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Viagem a BONITO-MS.
23-10-2005.

Grupo de amigos, que viajamos para Bonito, MS: Daniela, Marina, Elias, José Fernando (Zelão), Sérgio (doutor ou tio). Aí estamos esperando o almoço no Hotel do Aquário, Parque Ecológico Maria Bonita, a 15km de Bonito.

INTRODUÇÃO:

A hora da despedida, eu com minha netinha no colo ganhando um forte abraço. Ela perguntou-me se eu ia a fazenda? Fui com Elias e Dane. Todos estávamos muito animados e contentes, pois tínhamos certeza que a viagem seria um sonho.
Há muitos meses estamos pensando em irmos passear na cidade de Bonito, MS. Eu, José Fernando e Marina; Elias e Dane. Como o local apresenta muitos atrativos teríamos que ir em uma data especial. A data ficou marcada para 23-10-2005. A Zelão sairia de São Paulo com Marina. Eu, Elias e Dane, de Ribeirão Preto, para nos encontrarmos em Três Lagoas. MS.
Assim evitaríamos sair na madrugada do dia marcado, resolvemos sair na noite anterior, para pousarmos em Três Lagoas.
A viagem de Ribeirão Preto a Três Lagoas é praticamente toda em pista dupla. O caminho que o Zelão faria de São Paulo a Três Lagoas é todo em pista dupla também. Nosso estado, São Paulo, está ótimo de estradas, com raríssimas exceções.
Saímos por volta das 19:00h, fomos “andando bem” com a novíssima Frontier Nissan, do Elias. Chegamos tranqüilos lá pelas 23:00 no hotel. O Zelão estava 1h atrás de nós, isto é, uns 120Km.
Não demorou muito ele chegou, como sempre o casal estava feliz da vida.
Entraram na cerveja e pediram um filé ao palito. Muitos planos. Muitas histórias e muita esperança de uma bela viagem.
No outro dia, depois de um café da manhã, soberbo partimos!
Surpresa total para mim que sempre faço esse trajeto. Três Lagoas & Campo Grande:
Primeiro; o asfalto estava ótimo! Segundo; não havia movimento quase nenhum nas estradas!
Aí me lembrei! Melhor me toquei, como dizem. Era a crise da famigerada FEBRE AFTOSA.
Um sentimento de espanto tomou conta de mim, era uma catástrofe! Um desastre para a economia! Um retrocesso para nossa pecuária! Uma perda de difícil reparação para o Brasil.
Onde estavam as centenas de caminhões boiadeiros que circulam por todo Mato Grosso?
Com certeza estavam nos postos de gasolina estacionados! Nas poeirentas ruas de cidades silenciosas! Na espera em embarcadouros vazios! Que tristeza, que desolação.
O gado se esparramando por todos os pastos, como manchas brancas a enfeitarem o verde do brizantão. Qual seria seu futuro? Infelizmente não se sabe.
Passei por Água Clara, onde o Augusto tem milhares de cabeças de gado em sua linda fazenda, senti vontade de ligar para ele, para esclarecimento, mas não achei apropriado!
Curti, sozinho, a tristeza!
Tenho minha meia dúzia de vaquinhas e pensei, qual será o futuro?
Não meu, mas do país, do estado, dos fazendeiros e pecuaristas?
Passei a olhar as boiadas e as achei tristes!
As caminhonetes voavam pelas boas estradas sem movimento. Os amigos nada sabiam ou pensavam, não são do ramo e não perceberam nada, apenas elogiavam as estradas. “E pé na tábua, para almoçar no Shopping de Campo Grande”. É a vida!
Mapa da viagem:

De Ribeirão Preto a Bonito serão 1.189Km; Combustível necessário: 108 litros de diesel; Número de pedágios: 6; Passaremos por 37 cidades; Campo Grande =829Km.
Melhor acesso para Bonito é Campo Grande, Br-060, Nioaque e Jardim.
Mas preferimos fazer 100Km de estrada ruim, de terra, irmos por Aquidauana direto para Bonito.
Dados do GPS 262C, após a chegada em Bonito: Velocidade média = 90,0Km/h; Velocidade máxima = 144 km/h; Distância = 1070Km. A diferença entre o planejado e o GPS foi devido ao fato de pegarmos o atalho da estrada de terra, não passando por Niuaque e Jardim.
Os “meninos” estavam com vontade de experimentarem suas máquinas: Zelão com sua L-200 e o Elias com sua nova Frontier.
Estava chovendo. Valeu a pena. Essas estradas com buracos, barro, grandes poças de água com atoleiros é a “praia” destes equipamentos.
O Elias passou guiando o L-200 com o Zelão, eu e as meninas na Frontier do Elias. Foi um belo teste, gostei!

RECORDANDO A VIAGEM.

Estamos no Hotel Vila Romana Park, em frente aos nossos apartamentos. O Hotel fica na cidade, mas bem ao lado da pista. Facilita parar aí, pois as conduções ficam carregadas em frente ao apartamento, se bem que para mim isto não vale nada. Pois depois de meus calmantões, acho que podem levar até minha cama que eu não vejo nada. Mas os meninos, quem sabe?
De manhã, antes da saída José Fernando, o Zelão, foi cuidar da máquina. Viu óleo e água, tudo em ordem para mais uma etapa. Eu ao lado, estava fiscalizando o serviço, atrás está a Nissan do Elias, pronta para marcha. O hotel é bom, barato e prático, recomendamos aos amigos.

Aí estamos no estradão. O GPS está com a rota traçada, não tem erro. Estamos arrancando a 91,2Km/h para passamos o caminhão, após a lombada. O motivo da fotografia foi por que vimos mais dois caminhões nos 20 km de reta à nossa frente. Havíamos andado mais de 20Km sem encontrarmos ninguém.
Pela marcação precisa do GPS estamos a 647 km do destino, BONITO. Tínhamos andado mais de 540Km. A altitude neste planalto é de 333,9m, ótimo para engorda do boi segundo o Gustão. Estamos a 7:29h para chegar ao destino.
O planalto já estava se tingindo de verde, a noite passada havia chovido bem. Todo gado que vi ainda está magro, as chuvas serão importantíssimas para esta triste passagem que os pecuaristas terão pela frente.

Na subida, uns 10Km antes de Água Clara, encontramos este caminhão cheio de caminhonetes Frontier, o Elias ficou feliz, eram as “Nissan” penetrando em Mato Grosso.
Na segunda foto estamos na rotatória antes de Água Clara. Se pegarmos a direita e andarmos mais ou menos 20KM, passa-se dentro da bela fazenda do Gustão. À esquerda, segue o caminho para Campo Grande.


Aí está a avenida que corta a cidade de Água Clara. Houve grande progresso na cidade nestes últimos tempos, em virtude da valorização dos cerradões existentes na região, onde o capim brachiária sai muito bem. Isto mudou completamente o valor e o desenvolvimento das terras nessa região, assim como, acredito, foi o motivo do Brasil ser hoje o maior exportador de carne do mundo.
Na segunda foto, estamos passando a ponte do Rio Verde. Rio este que desemboca no Paraná a montante da cidade de Panorama. Quando meu concunhado Robertão era vivo e morava em Dracena, muitas vezes fomos pescar em um hotel que havia no encontro do Rio Verde com o Paraná, do lado do Mato Grosso, pegava-se muitas piaparas, pois o dono do hotel tinha uma ceva em frente ao hotel, bons tempos!

O GPS mostra Ribas do Rio Pardo e estamos lá. A curva no GPS antes da cidade é onde há uma ponte sobre o Rio Pardo. Este rio foi muito importante para a penetração dos bandeirantes paulistas para a conquista do ouro na região de Cuibá, Poconé e Chapada dos Guimarães. Hoje, o rio está represado até a cidade de Bataguaçu, MS; pela Barragem de Sérgio Morta, acredito que em volume de água hoje é a maior represa do Brasil.
Logo após o Rio Pardo, e bem antes deste ponto onde estamos na cidade, tem um frigorífico, que está sempre movimentado, contudo, neste dia não tinha nada, nem bois, nem caminhões, nem funcionários alegres indo e vindo de Ribas do rio Pardo, para o trabalho, é triste!

Em matéria de pose e alegria, somente encontramos a estátua deste boi nelore na entrada da cidade de Ribas do Rio Pardo, uns 2km depois da fotografia anterior. Achei muito importante esta imagem do boi na entrada da cidade. É um símbolo de esperança, e ela assinala que é o Nelore, é o boi, é a força do homem, que juntos superarão este momento de crise da febre Aftosa.

É muito rápido de Ribas a Campo Grande, quando se anda a mais de 130Km/h, tinha muitas turmas de trabalhadores dando acabamento com cimento nos acostamentos da estrada, ficamos contente, pois não basta arranjar o asfalto há que se reestruturar os escoamentos de água, em fim, fazer o acabamento da pista, caso contrário em pouco tempo todo trabalho está perdido. Nos chamou a atenção, pois eram dezenas de turmas fazendo o serviço, é bom, pois dá emprego a muita gente! Mas, por aqui as Autovias fazem tudo isso com máquinas, específicas. Acredito ser muito mais rápido e mais barato. Em fim, cada lugar com seus problemas e cada problema tem sua melhor solução! Esperamos que sim!
Em Campo Grande, fomos diretos para o Shopping, almoçar. Como sempre a praça da alimentação, lotada. Comemos bem em um restaurante na entrada da praça de alimentação. Já almocei lá algumas vezes, incluindo uma vez com o Augusto, Agnaldo e Pena Branca.
Depois de tomarmos um capuccino na Kopenhagen pegamos estrada. Seguindo nosso caminho para Bonito.


