lá na
reserva, como são bem tratadas não tem medo
de gente e andam por todos os lugares. Mamífero roedor,
com sete espécies em território brasileiro.
As cutias têm apenas vestígio de cauda, extremidades
anteriores bem mais curtas que as posteriores, e pés
compridos com cinco dedos, sendo três desenvolvidos,
com unhas cortantes equivalentes a pequenos cascos, e o quinto
dedo muito reduzido. Vivem nas matas e capoeiras, donde saem
à tardinha para alimentar-se de frutos e sementes caídos
das árvores. A coloração é variável
entre as espécies.
Este é um macaco Prego. Existem numerosas espécies
de macacos nas matas da região do Pantanal. Para mim
este é o mais raro. O mais comum são os bugios,
que formam grandes bandos e fazem um barulho gutural muito
alto, parece até o ronco de um avião a jato
passando a grande distância. É realmente impressionante!
Na segunda fotografia uma Queixada. Mamífero artiodáctilo
(Ordem de mamíferos herbívoros, terrestres ou
anfíbios, com número par de dedos funcionais
em cada membro, providos de cascos e cujo estômago é
dividido em compartimentos. São os porcos, os camelos,
os bovinos e as girafas). Coloração negro-pardacenta,
pelagem das costas muito longa; difere do caititu por ter
os lábios brancos. Quando acuado, bate forte os queixos,
e é valentíssimo. Já ouvi muitos casos
de caçadores terem que subir voando em árvores
corridos de bandos de queixadas enfurecidas. (Citado por Narciso
da Silva Marques, “No Sertão de Penápolis, 1929”).
[Sinônimos: queixada-ruiva, queixo-ruivo, tacuité,
taiaçu, tanhaçu, tanhocati e porco-do-mato].
Este é o famosíssimo Mutum macho, todo enfeitado
para galantear as fêmeas. É uma ave maravilhosa,
tem o tamanho de um peru, e sempre anda garboso pela floresta.
Seu desaparecimento deve-se ao sabor delicioso de sua carne,
segundo dizem. Pois eu nunca experimentei e nem teria coragem
de abater uma ave extraordinária como esta.
Quando se presta atenção muitos animais e plantas
especiais podem ser vistas pela floresta.
Vimos um Jabuti, réptil quelônio, comum nas matas
brasileiras, desde a Amazonas ao MT. Tem carapaça alta,
provida de escudos poligonais, de centro amarelo e com desenhos
em relevo cabeça retrátil, coberta por escudos
amarelos e negros; comprimento: até 70cm. Alimenta-se
de frutos em geral. A fêmea, chamada jabota, é
maior que o macho e não tão côncavo como
o macho; alimenta-se de frutos em geral.
Aí está o famoso Jabuti.
Nota: Falei para o guia:
-Olha uma tartaruga!
- Não doutor, não existe tartaruga em água
doce ou no seco. Tartaruga somente no mar. Na água
doce é cágado.
Preciso pesquisar esse assunto.
JABUTI.
Arrastando-me ladeira acima! Vendo coisas maravilhosas, lá
vou eu pela trilha com a moçada. Vimos aroeiras pela
trilha! Logo lembrei das grandes toras de aroeira que seguram
o Sobradão em pé. Nunca tinha, em minha longa
vida, visto aroeiras tão majestosas como havia naquela
mata. Ficamos encantados com tudo que vimos no passeio pela
mata.
Esta fotografia é um belo instantâneo da trilha
que fizemos e vimos tantos animais e quadros inesquecíveis.
As belezas que vimos nos 6Km de trilha são indescritíveis.
Eu não gosto de andar, as os atrativos da trilha foram
tantos que nem vi passar toda esta distância. Achei
que ia “ abrir o bico” antes do final da trilha.
Este é um pequeno riacho que nasce em meio a floresta
e corre para o rio Olho D`água.
Lagartão Teiú: Ao final da trilha ainda vimos
este grande réptil. Um lacertílio, teiídeo,
amplamente distribuído no Brasil. É o maior
dos lagartos brasileiros, medindo até quase 2m de comprimento.
Coloração geral preto-azulada, com fitas transversais
malhadas de amarelo-escuro, pernas com manchas e salpicos.
Vive em buracos no solo, alimenta-se de toda sorte de pequenos
animais e de frutas. Sua carne é comestível,
e a pele, muito cotada no mercado. Sinônimos: tiú;
teiuaçu, tejuguaçu.
Lancertílio ou sáurio: Subordem de metazoários,
cordados, reptis, escamados, com pele revestida de escamas
epidérmicas, osso quadrado móvel, vértebras
geralmente procelas, órgão copulador duplo e
reversível, e fenda cloacal transversal. São
os lagartos em geral.