Esta é uma das retonas existentes entre Campo Grande e Aquidauana, grandes descidas, do planalto para a planície. Sempre foi uma estrada super movimentada e esburacada. Incrível, hoje o asfalto uma mesa e trânsito? Quase nenhum! Nunca havia visto isso, nestes mais de 20 anos que vou ao Pantanal. As fotos são do José Fernando. Na primeira sou eu com a Frontier do Elias que estou indo à frente e mais ninguém! Serão no futuro momentos históricos a serem recordados.
O trecho da de Campo Grande a Anastácio & Aquidauana, como digo é “morro a baixo” e como a estrada estava sem trânsito foi um passeio. Com 100Km chegamos à Serra do Maracaju, mais 30 Km, viramos a direita no trevo da cidade e depois de 20Km, largamos a estrada asfaltada com destino à cidade de Jardim. Vinte quilômetros depois pegamos um desvio de terra e fomos diretos para cidade Bonito.

Recordando anos passados:

Vistas do passado, esta fotografia foi tirada há 2 anos nesta estrada. Uma boiada tocada por uma caravana de boiadeiros. Estavam viajando há mais de 2 meses, o gado estava magro, mas os boiadeiros altaneiros e animados. Hoje não vimos um pião se quer a cavalo em todo caminho.

Estrada de Terra:

O Elias foi com o Zelão, de Campo Grande para frente. Disse que era para descansar o companheiro. Não sei, pois, não pararam de conversar um minuto e de rirem o tempo todo, eu estava atrás, e pude constatar.

Este é o padrão ótimo da estrada de terra. Pode-se ver a L-200 a frente. Nas baixadas, depois que começou chover a estrada mudou muito, barro e grandes alagados. Não era problema para as máquinas. Portaram-se à altura de verdadeiras “off roads”. A chuva veio na hora certa, pois estava tudo muito seco, os rios com as águas baixas, e as pequenas nascentes de córregos pequenos sem uma gota de água.



Depois que começou a chover este foi o aspecto que a estrada entre Aquidauana e Bonito foi ficando. Como disse um teste bem oportuno para as duas caminhonetes, que por sinal dão um show em estradas com essas características.
Como o Elias estava tocando forte, eles deram uma parada para verificar se estávamos indo bem. Com uma Frontier nova desta na mão, modéstia à parte, não tenho medo de nenhuma outra máquina, bem entendido, sem fazer loucuras. Tocando sempre dentro dos padrões rígidos de segurança e manutenção dos equipamentos.



Chegamos logo a ponte sobre o Rio Miranda, chamada de quilômetro 100, pois essa é a distância de Aquidauana nesse ponto. O rio estava com muito pouca água e suja, pois havia chovido. Este Rio sempre foi considerado um dos rios mais piscosos de todo o Pantanal mato-grossense, mas tem sofrido uma depredação terrível. Se nada for feito, terá o mesmo fim do Rio Taquari, praticamente o assoreamento e a “morte”. O Gustão e sua turma tem um Rancho maravilhoso neste rio. Fica no Passo do Lontra, mais ou menos, 550Km abaixo deste ponto. Ainda se pega muito peixe por lá, mas nada comparado há 15 anos atrás.

Aí está o sofrido Miranda, em sua parte alta, nasce no município de Jardim nos contrafortes da Serra do Maracaju e forma um importante vale separando a Serra da Bodoquena da Serra de Maracaju. Um vale fértil no Pantanal Alto. Já naveguei este rio deste ponto até sua foz, 800Km a baixo, no Rio Paraguai. Saudade é que não falta dentro deste velho coração.
Com minha canoa Super Alumar de 8 metros, com 2 motores de poupa, fizemos este percurso em 4 dias:
1. Quilômetro 100 até a cidade de Miranda.
2. Da cidade, ao Hotel Flutuante na foz do Rio Aquidauana.
3. Do Flutuante ao Passo do Lontra.
4. Do Passo do Lontra ao Rio Paraguai, no hotel Paraíso dos Dourados.
Bem como sempre digo: Esta será uma outra história.

Dia 24-09-2001, eu, Maluf, Marcelo na foto. Fotografando está o Elias. Fomos até Bonito onde ficamos 2 dias e depois fomos para o Pantanal, ficamos no nosso barco o Sheikinah. O Rio Miranda estava muito mais cheio. Havia dourados correndo atrás de curimbatás nas praias e muitos pescadores. É uma outra visão da que tivemos na viagem atual.

Na estrada do Rio Miranda até Bonito a topografia muda bastante, torna-se mais acidentada, isso é, os vales são mais profundos, os cerrados mais fechados, a terra mais agreste. Mas quando se está a 20Km da cidade, nova mudança. Primeiro, um enorme búfalo chafurdando na água.
Depois a beira da estrada uma casa bem simples e típica da região, e para nossa surpresa é um restaurante para tropeiros, ou seja, um pouso de boiadas.
Gostaria de ter parado, conversado com o dono do pouso, mas, paramos e não encontramos ninguém para trocarmos idéia. Seguimos viagem para Bonito.

CHEGADA EM BONITO.

Em 1991 estivemos em Bonito, antes de irmos para o Pantanal. Estas boiadas que vimos são um exemplo eloqüente das mudanças que ocorrem por lá em virtude da febre aftosa.

Dia 24-09-2001, chegando em Bonito, encontramos uma boiada de 1.200 bois nos recepcionou na entrada da cidade. A arroba do boi a $60,0 reais. Tudo era festa, e ânimo, uma diferença gritante da chegada de agora. Tudo vazio. Os peões nos bares, os caminhões boiadeiros encostados em ruas desertas, desolação!

Dia 24-09-2001 para o dia de nossa chegada 23-10-2005. Onde anda o olhar altaneiro, um pouco arrogante, do pião, desafiando as caminhonetes que lhe perturbavam o conduzir dos bois? Onde está a tropa da cozinha que ia à frente para a “queima do alho”. “Saudade palavra triste que nos invade o coração”.
Acreditamos que certamente tudo voltará ao normal. No próximo ano já marcamos nosso retorno, queremos ver as boiadas passarem, o cheiro do alho queimado, o barulho típico de milhares de cascos batendo no chão.
Nossa chegada de 2005 não teve nada de especial, apenas uma cidade vazia a espera de poucos turistas.

Vista do satélite da pequena cidade de Bonito, esta foto corresponde a uma altura de 12.000m mais ou menos.

CIDADE DE BONITO.
DADOS GEOGRÁFICOS:
Área: 4 934Km2. Altitude: 350m. Latitude: 20 55 30. Longitude: 056 30 00.
Ponto Culminante: Serra da Bodoquena com 720m.
Clima: tropical úmido. Temperatura média: 22C.
População estimada: 17.000habitantes.

LOCALIZAÇÃO:
Bonito é um município sul-matogrossense. Distante da Capital Campo Grande 260Km.
Está localizado na encosta as Serra da Bodoquena, abrangendo grande parte dela, por cujo espigão corre a linha divisória com o município de Porto Murtinho, ao sudoeste.
HIDROGRAFIA:
A município pertence à Bacia Hidrográfica do Rio Paraguai e Sub-bacia do Rio Miranda.
Principais Rios: Rio Miranda, Rio Formoso (Formosinho que deságua no Formoso; onde fizemos a primeira flutuação, em lugar chamado Aquário) e Rio da Prata (onde fizemos a segunda e mais linda flutuação).
Rios que nascem no município: Rio do Peixe, Rio Formoso, Rio Perdido e Rio Sucuri.
Principais córregos: Olaria, Taquaral, Anhumas, Bonito, Coqueiro, Mutum e Restinga.
Sistema hidrográfico especialmente particular por apresentar associações com rochas calcárias, que proporcionam a existência de rios subterrâneos, sumidouros e ressurgências.
O calcário torna as águas dos rios cristalinas, pois contribui para precipitar partículas em suspensão para o fundo dos leitos.
RELEVO:
Possui duas unidades dominantes: 1. Serra da Bodoquena a oeste do município, ergue-se como um extenso divisor entre as depressões de Bonito, Miranda e Apa, caracterizando um relevo residual. Estende-se por aproximadamente 200KM de comprimento e cerca de 65Km de largura. De modo geral com uma altitude de 400 a 600m. A Serra da Bodoquena apresenta formas e características relacionada as litologias calcárias.
2. A segunda unidade é a depressão do Miranda, localizada entre a depressão do Aquidauana e Bela Vista.

Fotografia tirada a aproximadamente 40Km de altura. Nesta fotografia do satélite percebe-se, com boa vontade, os vales dos rios do município com suas matas galerias e áreas de pasto e de agricultura nos terrenos mais planos.

Esta região da Serra da Bodoquena, segundo geólogos, formou-se entre 560 a 580 milhões de anos, quando as Américas estavam se separando do continente Africano, era recoberta de água, portando, mar! O Pantanal ainda não existia, nem os Andes, que se formaram a 65 milhões de anos aproximadamente, chamado período Pré-Cambriano.

Fotografia tirada a 180Km de altitude. Quase inimaginável o que vê. Uma depressão longitudinal na Serra da Bodoquena funciona quase como um funil facilitando a infiltração das águas pluviais no solo calcário poroso. Isso dá origem às numerosas nascentes da região e a presença de um Aqüífero da Bodoquena, responsável por um imenso reservatório de água no subsolo da região da Serra. Como veremos as rochas calcárias funcionam como uma esponja absorvendo, retendo e filtrando as águas do subsolo da região.

Andando pela região de Bonito é que podemos sentir o significado real destas fotografias de satélite. A altitude dominante é de 330m, podemos considerar como já foi dito, uma planície elevada, em relação à depressão pantaneira, tendo a Oeste o Planalto que é a Serra da Bodoquena.
A região é entrecortada de vales dos rios que nascem na Serra e correm para o Rio Miranda, no sentido Este do estado.
O verde do mapa, são as matas galerias e a “serraria” que são consideradas pelos fazendeiros como áreas de reservas florestais.
O solo na maioria dos lugares mais altos, encostas dos vales, é pobre. Cheio de pequenos pedregulhos, que nada mais são que pedras de quartzo trituradas durante os últimos 55 milhões de anos.
Nos vales, existem belas propriedades, com ótimas pastarias, o solo é um campo de terra roxa, um cruão como classifica o primo Augusto. A pastaria de brizantão, brachiarão, estava bem verde, pois o período das chuvas havia se iniciado após uma longa e terrível seca que assolou por toda a região, incluindo o Pantanal.
Sobre a paradeira em todo Mato Grosso do Sul devido à febre aftosa já falarei, contudo não paro de pensar nesta catástrofe, silenciosa. Já não dá manchete mais, somente Palocci, Delúbio, Lula, etc.

SERRA DA BODOQUENA, ESQUEMA.

Esquema da Serra da Bodoquena, com seus rios que nascem do lado Leste (Bonito, Bodoquena, Miranda, Aquidauana e Bela Vista e do lado Oeste, Rios Aquidabã e Perdido. O Rio APA divide o Brasil do Paraguai). E o rio principal que dá o nome à Bacia, o Rio Paraguai.

CLIMA:
Tem o verão úmido e o inverno seco. A precipitação atmosférica varia entre 1.000 a 2.000mm.
VEGETAÇÃO:
Predominância dos cerrados. Existem focos de florestas em solos férteis. Nas serras predominam as Matas Secas – associadas às rochas calcárias. As Matas Ciliares estão associadas a solos férteis às margens dos rios.
Árvores da região: Aroeira, Cerejeira, Bálsamo, Peroba, Ipês, Canafístula, Palmeiras, além de uma infinidade que compõem a vegetação do cerrado.
FAUNA:
Exuberante: Araras, Tucanos, Seriemas, Biguás, Emas, Garças, Periquitos, Papagaios, Mutuns.
Animais: Capivaras, Antas, Catetos, Queixadas, Tatus, Quatis, Cutias, Jaguatiricas, Onça Pintada e Parda, Tamanduás, Veados, etc.
Tipos de peixes:
Economia:
Pecuária: Tem um papel muito importante na região. O rebanho da região atinge 306.000 cabeças.
Agricultura: Tem 17.000he. Predominância é soja e milho.
Mineração: O subsolo de Bonito protege uma jazida de 51 milhões de metros cúbicos de mármore. Havendo também vários minérios: Cálcio, calcita, pedras para a construção, e argila para olaria e cerâmica.
Turismo: Visitado por aproximadamente 70.000 pessoas ano, com 56% dos empregos gerados.
Passeios importantes:

1.Gruta do lago azul; 2. Gruta de São Miguel; 3. Cachoeira do Rio Aquidabã; 4. Cachoeira Estância Mimosa; 5. Cachoeira Pargue das Cachoeiras; 6. Cachoeira Fazenda Ceita-Corê; 7. Cachoeira Eno Bókoti; 8. Parque Projeto vivo; 9. Passeios de Bote no Rio Formoso; 10. Bóia Cross; (quadricíclo);
Turismo Aventura (Mergulho autônomo); 11. Rapel e mergulho no abismo das Anhumas; 12. Mergulho na Gruta do Mimoso; 13. Mergulho na Lagoa Misteriosa; 14. Ybirá Pé (copa das árvores).
Flutuação: 15. Flutuação no Rio da Prata; 16. Flutuação no Parque Ecológico Maria Bonita (Aquário); 17. Flutuação no Rio Sucuri; 18. Flutuação no Rio do Peixe; 19. Flutuação Bonito Aventura; 20. Flutuação Buraco das Araras; 21. Parque Ecológico Rio Formoso; 22. Balneário Municipal; 23. Trilha Monte Cristo;
Bodoquena: Boca da Onça.

1. Gruta do Lago Azul: Gruta de rocha calcária com estalactites e estalagmites e travertinos que foi descoberto em 1924. O lago incrivelmente azul tem a profundidade de 70m e a largura de 120m. (20Km).
Nosso segundo passeio foi justamente este.
2. Gruta de São Miguel: Gruta tem uma trilha com cerca de 180m em ponte suspensa, passando ao lado das copas das árvores. No interior há muitos espeleotemas, com destaque para as pérolas e os coralóides. Na saída um carro elétrico busca os turistas. O passeio dura 2 horas.
CACHOEIRAS:
1. Cachoeira do Rio Aquidabã: A maior tem 120m de queda. O acesso é por trilha longa e difícil, fica a 55Km.
2. Cachoeira Estância Mimosa Ecoturísmo. A recepção com almoço de fazenda,caminhada de 3 horas por trilhas, estrada para Bodoquena 26Km.
3. Parque das Cachoeiras: Trilha margeando a mata ciliar no Rio Mimoso, estrada para Aquidauana18Km.
PARQUES:
8. Projeto Vivo: Fazenda Modelo. Cavalo, Trilhas. Descida do Rio Formoso de bote, estrada para a Ilha do Padre.

Passeios:
9. De bote no Rio Formoso: Descida de 7 km de bote inflável pelo Rio. Para banho em cachoeira. Estrada para Ilha do Padre 12Km.
Quadricíclo:

Turismo Aventura:
Mergulho autônomo: no Abismo das Anhumas...
11. Abismo das Anhumas.
Uma abertura no chão despenca em um abismo vertical, uma verdadeira viagem ao centro da terra.
A descida de 72m em rapel leva ao lago de águas cristalinas, do tamanho de um campo de futebol. Abaixo da superfície do lago, os praticantes de mergulho livre e autônomo se deparam com enormes estruturas em formas de cones com até 16m de altura. Na parte seca há vários espeleotemas, verdadeiras esculturas produzidas pela natureza.
O Elias e Zelão, não fizeram este passeio por ser muito caro, $500,00 reais , quase 200 dólares, por pessoa.
12. Mergulho na Gruta do Mimoso –somente para os credenciados.
13. Lagoa Misteriosa.
14. Ybirá Pe (arvorismo): Passeio pela copa das árvores


15. Flutuação no Rio da Prata :
É uma fazenda muita bem organizada, o passeio foi uma trilha de 40 minutos pela mata, aonde vimos macacos e mutuns e depois a flutuação, a mais longa que fizemos.
ÁGUAS:
Certas águas podem conter quantidades elevadas de alguns sais que, entretanto, são extremamente escassos em outros sistemas aquáticos, podendo-se citar as águas duras (carbonatos) de terrenos calcários, (Serra da Bodoquena/MS-Br).
Na região da Bodoquena/MS-Br, quase que totalmente, as suas águas apresentam notáveis e altíssimas concentrações de bicarbonatos, carbonatos e possíveis hidróxidos. Tal situação induz à presença de íons de cálcio e magnésio na água de abastecimento público o que não tem nenhum significado sanitário, porém acarretando alguns transtornos diários quando do uso doméstico. Por exemplo, pela utilização do que chamamos de “água dura”, formam-se incrustações nas tubulações e indesejáveis entupimentos. Também reduzem a transferência de calor, com aumento da ação das resistências dos chuveiros, através da deposição de calcários, acelerando a corrosão pela formação de carbonatos e hidróxidos corrosivos, terminando em queima das mesmas.

No decorrer do tempo, a “água dura” forma um depósito nas superfícies internas e externas dos contendores, dos recipientes, das canalizações, nos bojos, nas perfurações etc., pela formação dos carbonatos insolúveis, e na presença mesmo de raríssimas partículas colidais naturais ou não, com retenção maior quando do aumento da temperatura, por evaporação da água, portanto aumento da concentração das partículas.

Certos sais, (de cálcio, de magnésio, de sódio, etc.,), tornam o paladar desagradável da água de bebida (salobra) e o inconveniente quando da limpeza corporal e da lavagem de roupa, p.ex., formando nesses casos, grumos com uso maior do sabão ou sabonete.

Águas chamadas “duras”, só fazem espumas depois que seus sais reagem totalmente com o sabão e/ou detergente utilizado, daí o gasto maior desses produtos em ações de lavagem de roupas, cabelo e no próprio banho. Os cabelos perdem gordura natural e enzimas (queratina) presentes, tornando-os mais secos, tendo-se a sensação e aparência de encrespamento.