Nota: Na fazenda São Joaquim deu uma infestação
destes largatões, que comiam de tudo, pintinhos, ovos,
patinhos e mesmo franguinhos menores, tivemos que tomar sérias
providências.
A flutuação até o Rio da Prata. A trilha
termina na nascente do rio Olho d´Água, que desemboca
no Rio da Prata a uns 2Km. É justamente neste trecho
do rio que é feita a flutuação. São
cardumes e cardumes de: dourados, piraputangas, piaus, pacus,
corimbas e pintados.
Finalmente chegamos na nascente do Rio Olho D`Água.
É uma nascente muito grande como pode ser visto nas
fotografias. Aí então começa o Rio Olho
D`Água. A água brota por todos os lados deste
grande poço, límpida e transparente e muito
abundante.
Terminamos de vestir nossas roupas e iniciamos a flutuação
de mais ou menos 2km, até o Rio da Prata.
Um dos numerosos pontos da nascente do Rio Olho D`Água,
em todo o entorno desta pequena baia existem numerosas nascentes
deste tipo, que ao final dá um riacho muito lindo e
caudaloso. É na realidade água nascendo das
profundezas e entranhas dos contrafortes da Serra da Bodoquena.
Pergunto-me? A quantos milhares de anos essa água penetrou
pelo solo, a centenas de quilômetros de onde estamos?
Será que na Serra propriamente dita? Para vir com essa
força e proporcionar essa ressurgência, somente
uma pressão hidrostática significativa proporcionaria
esse fenômeno.
Aí estão duas fotos de dourados que são
peixes considerados o rei dos nossos rios. São peixes
carnívoros, de grande porte. Coloração
dourada tendente ao vermelho. É o mais apreciado para
a pesca esportiva. Sua carne é de primeira qualidade.
Podem alcançar 1m de comprimento e 20kg de peso.
Esta fotografia de um cardume de Pacus-Caranha é de
uma importância indescritível, pela sua beleza
e pelo momento em que foi tirada. Parabéns ao nosso
guia que tirou todas as fotos desta flutuação.
O Pacu tem o corpo comprimido, em geral arredondado ou ovalado;
nadadeiras dorsal e anal situadas muito atrás. Alimenta-se
de frutas e outras substâncias, sendo praticamente onívoro.
Depois dos dourados é o troféu mais cobiçado
pelos pescadores do Pantanal. O peixe da fotografia é
um dos maiores que já tive oportunidade de ver, acredito
que tenha no mínimo uns 15Kg. O maior que eu já
peguei pesou pouco mais de 7Kg. Essa cena jamais sairá
de minha mente, na fotografia ela é estática,
mas no momento que esse cardume passou tudo era movimento.
O garbo com que esses peixes passaram por nós corredeira
acima, mais parecia uma esquadrilha extraterrestre de seres
de outro planeta. Nadavam rio acima, sem nenhum movimento,
sem nenhum agito, como sombras azuladas no meio do verde da
vegetação. Estes peixes quando ferrados têm
uma força fora do comum, precisa de muita técnica
para tirá-los da água. E neste ambiente jamais
pensaria em pescar um lindo animal como este.
Esta extraordinária imagem do Pacu-caranha simboliza
tudo que se pode dizer, do peixe, da fotografia e do tamanho
do “bicho”!
Na primeira fotografia vemos uma piava-três-pintas e
na segunda um curimbatá, ambos estão filtrando
algas da areia do fundo do rio que é o alimento preferencial
principalmente do curimbatá.
Susto, quase morri do coração. Ia flutuando
calmamente rio a baixo, quando o guia deu um sinal para eu
olhar à direita. Era uma sucuri que subia pela correnteza,
ora mergulhava, ora saia e ia margeando o barranco. Companheiros,
não é nada agradável ver um bicho deste
à poucos metros da gente!
Susto novamente. A bela e a fera. Um jacaré do papo
amarelo e um peixe de aquário chamado de Joaninha,
que vive entre as algas do fundo do rio. Não é
fácil ver este peixe, pois ele vive oculto entre as
vegetações fugindo dos predadores.
São tantas cenas maravilhosas que se torna dificílimo
escolher uma, ou algumas, que representem nossa flutuação
pelo Rio Olho D`Água, mas acredito que imagens como
esta, permanecerão em nossas mentes, dando asas à
imaginação, de uma natureza intocada e preservada
na natureza. Com que direito poluímos todos nossos
rios? Degradamos nossas florestas? O mundo pode ser belo,
aguardamos que em um futuro o homem tome consciência
disto.