DADOS GEOGRÁFICOS:
Para o Estado de Mato Grosso do Sul, estão reservados R$ 1 500 000,00 para levantamento fundiário e aquisição de terra para criação do Parque Nacional de Serra da Bodoquena. É uma compensação pela passagem do gasoduto da Bolívia para o Brasil.
É preciso considerar que a área sugerida pelo IBAMA para criação do Parque Nacional da Serra da Bodoquena, que totaliza 90 000 ha, é o que restou de floresta nativa em área que apresenta relevo acidentado onde a rocha é aflorante, não sendo apropriada à agricultura e nem à pecuária. Esta região foi preservada em função da dificuldade de acesso e estão excluídos os assentamentos agrícolas, com exceção de uma pequena parte do Assentamento Canaã.
A área proposta para o Parque, além do indiscutível interesse científico, é de fundamental interesse para preservação dos atrativos turísticos em exploração na região de Bonito, Jardim e Bodoquena. Isto porque se trata de um maciço rochoso calcário elevado onde às águas infiltram e ressurgem na planície abaixo, formando os olhos d’água e os rios de águas límpidas e transparentes. A presença do calcário proporciona a formação de um relevo muito frágil, que recebe o nome de carste. As águas apresentam carbonato de cálcio dissolvido, o que proporciona o crescimento das cachoeiras de tufas calcárias que formam conjuntos de rara beleza cênica. Deve-se deixar muito claro, portanto, que a manutenção de forma intacta da área sugerida para o Parque Nacional da Serra da Bodoquena é de extrema necessidade para a continuidade da atividade turística das áreas de entorno, ou seja, como o avanço do desmatamento sobre aquela área, todos os atrativos da região encontram-se seriamente ameaçados, assim como a crescente atividade turística da região.

A Serra da Bodoquena
A Serra da Bodoquena é a mais importante feição geomorfológica regional não só pela altitude que se eleva, dentro do quadro de planícies do Mato Grosso do Sul como por estender-se sem interrupção ao longo de mais de 220 km, desde o município de Miranda e seguindo pelos de Bodoquena, Bonito, Jardim e Porto Murtinho. Sua maior largura, na latitude da cidade de Bonito é da ordem de 40km.
Para quem chega nas cidades que bordejam a serra pelo seu lado leste, causa estranheza o fato de não se observar nenhuma serra. Isto se deve ao fato da Serra da Bodoquena se constituir num planalto, com escarpa voltada para o Pantanal. Esta apresenta 200m ou mais de desnível e proporciona magnífica vista desta região alagada.
Esta serra se desenvolveu sobre rochas carbonáticas que tiveram origem entre 550 e 570 milhões de anos, no fim da era Pré-Cambriana. Formada a partir de intensa sedimentação carbonática depositada em antigo oceano por microorganismos, transformou-se na rocha calcária hoje existente e que os cientistas chamam de relevo carstico. Este relevo é caracterizado por apresentar inúmeras cavernas, rios subterrâneos e Dolinas (Depressão afunilada, produzida pela dissolução em regiões calcárias ou pelo desmoronamento resultante de tais dissoluções), sendo que, estas últimas, são cavernas que tiveram seu teto desabado. A presença do calcário, rocha sedimentar que apresenta minerais solúveis, principalmente a calcita, tem a capacidade de se dissolverem na água fazendo com que as mesmas permaneçam limpas, pois o calcário , não apresenta impurezas como a argila as quais poderiam turvar as águas. Nem mesmo em dias de chuva, a água turva. O resultado são águas extraordinariamente cristalinas, de coloração verde ou azulada gerando grande beleza cênica, relevância ecológica e ambiente propício à recreação.
Dada a sua forma, disposição e localização, a Serra da Bodoquena funciona como divisor de águas sendo essencial para recarga dos aqüíferos, isto é, grandes reservatórios subterrâneos desta substancia que, sem a qual, nada sobrevive no planeta.
A vegetação desta região é predominada por cerrados, com alto índice de biodiversidade e cujas fisionomias mais típicas são as chamadas matas secas ou floreta estacional decidual, associada as rochas calcárias . Estacional refere-se a relação com as estações do ano e decidual a característica de perda de folhas . As matas ciliares ou de galeria, serpenteiam acompanhando o curso dos rios e os protegendo. Funcionam como corredores para a migração da fauna e auxilia na dispersão de espécies vegetais.
A fauna, rica e expressiva, é composta por inúmeras espécies de aves tais como harpia , urubu rei, araras, tucanos , mutuns, e etc...,de outros animais como tamanduás, tatus, suçuaranas lobo guará veados, raposinhas e um grande número de espécies de invertebrados
Numa área de 76.481ha da Serra da Bodoquena, foi criado, pelo Governo Federal, em 21 de setembro de 2000, o Parque Nacional da Serra da Bodoquena. Unidade de Conservação de proteção integral está em fase de implantação, regularizando fundiariamente suas terras, criando seu Conselho Consultivo e aguardando o início de seu Plano de Manejo que definirá as áreas de Uso Público ou de visitação, através das quais, com suas belezas cênicas, ímpares em sua maioria, o Parque poderá cumprir uma de suas missões que é promover recreação, educação ambiental, e reaproximação do homem com a natureza.


RESUMO
No Planalto da Bodoquena, situado na borda sudeste do Pantanal Mato-Grossense, Estado de Mato Grosso do Sul, encontram-se em desenvolvimento inúmeros depósitos de tufas calcárias ao longo da drenagem atual na forma de cachoeiras e barragens naturais.
As drenagens apresentam água bicarbonatadas muito límpidas, o que proporciona o crescimento das tufas associada a musgos e algas. A turbidez das águas dos rios é praticamente nula, e isto se deve ao fato de suas cabeceiras, que cortam o planalto e desembocam na margem esquerda do Rio Miranda, situar-se em áreas de exposição de calcários muito puros da Formação Tamengo do Grupo Corumbá (Neoproterozóico III).
CHEGADA AO HOTEL.
Passamos pela cidade de Bonito e pegamos a estrada para Jardim, o Hotel fica a 6Km por esta estrada, um lugar maravilhoso, no meio de árvores e às margens do Rio Formoso.

Na recepção estas duas araras nos receberam com seus gritos estridentes de boas vindas. Já começamos sentir o ambiente ecologicamente correto do Hotel.

Esta é a recepção do hotel, com os turistas típicos de Bonito. As perspectivas de passeios eram ótimas estávamos muito felizes. Como veremos os lugares são lindos e muito bem conservados.


No trajeto entre o café da manhã até nosso apartamento, uns 150m mais ou menos, a trilha passava por uma piscina, uma ponte sobre uma nascente, e várias árvores da região todas com seus nomes marcados. Na fotografia ao lado temos uma palmeira chamada Bacuri, é muito comum nas matas galerias, e nos lugares mais úmidos da região. Tudo do Bacuri era aproveitado pelos nativos da região.

Estes são 3 pés de Aroeiras. É a madeira mais famosa e procurada em toda a região sudeste do Brasil. Ela tem muita história para contar: Por exemplo, o Sobradão em Casa Branca da família, tem seus pés direitos e estrutura toda feita de grandes toras de aroeira, construída há mais de 160 anos e ainda estão firmes. Todas cercas e currais das grandes propriedades eram construídos de aroeiras.
Finalmente, o inesquecível Marechal Rondon que construiu a primeira linha de telégrafo, que união todo o Brasil, teve o capricho de colocar todos os postes desta linha, em seus mais de 5.000Km, todos de aroeiras. Muitos postes foram transportados por carroções por mais de 200Km, nas regiões onde não havia essa espécie de madeira. Até hoje, passado mais de 200 anos, onde o fogo e o homem, não destruiu, ainda existem os postes fincados pelo grande Marechal Rondon. Isto eu vi na estrada entre Dourados e Ponta Porã. Devemos preservar e plantar aroeiras e o Pau Brasil pois essas árvores ajudaram a construir e integrar esta grande nação.

Depois que chegamos ao Hotel, fizemos um amplo conhecimento do mesmo, conversamos com a orientadora de turismo, que nos arranjou um guia muito bom. Depois fomos à cidade, fazermos um reconhecimento do ambiente e jantar. Os meninos estavam loucos para continuarem tomando cerveja. Jantamos um peixe muito bom em um modesto restaurante.

Estas duas fotografias mostram: primeira, mostra um chalé, muito bonito e completo. Na segunda, as dependências onde nós ficamos, a menos de 200m, passa no fundo destas dependências, o Rio Formoso.

Este é o simpático caminho que nos levava ao Rio Formoso, é uma mata muito rica em aves e animais.

Esta é uma cachoeira típica, entre centenas, ao longo do Rio Formoso. O Zelão e Elias nadaram bastante neste rio, mergulharam e aproveitaram. Chegaram a descer o Rio durante a noite com lanternas especiais.


Um trecho do Rio onde ele anda manso entre cachoeiras, sua água absolutamente limpa, expõe o fundo riquíssimo em algas e peixes. A água, a mata, os peixes formam um lugar de sonho, um lugar de meditação e harmonia.

Nosso Primeiro Passeio: Reserva Ecológica Baía Bonita –Também conhecido por Aquário.
Diversão, ecologia e aventura: o passeio oferece tudo isso e muito mais. Visitantes de todo o mundo são atraídos pela transparência de suas águas, repletas de cardumes de peixes de mais de 30 espécies diferentes, que estão sempre ali, quase ao alcance das mãos. A infra-estrutura rústica e aconchegante, com restaurante, museu de historia natural, loja de artesanato e piscinas para treinamento, proporciona ao turista uma estada agradável e com toda a segurança. Outra atração imperdível é o passeio pela Trilha dos Animais. Existem pontos de observação pelo caminho e dá para ver emas, jacarés, cervos-do-pantanal, lobos-guarás, etc. Distancia 7 Km da cidade de Bonito.