Este lugar é chamado de Vulcão. A água
brota do fundo com tanta força que não se consegue
chegar até a nascente, ou seja, até o fundo.
São várias nascentes que em conjunto parece
à cratera de um vulcão.
Um pouco a baixo deste ponto havia um grande cardume de grandes
piraputangas, que executavam um bailado extremamente harmônico,
como se estivessem em um baile. Uma fazendo a corte a outras.
É a dança para os acasalamentos. As desovas
geralmente ocorrem em pequenos recôncavos de riachos
limpos como estes.
Acredito ter descoberto o sentido do bailado das piraputangas.
Logo a baixo estava de prontidão um Jacaré-do-papo-amarelo,
com certeza, escolhendo seu almoço! Tenho visto na
natureza e mesmo em filmes, a argúcia que os animais
usam para a caça! É um jogo! O jacaré
na espreita, ele tem que possuir um sentido extraordinário
para pegar um peixe pois a rapidez deste é incrível
em comparação como sáurio, então?
Ele fica imobilizado, por um longo tempo! Espera pacientemente
o melhor momento. Então, ataca. Mas o peixe tem que
estar muito próximo a ele, pois o único movimento
rápido que faz é com o giro de sua cabeça
e suas potentes mandíbulas.
O guia chegou bem perto do bicho para tirar essa foto. Felizmente
o guia nada se parecia com uma piraputanga.
Jacaré-do-papo-amarelo: Réptil crocodiliano,
aligatorídeo (Caiman latirostris), do litoral do RN
ao RS, e bacias dos rios São Francisco, Doce, Paraíba,
Paraná e Paraguai, cujo comprimento vai até
2,10m. Diferencia-se dos demais por ter apenas três
séries transversais de grandes escudos nucais e focinho
quase tão largo quanto comprido.
Peixinhos são muito procurados para serem colocados
em aquários e chama-se: Mato Grosso.
Este cardume de piava de três pintas encantou-me. Há
muitos anos que eu não as via em nossos rios. Esta
piava quando pega em anzol, com uma varinha flexível
e linha bem fina dá gosto de ver a força que
fazem. Atualmente quando eventualmente pegamos um desta espécie
o soltamos, por ser rara, pequena e ter muito espinho.
Encontra-se muito no Pantanal o piavuçu, que é
muito maior e anda em grandes cardumes.
Piava ou piaba, designação comum a várias
espécies de peixes fluviais, actinopterígios
(são peixes que têm o esqueleto ósseo),
de boca pequena, dentição forte, e que se alimentam
de matéria vegetal e de animais em decomposição;
piava, piau, aracu.
Aí está minha sobrinha Marina. Grande flutuadora
do Rio da Prata. A primeira fotografia é sub a água
e a segunda é tirada sobre a superfície da água.
São realmente quadros inesquecíveis.
É difícil identificarmos as pessoas, dentro
da água. Mas acredito que este casal simpático
ser o Elias e a Dane. As fotos estão lindas, são
recordações que guardaremos para sempre em nossas
mentes. E sempre com vontade de voltar.
Esta é uma fotografia muito peculiar, é um cardume
de peixinhos (Mato Grosso), escondendo entre as algas, no
fundo do Rio Olho D`Água, estão escondidos,
dos numerosos predadores que lhe rondam, para o almoço.
Duas fotografias maravilhosas. Creio ser o Elias. A dupla
ao fundo, mostrando a profundidade da visão dentro
da água. Tudo é silêncio tudo é
harmonia. O ambiente um caleidoscópio que se altera
a todo o momento, com a sombra das árvores ribeirinhas,
com as nuvens que impedem a luz do sol e a profundidade da
água onde estamos.
Esta fotografia é para ser muito bem analisada. São
as rochas calcárias do fundo do rio, aí desnudas.
Por que? Estão filtrando a água do rio. Essas
duas folhas de Iguape vinham flutuando pela correnteza, e
ao passarem sobre estas pedras se aderiram. Isto provou-me
que a água estava penetrando nas pedras, se filtrando
e dissolvendo o calcário da rocha. As pedras da região
são como esponjas minerais que filtraram e armazenarem
a água por todo o complexo da Bodoquena. Esse foi um
momento muito especial de meu mergulho, pelo simples fato
de ver esse fenômeno tão importante acontecendo.
Os cientistas, nestes pontos colocam um corante vermelho na
rocha, e depois procuram rio a baixo onde o corante vai sair,
às vezes saem a quilômetros de distância.
Usam corante de anilina para não poluírem as
águas onde pesquisam.
Os mergulhos e flutuações continuaram. Creio
que somente realizando esses passeios, flutuações,
é possível vivenciar estas emoções.
Crio que esta dupla é o Elias e a Dani, vale a recordação,
pois a identificação real preciso de ajuda.
Achei esta foto muito peculiar pois, pega uma de nossas amigas
( Dani ou Marina) atrás de uma bela piraputanga.
Estas duas fotografias deste mergulhador sexagenário
tenho certeza que são minhas. Vou guardá-las
com muito carinho, pois, não sabei se um dia podei
fazer novamente esta flutuação. Espero que sim!
Na realidade uma flutuação não se exige
quase nada do físico, somente do emocional. Sabendo
nadar, é somente controlar a respiração,
manter a calma e guiar o corpo água a baixo, desviando
dos paus e pedras para não tomar um ralo. Quando se
mergulha a primeira vez dá uma certa claustrofobia.
Este é o final da flutuação para quem
não quer pegar correnteza. Eu fiquei por aí
mesmo e desci o restante de canoa, o meus jovens companheiros
foram no nado. Alguns se cansaram.
Esta é a chegada do Rio Olho D´Água no
ponto de descanso, pela fotografia pode-se ver que é
um lugar maravilhoso. A água transparente e cheia de
peixes. A mata galeria repleta de árvores típicas
da região, completa o cenário. Cenários
melhor dizendo, pois eles se alteram a cada minuto, variando
alterando as cores e se compondo entre luzes e sobras.
Serei eu, o Serjão? Creio que sim. A outra fotografia
é a Marina na chegada do ponto de descanso, mas ela
continuou a flutuação.
Estamos discutindo. Vamos todos em frente ou não. Eu
logo decidi fico por aqui mesmo. Vou fazer o restante de embarcação.
Não me arrependi, pois o piloteiro, desceu o rio jogando
ração para os peixes e o que vimos de caranhas
enormes e dourados soberbos foi incrível. Eu nunca
havia visto antes, em nenhum lugar do Pantanal.
Como eu fui o único desistente, saí da água
meio cabisbaixo. No primeiro momento arrependi-me, mas depois
de ver a água a ser cruzada, sem correnteza nenhuma,
e a gente tendo que nadar mesmo, fiquei tranqüilo pois,
iria ter que ser rebocado, não daria conta do recado.
Eu saí “baleado da flutuação” o Zelão
e Marina estão tranqüilos que ainda foram mais
à frente, indo do Rio Olho D`Água até
o rio da Prata.
Paramos um pouco aí neste lugar e recordamos as emoções.
Também tomamos todos um pouco de fôlego.
O Elias queria mais, a Dane se recompõe. Lembramos
da grande nascente no meio do Rio que se chama de Vulcão.
O grande mergulhador Elias consegue atingir o Vulcão.
Não foi fácil, pois a força da água
é muito forte ao sair do vulcão.
N a segunda fotografia duas espécimes extraordinárias
: Um grande dourado e uma grande caranha.
NOVA HORA DE EMOÇÃO:
Um jacaré nos acompanhou, estava tomando sol, entrou
na água e foi para o fundo. O guia agüentou a
mão e fotografou. Eu fiquei como um toco flutuante,
acreditando que o bicho não estava a fim de atacar
ninguém.
Aí estão as fotos: ele mergulhando, e saindo
nadando debaixo de nós. Se segura machão!
Na primeira fotografia o fim da flutuação, no
sangue somente adrenalina e emoções, pelo rosto
das meninas podemos constatar o fato. Na segunda fotografia
estamos no “pau-de-arara” voltando para a sede da fazenda,
com bastante fome e prontos para um almoço especial.
Depois do maravilhoso almoço, cada um procurou um canto
de sombra para um repouso e um cochilo. Eu particularmente
estava quebrado, pela caminhada e pela flutuação.
Os sons eram convidativos para uma soneca, a orquestração
dos pássaros era a música ambiente ideal para
o momento.
Estávamos realizados, felizes. Mas, havia uma lojinha
de lembranças e não resistimos, fomos fazer
umas comprinhas. O que mais eu queria havia terminado que
seria um CD-rom sobre a Fazenda Prata, mas a gente sempre
acha alguma coisa para comprar.
Mergulho noturno dos meninos.
Chegando ao hotel, na volta, aproveitei para ir dar uma boa
descansada. Depois de uma hora, mais ou menos, escutei um
alvoroço no átrio dos quartos de nosso chalé.
Saí ainda com dores no corpo, fazendo cara de animado.
Sabem o que os meninos com o guia estavam maquinando?
Irem fazer um mergulho no rio à noite, e olha que estava
chovendo e um pouco frio. Bem a juventude é biologicamente
audaz. Ótimo, que assim seja.