Na primeira fotografia nosso guia, o Batata, está nos explicando os passeios que escolhemos. Saímos do hotel e fomos para o Aquário (Baia Bonita), é um lugar muito bem organizado. No hotel quando chegamos fomos recebidos por araras, aí na Baia Bonita fomos recebidos por um casal de tucanos, nada mau, para passeios ecológicos.
Tem hora certa para a equipe chegar e sair. Troca-se de roupa, colocando uma roupa de neoprene, snorkel, máscara e sandálias. Fizemos um pequeno treino na piscina e fomos para o Rio fazer a flutuação.

Esta primeira foto é a sede do conjunto Baia Bonita ao lado a recepção, pode-se notar que tudo é muito bem organizado.
Visitantes do mundo todo são atraídos pela transparência de suas águas, repletos de cardumes de peixes coloridos e pela riqueza de sua mata onde habitam diversas espécies de animais.
Possui uma das melhores infra-estruturas de todo a região: Centro de visitantes, Aquário Natural, Trilha dos Animais, além de piscinas, restaurantes e anfiteatros para reuniões.
Nas águas da nascente, do Aquário Natural e do Rio Baia Bonita, qualquer pessoa pode mergulhar com tranqüilidade, a visibilidade da água alcança 50metros e basta seguir as instruções do guia. São mais de 30 espécies diferentes de peixes: Dourados, piraputangas e curimbatás, que estão sempre ali ao alcance das mãos.
A roupa de neoprene e o colete ajudam a flutuar e aquecem o corpo, o snorkel garante uma respiração tranqüila durante a flutuação e a máscara permite visualizar toda beleza do lugar.
O Rio Formoso permite visualizar toda a beleza do lugar com suas águas de cor esmeralda.
A Trilha dos Animais é um percurso através de passarelas suspensas e mirantes de observação durante o qual podem ser vistos animais regionais: Emas, lobos-guarás, jacarés-do-papo-amarelo, cervos-do-pantanal, sucuri, tamanduá e outros.

Na primeira fotografia, eu e Marcelo preparados para um mergulho com cilindro. Tinha que nadar rio a cima não deu para eu cumprir a tarefa. Por sorte voltei, bem aí, tem uma outra história. Na segunda fotografia estou preparado par ir fazer a flutuação, na Reserva Ecológica de Baia Bonita. Parece um bicho? Uma baleia? Um louco? Não, apenas um sexagenário otimista!


Exatamente neste lugar nasce o Rio Baia Bonita, onde nós iniciamos a flutuação. Este rio forma o que se chama de Aquário. Desta nascente, flutua-se mais ou menos 250m, vendo as maravilhas do Rio até que ele deságua no rio Formoso. Vamos às fotos.
Mergulhando nestas águas limpas e transparentes, fica-se em êxtase, como mostra a fotografia que se segue, que foi tirada dentro deste poço, que da origem do nome ao lugar: Aquário.

Esta é a principal visão do grande poço. Logo que mergulhamos a impressão é que tudo que vemos é irreal, um sonho! São milhares de peixes que parecem flutuar no espaço, tão limpa e cristalina é a água. Fica-se estático, não se sabe para que lado olhar. Às vezes nos descontrolamos na respiração e falta-nos o ar. Flutua-se ao sabor da lenta correnteza e os mais lindos cenários se sucedem de forma ininterrupta.

Esta é uma feliz imagem do Aquário. Um dourado, o rei dos rios, passa ao alcance de nossas mãos. O azul da água molda sua silhueta majestosa, parece deslizar na água como uma sombra, sem movimentos, sem se alterar, como um imperador em seu reino desliza por entre as multicoloridas plantas subaquáticas. Parece um sonho, a realidade deste ambiente.

Imponderável o espaço. Os peixes, dourados e piraputangas, parecem estar voando sobre o leito do rio. A translucidez da água os deixa em três dimensões, tudo é silêncio e harmonia, apenas nossa respiração quebra o encanto de tanta serenidade. A correnteza suave move nossos sonhos sobre ecologia, a mansidão dos peixes nos sensibiliza como pescadores. Onde está o limite, entre o homem e a natureza. O que humano temos se agredimos constantemente a natureza?

Ó mãe natureza! Tens sido benevolente com a humanidade! Até quando, me pergunto envolto nestas límpidas águas? Será esses sinais: desgelo, seca em alguns lugares, chuvas calamitosas em outros, nevascas, tsunames, furações, não são sinais de seu profundo desagrado? Será um dia desapareceremos como os dinossauros? Creio que ainda Deus, iluminará os homens, esclarecerá a humanidade e seremos poupados pelo nosso egoísmo, de pensarmos em ser os donos do mundo.

A vista alcança o azul das distâncias, o quadro fantástico deste aquário se altera constantemente, são luzes que refletem escamas multicoloridos, com tons: do amarelo ao vermelho. Nada é estático, tudo é movimento, tudo é vida. Entre as folhas e vegetações do fundo se escondem lindos pequenos peixes ornamentais, chamados pelos criadores de “Mato-Grosso”, hoje presente em quase todos aquários do mundo.

Parece que é a Marina ou será a Daniela, na fotografia, contudo, precisamos de confirmação. Nesta fotografia o que mais nos chama a atenção é a riqueza da vegetação sub-aguática. As plantas parecem agitar suas folhas ao sabor da leve correnteza, todo é harmonia como já disse. A Marina descia ao sabor da corrente, nenhum movimento brusco. Os peixes parecem se deslocarem sem nenhum movimento, e incrível, muitas vezes se deslocam contra a correnteza sem nenhum esforço aparente. O azul e o verde se confundem, se alteram e se misturam, como se Alguém estive brincando com as cores, para encantamento da natureza.

Aí está o grande mergulhador, Zelão! Sempre calmo, gozando da tranqüilidade do ambiente. Esta foi uma parada para reencontro do grupo, e podermos fazer alguns comentários sobre a riqueza do lugar.

Eu estou aí descansando, tomando um fôlego. Pela fotografia parece que estou “no bico do corvo” mas, não! As belezas dos lugares fazem a adrenalina jorrar em nossas artérias, sentimos um grande rejuvenescimento interior. A Marina está olhando para o marido, com um olhar enigmático, ela estava muito bem física e psicologicamente, é realmente uma grande companheira de aventura, assim como a Daniela do Elias, não reclamam de nada e tudo está bom para elas.



Acredito que este grande mergulhador do Bonito seja o José Fernando, Estou olhando estas fotos uma a uma, recordando, sentido a sensação de estar lá, flutuando entre plantas e nadando com os peixes.

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Acredito que o primeiro sou eu, e o segundo, o Zelão! A vista do ambiente diz tudo, não seria capaz de colocar palavras nestes momentos vividos em Baia Bonita. São cenários caleidoscópios, que em 3 dimensões se alteram de forma contínua, é um mundo diferente, um ambiente da paz.



Esta é Daniela muito tranqüila realizando a flutuação. Também com o marido, sendo um profissional do mergulho, não podia ser diferente.

Dane, Elias, Marina e o resto do grupo descendo o Rio Baia Bonita. Pode-se ver que um cenário inesquecível onde a mata galeria acompanha todo o curso do rio, como uma baliza de vida e proteção.
Não devemos perder nenhuma oportunidade em nossas vidas. Vivemos muito pouco tempo, pelo que podemos vivenciar, emocionar e sermos felizes. O tempo passa como nuvens no céu, olha-se para cima e a vemos, abaixamos a vistas, nos distraímos e quando olhamos novamente elas já partiram em suas incansáveis andanças ao redor do mundo.

Cabeços brancos, olhar buscando belezas. O respirar profundo são para mim momentos de êxtase e sentimentos inesquecíveis. Olhando esta fotografia já sinto vontade de voltar, reviver estes momentos de aventura e companheirismo. É adrenalina pura, a desobstruir as velhas veias do titio.

Eu e Zelão na plataforma de descanso. Creio que ele não estava cansado, mas para mim estas paradas foram bastante importantes. Recompor as energias para nova etapa de flutuação. O mais difícil para não se cansar é dominar a respiração, e não querer ver tudo, mudando e mudando de posições, temos que manter a calma e deixar a flutuação nos levar.


Zelão e Marina o casal nota 10, mergulhando com muita tranqüilidade!


Daniela, Sérgio, Elias e Zelão. Tantos lugares muitas imagens, descrevê-las fica a cargo da mente de cada um de nós, de como sentimos estes momentos maravilhosos e inesquecíveis.


Final da flutuação no Rio Baia Bonita. Aí paramos para algumas brincadeiras muito emocionantes.

Neste recanto muito aprazível começaram as brincadeiras: A Tirolesa, carretilha no cabo de aço para descer sobre o rio e pular na água e a cama elástica, eu fiquei de observador. Na verdade não quis arriscar-me, pois tinha ainda muitos passeios pela frente.

Todos correram para os pulos e mergulhos: o primeiro Elias depois Zelão. Aí começaram incentivar as jovens esposas a pularem também, não deu trabalho, logo as meninas, desceram temerosas, mas altaneiras pela tirolesa e caíram na água. Parece-me que andaram sentindo a água entrar pelo nariz, mas não se intimidaram e voltaram, para pular novamente. Como a juventude é biologicamente audaz!



O primeiro como podemos ver foi o Elias em seguida o Zelão, é tão bonito ver estas crianças alegres brincando. Faz-me recordar os velhos tempos de minhas filhas. Nesses momentos todos nós externamos a criança que existe em nossos corações.

A Dane, não titubeou muito soltou o corpo e lá foi, dando um salto de mestre! Muito bom.


A Marina logo veio em seguida, mas parece-me que o Zelão deu uma forcinha para ela decolar. Estava no vou, não vou! O marido empurrou e gritou: vai sim! Não sei se este fato aconteceu mesmo ou foi em minha mente que isto ocorreu.

A cama elástica somente foi usada pelo Elias, mas nosso tempo de passeio estava esgotando e tivemos que partir para a TRILHA DOS ANIMAIS.
Nunca devemos deixar morrer a criança que existe em nossos corações.


A Trilha dos Animais é uma longa passarela, muita bem feita, no meio da mata galeria, dos Rios: Baia Bonita e Formoso. Creio que se não fosse o grande barulho que sempre fazíamos nos deslocamentos do grupo pela longa trilha, poderíamos ter visto muitos animais, pois a área é uma reserva ecológica muito bem cuidada.

Iniciamos a trilha vendo dois animais opostos. Primeiro a capivara, um roedor, o maior roedor do mundo. Por sinal é o animal mais abundante em todo o pantanal depois logicamente dos jacarés. Segundo um lobo Guará, um animal super elegante e muito tímido, por sinal está em fase de extinção. Para mim da raça dos “canis” selvagens do Brasil, ele ( o guará) é o mais elegante de todos.

Este jovem casal de antas nos impressionou muito pelo seu tamanho e beleza. Não são animais aquáticos, pelo contrário vivem no alto dos cerrados. É o maior mamífero do Brasil. Por ser muito perseguido também corre perigo de extinção.


Um casal de Mutum no meio da mata. O da frente é a fêmea e o de trás o macho. O macho na época do acasalamento vai ficando cada vez mais vistoso, ficando com uma cor de ouro e totalmente carijó. No pantanal, às margens do Rio Abobral tive oportunidade de filmar uma briga de dois machos que é um verdadeiro balé, de curtos vôos acrobáticos, na tentativa de um nocautear o outro com uma esporada. As excitadas fêmeas, em número de seis aproximadamente, ficaram em volta da contenda, como se deliciando pela sanguinolenta disputa. São maravilhas da natureza pela melhora e perpetuação das espécimes.


Neste ponto, a passarela passa sobre um lago onde estão os jacarés-do-papo-amarelo que não são comuns no pantanal. São raros. Nestes 25 anos que vou ao pantanal somente vi esse espécime aí, nesta trilha ecológica.

Estou aqui neste quiosque ao lado da pele de um jacaré-do-papo-amarelo, ele tem um formato diferente do jacaré caimão que é muito comum em todo o pantanal. Bem, sou um pouco entendido em dentes, mas de jacaré? Concluí que conheço pouco mas, há tempo ainda para aprender.

Aí está o famoso representante do gênero de reptis anfíbios, aligatorídeos, que vivem nas margens de rios e lagoas da América do Sul e América Central. Mas este eu nunca havia visto, como já afirmei. Jacaré-do-papo-amarelo, ele é menor que o caimão pantaneiro, a cabeça mais curta, e segundo consta é menor também. Para mim foi uma visão gratificante, pois acreditava que somente veria esse réptil nas regiões amazônicas.

Para não falar que não vi flores. Não somente bichos existiam na trilha. Lindas flores se abriram com as chuvas de verão. Os pássaros namoravam, enchendo todo o espaço com seus cantos ou sons peculiares. Os 6km da trilha realmente valeram a pena. Poderia falar tanto de sua ecologia que tornaria essa modesta recordação intragável se é que já não está.


Bem depois de tanto exercício a fome chegou com tudo. Este é o lindo restaurante do Recanto Baia Bonita, é peculiar, coberto de sapé e muito bem acabado. Nos serviram um peixe saborosíssimo com uma sobre mesa digna. Tudo perfeito. Partimos para uma nova aventura.
Gruta do Lago Azul: Fica situada na Fazenda Jaraguá é uma gruta de rocha calcária com estalactites e estalagmites e travertinos que foi descoberto em 1924 pelos índios Terenos. O lago incrivelmente azul situa-se no fundo da caverna. A profundidade da caverna é de 70m e a largura de 120m. Fica a 20Km, da cidade de Bonito.
Formada pela ação das águas sobre as rochas calcárias. Em 1992, uma expedição franco-brasileira de mergulhadores encontrou em seu interior machadinhas e vasos, além de uma série de fósseis de mamíferos como o tigre dente-de-sabre e a preguiça gigante, que viveram durante o período geológico do Pleistoceno - 6 mil a 10.000 anos atrás. Apenas duas formas de vida foram encontradas no lago: um camarão albino e um verme comum em cavernas.
Após uma descida de uns 100m, depara-se com um lago de águas azuladas, cuja profundidade estimada é de 90 metros. Podem ser vistas também formações calcárias como estalactites, estalagmites e travertinos.


Esta é a entrada da Gruta do Lago Azul. Não deve ter sido fácil aos índios Terenos descobrirem esta entrada, pois na ocasião esta área era de mata muito fechada. Deviam estar caçando quando alguma onça pintada deve ter entrado nesta caverna e eles na pista do felino descobriram esta maravilha da natureza.
Mas as onças hoje são raríssimas por essas regiões.


Esta fotografia foi tirada lá do fundo da caverna.. Com isto é possível a gente ter uma visão da grandeza que é essa cavidade na rocha calcária.


As formações no teto da caverna são estalactites, na primeira fotografia. Na segunda, uma grande estalagmite, que por sinal uma das formações mais bonitas que existem dentro da gruta.

Estalactite: Precipitado mineral, alongado, que se forma nos tetos das cavernas ou dos subterrâneos.
Estalagmite: Precipitado alongado mineral formado no solo duma caverna ou subterrâneo, e resultante dos respingos caídos do teto.

As formações de estalactites e estalagmites formam a moldura do lago azul que existe no fundo da caverna. A medida que vamos descendo o cenário a cada momento fica mais impressionante. Os sons da água filtrando-se por entre as rochas, as vozes das pessoas ecoando pelas paredes, tudo torna o cenário quase irreal. É lindo e de proporções gigantescas.

Tiramos dezenas de fotografias da caverna. Conforme o sol muda de posição, luzes, cores e sombras se alteram em seu interior. Esta água azul mudando para do verde em sua cristalina luminosidade é por si um espetáculo inesquecível. Neste dia as 10:30 da manhã, haviam nos prevenido que um raio de sol entraria pela boca da caverna, refletindo nos estalactites criaria uma luminosidade muito linda, como de fato aconteceu e foi possível fotografar (viagem de 2001).


A Daniela entrando na gruta e depois subindo com todo o grupo atrás.

Aí estão Marina, Zelão e Dani, dentro da gruta, parece-me que o amigo está regulando a máquina para melhores fotografias.

Estas são as dependências da Gruta do Lago Azul. Quando íamos pegar a L-200, para irmos para a cidade, encontramos esta seriema. Confiante, perto do estacionamento, para nos dar uma despedida de gabarito. A natureza por toda a região está muito bem conservada.

Fomos para Bonito, onde fizemos uma pausa para que as meninas fizessem algumas comprinhas e os meninos “quebraram o bico” de dezenas de cervejinhas, com a maior tranqüilidade do mundo, esses garotos são fortes.


Flutuação no Rio da Prata :

O amanhecer do dia de nossa ida para flutuação no Rio da Prata


Aí está a sede da Fazenda, percebe-se pela limpeza e estilo, que é lugar digno de turistas internacionais. Realmente havia numerosos grupos de alemães, americanos, italianos e japoneses. Todos muito excitados pelas belezas naturais oferecidas por Bonito.

O estilo rústico e chique da varanda já nos indica o nível do lugar. As araras Canindé ficam soltas por toda área das instalações deste recanto ecológico. Maravilha! Além delas existem as araras vermelhas, periquitos, gralhas, maritacas entre tantas outras aves.
A Fazenda Rio da Prata é em uma fazenda muito bem organizada, fica a 52Km da cidade de Bonito. Nos passeios tudo é cronometrado, cada grupo sai de 30 em 30 minutos. Inicialmente uma caminhonete própria (3/4) nos leva até o início de uma trilha.
O trajeto com a caminhonete é muito interessante, pois percorre uns 15km dentro da fazenda. É uma fazenda típica de criação de gado do Mato Grosso do Sul. Muito bem cuidada, o gado todo é nelore bem puro e o capim dos pastos o brizantão. Tem lugares precisando de roçassão, mas isso é normal. O gado ainda estava magro pois, agora que estavam iniciando as chuvas na região.

Perto da pousada como comentei, em cada canto vê-se um novo animal, um novo habitante protegendo-se junto ao convívio humano. Esta arara vale mais de 1.000 dólares no mercado negro. Este tatupeba é um dos pratos prediletos dos vaqueiros do pantanal, quando vêm um, pulam do cavalo e é uma festa para pegá-lo, antes que ele entre em um buraco, e, depois, a janta está garantida, pois têm a carne tenra e muito boa. São comuns em todos os cantos do Brasil.