Lá fomos nós para a cidade alugar, roupas de
neoprene, lanternas e demais acessórios para o mergulho,
logicamente eu fiquei de fora...não poderia deixar
a Marina e Dane desprotegidas, pois à noite queriam
ir às compras na grande cidade de Bonito.
Bem ai estão os dois aventureiros da noite. Nós
os levamos até uma ponte que ficava a alguns quilômetros
a montante do hotel, para eles flutuarem até o hotel.
A noite estava chuvosa, escura e fria. A cara do Elias está
bem animada, com pose da Revista Cara. O Zelão? Não
sei? Uma fisionomia de expectativa, como que perguntando:
O que é que estou fazendo aqui com este louco do Elias?
Na primeira fotografia tudo é tranqüilidade de
sombras e escuridões. Na segunda parece que deram de
cara com um jacaré ou não? É apenas efeito
da fotografia. As fotos são documentos que eles foram
mesmo, na escuridão para um mergulho no Rio Formoso.
Acredito que era um jacaré mesmo! E o guia fotografou
e acalmou o valente mergulhador, saberemos melhor depois os
fatos.
Aí está um peixe noturno chamado acari, da família
dos cascudos. Designação comum aos peixes siluriformes
que têm o corpo sem escamas ou recoberto de placas ósseas,
boca com dentes e, geralmente, dotados de barbilhões
sensoriais. Loricariídeos, que compreende grande número
de espécies de bagres, cascudos, com parte do corpo
protegida por placas ósseas, boca ventral e lábios
grossos. Caracterizam-se pelo corpo delgado, revestido de
placas ósseas, e pela cabeça grande; vivem nos
fundos dos rios, preferencialmente em lugares rochosos, e
alimentam-se de lodo, vegetais e restos orgânicos em
geral.
Missão cumprida. Retorno à base. E dá-lhes
muita cerveja para o aquecimento geral. Foi uma aventura muito
importante, pois incrível, pelo que contaram, as modificações
entre a fauna diurna e noturna no rio são muito grandes.
Iríamos ficar mais um dia, contudo o sábado
amanheceu chovendo não teríamos nenhum programa
para fazer. Resolvemos partir. Para mim, é um sentimento
duplo a partida. Primeiro a alegria de rever a família
e segundo a tristeza de deixar toda aquela beleza para traz.
A é vida é dinâmica. Sempre partimos com
a certeza de voltarmos ou no mínimo de uma outra viagem,
de um outro encontro de uma outra aventura.
Voltamos por um outro caminho até Campo Grande.
Este é o Rio Miranda bem próximo a sua nascente,
ainda é um rio estreito. Fiquei impressionado com a
cor da água, é como se fosse uma esteira de
terra, transportando a terra erodida do planalto para o Pantanal,
é o retrato da futura morte do rio. Toda essa terra
transportada deposita-se no baixo pantanal, assoreando os
rios, mudando seus cursos e matando sua fauna e flora. Já
aconteceu com o Rio Taquari, agora com os governos, mais agressivos
ainda, contra o meio ambiente o processo fatalmente será
acelerado. Temos no MS o famoso governador Zéca do
PT e no MT o Blasio o rei da soja e do desmatamento, é
triste, o homem somente vê um palmo à frente
do nariz. Não pensam no futuro, somente ganhar eleições
e encher os profundos bolsos e as malas de dinheiro.
Estradas ótimas. Movimento nenhum. A aftosa matou
o movimento de Mato Grosso do Sul. De Bonito a Três
Lagoas quase não havia movimento, os 530 Km de distância
foram feitos na maior tranqüilidade.
A última imagem de nosso grande passeio, a placa muito
bonita da chegada em Nioaque. Daí para frente o pensamento
foi somente para a volta, a família e o trabalho. As
férias haviam terminado neste exa\to ponto.
FIM.
Hoje é 31 de dezembro de 2005 é o último
dia do ano, Foi quanto terminei este modesto relato..
Esta semana passei na fazenda foi tudo muito bom. Descansei
bastante.
Ontem fui até o Pico do Gavião de Bayou, com
o Elias e o Fernando, esta será uma outra história.
No domingo passado fiz o trajeto, da fazenda ao Pico do Gavião
com a S-10 (2006) como Senhor Cido, para marcar o trajeto
no GPS.
Ontem teve a festa do aniversário da Regina (70), ela
havia passado como todos nós por um trauma, pois seu
neto de 9 meses caiu na piscina e quase...
Agora estou aqui em Ribeirão esperando o fim do ano
de 2005, lendo este modesto relendo.