Perto da casa havia este pé de Ipê Amarelo, cuja flor foi escolhida como a flor símbolo do Brasil. Não havia nada excepcional na imagem, mas quanto estas duas araras vermelhas pousaram em seus floridos galhos para se alimentarem das flores, arrisquei uma fotografia. Não ficou boa, mas tem um grande significado para mim. As araras e ipê são símbolos do Brasil.


NOS PREPARANDO PARA IRMOS PARA A FLUTUAÇÃO.


Estamos recebendo o material para nos preparar para a flutuação do rio da Prata. Antes caminharemos 6km pela Trilha Ecológica, que segundo o guia é um passeio imperdível devido a riqueza da fauna e flora do passeio, pela trilha que passaremos para chegar ao Rio Olho D´água.

Aí estamos nos preparando com as roupas de neoprene para fazermos a flutuação no Rio Olho D`Água. Eu estou lutando para colocar a barriga para dentro da roupa de borracha.
O Elias e Zelão são rápidos na troca.
Estão entusiasmados. Eu preocupado!
Preocupado por que? Não tinha certeza se ia dar conta do passeio, perguntei ao guia, ele tranqüilizou-me, dizendo que tem recursos para os visitantes que não agüentam a parada, aí me tranqüilizei um pouco.
Não é mole acompanhar essa moçada, eles têm um pique de força total.


A Marina já está prontinha, esperando o tio dar os últimos retoques na indumentária.


Nesta primeira fotografia eu e Elias no “pau-de-arara” que nos levou até a trilha. Na segunda todos nós estamos descendo do caminhão.

Esta placa indica o início da trilha que se percorre até o Rio Olho D`Água onde inicia-se a flutuação. É um lugar tombado pelo Centro de controle do estado.
Chegamos no início da trilha: É uma maravilhosa passagem que percorre por 6km, mais ou menos, dentro de uma mata virgem, até chegar ao Rio para flutuação. Nesta trilha de 1:15h pela mata, vimos macacos de 2 raças principais, os bugios e os pregos. Mutuns em busca de namoro. O pio solitário e chamativo do jaó nos acompanhou por toda a trilha, deveriam ser centenas, espalhados por toda mata galeria, pareciam ser vozes misteriosas da floresta, avisando, tem mais intrusos no pedaço, perturbando seus domínios milenares de harmonia.
Jaó: Designação comum a várias espécies de aves tinamídeas. Sua coloração escura com listras transversais brancas, largas e estreitas, e cujo piado nostálgico é emitido geralmente ao escurecer ou durante o dia na fase de acasalamento, sob a forma de quatro notas características. Foi muito caçado, pois como alimento, é dos mais procurados. Sua caça faz-se com o auxílio de um pio especial na espera (tocaia). Por este motivo encontra-se em extinção. Tenho muitas histórias de caçadas de jaó, que no pio veio a onça, bem são outros casos.
Aracuã: Uma ave muito comum em todo pantanal e que andam aos bandos, fazendo uma algazarra danada conhecida também por araquã. Conseguimos apenas fotografar um espécime em nossa trilha, mas vale a pena!

ARACUÃ: Ave galiforme cracídea com cinco espécies no Brasil. Vivem a maior parte do tempo nas árvores, raramente vindo ao chão, e se alimentam sobre tudo de pequenos frutos e vegetais em geral. O gênero é diferenciado de outros cracídeos por ter a maxila mais alta que larga, barba interior das rêmiges da mão não recortada, e garganta com uma estria de penas no meio.
No período de acasalamento fazem um barulho terrível por toda a área onde estão. Os machos brigam pelas fêmeas exatamente como os galos de briga. A coisa é feia. Tenho uma briga desta filmada no Pantanal, às margens do Rio Abobral.

Logo no início da trilha vimos este inesquecível espetáculo: Um bando de araras vermelhas, aos gritos estridentes e com vôos acrobáticos, tentando formar os pares. Segundo consta os pares ou casais de araras são constituídos para a vida toda.

Este é um belo exemplar de um Surucuá-de-barriga-vermelha, primeira fotografia.. Designação comum a várias espécies de aves trogoniformes, trogonídeas, especialmente as deste tipo, tem cores muito brilhantes e pele extremamente fina, insetívoras e freqüentadoras das matas virgens.
A segunda fotografia é de um Pica-pau. Designação comum a aves picídeas, bastante numerosas no Brasil, com cerca de 55 espécies e várias subespécies. Este da fotografia é dos maiores existentes e mais bonitos, uma espécie muito comum no Brasil.
São aves trepadoras com dois dedos para frente e dois para trás, a cauda freqüentemente com retrizes endurecidas e pontudas, bico forte, usado para perfurar a madeira, e língua muito longa, com que retira as larvas dos insetos, seu alimento preferido. A maioria das espécies nidifica em ocos de paus ou em buracos, em galerias que elas mesmas perfuram.

Quati em Tupi-Guarani quer dizer nariz pontudo. Em zoologia: Mamífero onívoro procionídeo. Tem animais distribuídos por todo o Brasil. A coloração, em geral, é cinzento-amarelada, porém muito variável, havendo indivíduos quase pretos e outros bastante avermelhados, focinho e pés pretos, cauda com 55cm, com sete a oito anéis pretos. Mede de corpo 70cm. Vive em bandos de oito a 10, e se adapta bem ao cativeiro.
Nota: Na semana passada lá na Fazenda São Joaquim em Itobi, um bando de quati que mora lá no mato, matou um cachorro do empregado que tentou enfrentá-los. Um bando de mais de 20 quatis, segundo consta, enfrenta até uma onça parda.


Tamanduá-Mirim. Mamífero desdentado, mirmecofagídeo (Família de mamíferos desdentados, de focinho longo, língua protrátil, desprovidos de dentes (sendo os únicos desdentados verdadeiros), unhas muito desenvolvidas, cauda longa, preênsil, nas espécies arborícolas. Alimentam-se de insetos. São os tamanduás, cujo alimento básico são os cupins, e não formigas, como se propala. [Sinônimo.: papa-formigas.]

SUCURI DOURADA:
Se não se tem um bom guia a trilha em uma mata é quase um passeio sem emoções, pois não estamos acostumados a enxergar, apenas vemos! Ninguém tinha visto na copa desta figueira esta sucuri. Foi o grande guia quem viu e fotografou para nós, com determinação e coragem.Réptil boídeo (Eunectes murinos), das regiões de grandes rios e pântanos do Brasil, de coloração cinzento-esverdeada, tendente à oliva, com manchas arredondadas escuras dispostas aos pares, ventre amarelado, cabeça com escamas, e desprovido de peçonha. Chega a 10m de comprimento. Vive na água, em rios e lagoas, alimentando-se de peixes, aves e mamíferos, que engole após triturar-lhes os ossos por compressão muscular. Sinônimos: sucuriú, sucuriju, sucurijuba, boiuçu, boiúna, arigbóia, anaconda, viborão. Família boídeos de grandes ofídios escamados, serpentes, que habitam regiões tropicais, e que matam as presas por constrição. Têm crânio flexível, dois pulmões e escamas ventrais aumentadas; pélvis e membros posteriores rudimentares presentes, sob a forma de esporões anais. Esta família inclui os pítons (v. píton2), as boas (v. boa) e as anacondas ou sucuris.

Como é a natureza, em uma árvore próxima da sucuri, este joão-de-barro estava construindo seu ninho.

Veado animal mamífero, artiodáctilo, cervídeo, desprovido de incisivos superiores e em geral muito tímido e veloz. Família de animais mamíferos, artiodáctilos, de casco partido em duas unhas, estômago dividido em quatro partes, desprovidos de incisivos superiores, com os caninos inferiores semelhantes aos incisivos, sendo os machos dotados de chifres que caem periodicamente. Existem no Brasil muitas espécimes de cervídeos, sendo o Cervo do Pantanal o maior de todos, tem o catingueiro que é o menor, tem o veado campeiro que o mais comum e tem um porte médio, foi muito caçado por todo o Brasil.
Cervo Pantaneiro: Vimos lá no meio do Pantanal ele a banhar-se, com sua galhada extraordinária e seu garbo indiscutível. É época de reprodução, as fêmeas (não têm chifres) o acariciam. Seu coro reluzente cor de mel. Sua galhada em direção ao céu. As sua patas entre o verde escuro do lodo, realça extraordinariamente sua beleza e majestade. Guardiões invisíveis zelam entre as margens, do banhado. Peito largo, rasgando as águas, dirigi-se a uma fêmea, e a natureza assiste o novo procriar da espécie é o milagre da vida, o reaparecimento do Cervo do Pantaneiro.


Este é um pássaro que vive em grande quantidade no Pantanal Baixo, foi uma grande surpresa ver alguns exemplares às margens do Rio da Prata. Seu nome é Carão é onomatopaico, pois seus cantos tristes, contínuos e ininterruptos, no período de acasalamento, e que ele emite dia e noite, parecendo dizer exatamente: Caarão...Caaarão...C..... Ave gruiforme, aramídea de coloração pardo-escura, com brilho esverdeado nas rêmiges e na cauda; cabeça, pescoço e peito pintados de branco, e mento branco.

Esta é uma Cutia, um animal muito comum lá na reserva, como são bem tratadas não tem medo de gente e andam por todos os lugares. Mamífero roedor, com sete espécies em território brasileiro. As cutias têm apenas vestígio de cauda, extremidades anteriores bem mais curtas que as posteriores, e pés compridos com cinco dedos, sendo três desenvolvidos, com unhas cortantes equivalentes a pequenos cascos, e o quinto dedo muito reduzido. Vivem nas matas e capoeiras, donde saem à tardinha para alimentar-se de frutos e sementes caídos das árvores. A coloração é variável entre as espécies.

Este é um macaco Prego. Existem numerosas espécies de macacos nas matas da região do Pantanal. Para mim este é o mais raro. O mais comum são os bugios, que formam grandes bandos e fazem um barulho gutural muito alto, parece até o ronco de um avião a jato passando a grande distância. É realmente impressionante!
Na segunda fotografia uma Queixada. Mamífero artiodáctilo (Ordem de mamíferos herbívoros, terrestres ou anfíbios, com número par de dedos funcionais em cada membro, providos de cascos e cujo estômago é dividido em compartimentos. São os porcos, os camelos, os bovinos e as girafas). Coloração negro-pardacenta, pelagem das costas muito longa; difere do caititu por ter os lábios brancos. Quando acuado, bate forte os queixos, e é valentíssimo. Já ouvi muitos casos de caçadores terem que subir voando em árvores corridos de bandos de queixadas enfurecidas. (Citado por Narciso da Silva Marques, “No Sertão de Penápolis, 1929”). [Sinônimos: queixada-ruiva, queixo-ruivo, tacuité, taiaçu, tanhaçu, tanhocati e porco-do-mato].

Este é o famosíssimo Mutum macho, todo enfeitado para galantear as fêmeas. É uma ave maravilhosa, tem o tamanho de um peru, e sempre anda garboso pela floresta. Seu desaparecimento deve-se ao sabor delicioso de sua carne, segundo dizem. Pois eu nunca experimentei e nem teria coragem de abater uma ave extraordinária como esta.

Quando se presta atenção muitos animais e plantas especiais podem ser vistas pela floresta.
Vimos um Jabuti, réptil quelônio, comum nas matas brasileiras, desde a Amazonas ao MT. Tem carapaça alta, provida de escudos poligonais, de centro amarelo e com desenhos em relevo cabeça retrátil, coberta por escudos amarelos e negros; comprimento: até 70cm. Alimenta-se de frutos em geral. A fêmea, chamada jabota, é maior que o macho e não tão côncavo como o macho; alimenta-se de frutos em geral.

Aí está o famoso Jabuti.
Nota: Falei para o guia:
-Olha uma tartaruga!
- Não doutor, não existe tartaruga em água doce ou no seco. Tartaruga somente no mar. Na água doce é cágado.
Preciso pesquisar esse assunto.

JABUTI.


Arrastando-me ladeira acima! Vendo coisas maravilhosas, lá vou eu pela trilha com a moçada. Vimos aroeiras pela trilha! Logo lembrei das grandes toras de aroeira que seguram o Sobradão em pé. Nunca tinha, em minha longa vida, visto aroeiras tão majestosas como havia naquela mata. Ficamos encantados com tudo que vimos no passeio pela mata.

Esta fotografia é um belo instantâneo da trilha que fizemos e vimos tantos animais e quadros inesquecíveis. As belezas que vimos nos 6Km de trilha são indescritíveis. Eu não gosto de andar, as os atrativos da trilha foram tantos que nem vi passar toda esta distância. Achei que ia “ abrir o bico” antes do final da trilha.

Este é um pequeno riacho que nasce em meio a floresta e corre para o rio Olho D`água.

Lagartão Teiú: Ao final da trilha ainda vimos este grande réptil. Um lacertílio, teiídeo, amplamente distribuído no Brasil. É o maior dos lagartos brasileiros, medindo até quase 2m de comprimento. Coloração geral preto-azulada, com fitas transversais malhadas de amarelo-escuro, pernas com manchas e salpicos. Vive em buracos no solo, alimenta-se de toda sorte de pequenos animais e de frutas. Sua carne é comestível, e a pele, muito cotada no mercado. Sinônimos: tiú; teiuaçu, tejuguaçu.

Lancertílio ou sáurio: Subordem de metazoários, cordados, reptis, escamados, com pele revestida de escamas epidérmicas, osso quadrado móvel, vértebras geralmente procelas, órgão copulador duplo e reversível, e fenda cloacal transversal. São os lagartos em geral.
Nota: Na fazenda São Joaquim deu uma infestação destes largatões, que comiam de tudo, pintinhos, ovos, patinhos e mesmo franguinhos menores, tivemos que tomar sérias providências.

A flutuação até o Rio da Prata. A trilha termina na nascente do rio Olho d´Água, que desemboca no Rio da Prata a uns 2Km. É justamente neste trecho do rio que é feita a flutuação. São cardumes e cardumes de: dourados, piraputangas, piaus, pacus, corimbas e pintados.



Finalmente chegamos na nascente do Rio Olho D`Água. É uma nascente muito grande como pode ser visto nas fotografias. Aí então começa o Rio Olho D`Água. A água brota por todos os lados deste grande poço, límpida e transparente e muito abundante.
Terminamos de vestir nossas roupas e iniciamos a flutuação de mais ou menos 2km, até o Rio da Prata.

Um dos numerosos pontos da nascente do Rio Olho D`Água, em todo o entorno desta pequena baia existem numerosas nascentes deste tipo, que ao final dá um riacho muito lindo e caudaloso. É na realidade água nascendo das profundezas e entranhas dos contrafortes da Serra da Bodoquena. Pergunto-me? A quantos milhares de anos essa água penetrou pelo solo, a centenas de quilômetros de onde estamos? Será que na Serra propriamente dita? Para vir com essa força e proporcionar essa ressurgência, somente uma pressão hidrostática significativa proporcionaria esse fenômeno.


Aí estão duas fotos de dourados que são peixes considerados o rei dos nossos rios. São peixes carnívoros, de grande porte. Coloração dourada tendente ao vermelho. É o mais apreciado para a pesca esportiva. Sua carne é de primeira qualidade. Podem alcançar 1m de comprimento e 20kg de peso.

Esta fotografia de um cardume de Pacus-Caranha é de uma importância indescritível, pela sua beleza e pelo momento em que foi tirada. Parabéns ao nosso guia que tirou todas as fotos desta flutuação. O Pacu tem o corpo comprimido, em geral arredondado ou ovalado; nadadeiras dorsal e anal situadas muito atrás. Alimenta-se de frutas e outras substâncias, sendo praticamente onívoro. Depois dos dourados é o troféu mais cobiçado pelos pescadores do Pantanal. O peixe da fotografia é um dos maiores que já tive oportunidade de ver, acredito que tenha no mínimo uns 15Kg. O maior que eu já peguei pesou pouco mais de 7Kg. Essa cena jamais sairá de minha mente, na fotografia ela é estática, mas no momento que esse cardume passou tudo era movimento. O garbo com que esses peixes passaram por nós corredeira acima, mais parecia uma esquadrilha extraterrestre de seres de outro planeta. Nadavam rio acima, sem nenhum movimento, sem nenhum agito, como sombras azuladas no meio do verde da vegetação. Estes peixes quando ferrados têm uma força fora do comum, precisa de muita técnica para tirá-los da água. E neste ambiente jamais pensaria em pescar um lindo animal como este.

Esta extraordinária imagem do Pacu-caranha simboliza tudo que se pode dizer, do peixe, da fotografia e do tamanho do “bicho”!

Na primeira fotografia vemos uma piava-três-pintas e na segunda um curimbatá, ambos estão filtrando algas da areia do fundo do rio que é o alimento preferencial principalmente do curimbatá.

Susto, quase morri do coração. Ia flutuando calmamente rio a baixo, quando o guia deu um sinal para eu olhar à direita. Era uma sucuri que subia pela correnteza, ora mergulhava, ora saia e ia margeando o barranco. Companheiros, não é nada agradável ver um bicho deste à poucos metros da gente!



Susto novamente. A bela e a fera. Um jacaré do papo amarelo e um peixe de aquário chamado de Joaninha, que vive entre as algas do fundo do rio. Não é fácil ver este peixe, pois ele vive oculto entre as vegetações fugindo dos predadores.

São tantas cenas maravilhosas que se torna dificílimo escolher uma, ou algumas, que representem nossa flutuação pelo Rio Olho D`Água, mas acredito que imagens como esta, permanecerão em nossas mentes, dando asas à imaginação, de uma natureza intocada e preservada na natureza. Com que direito poluímos todos nossos rios? Degradamos nossas florestas? O mundo pode ser belo, aguardamos que em um futuro o homem tome consciência disto.


Este lugar é chamado de Vulcão. A água brota do fundo com tanta força que não se consegue chegar até a nascente, ou seja, até o fundo.
São várias nascentes que em conjunto parece à cratera de um vulcão.

Um pouco a baixo deste ponto havia um grande cardume de grandes piraputangas, que executavam um bailado extremamente harmônico, como se estivessem em um baile. Uma fazendo a corte a outras. É a dança para os acasalamentos. As desovas geralmente ocorrem em pequenos recôncavos de riachos limpos como estes.


Acredito ter descoberto o sentido do bailado das piraputangas. Logo a baixo estava de prontidão um Jacaré-do-papo-amarelo, com certeza, escolhendo seu almoço! Tenho visto na natureza e mesmo em filmes, a argúcia que os animais usam para a caça! É um jogo! O jacaré na espreita, ele tem que possuir um sentido extraordinário para pegar um peixe pois a rapidez deste é incrível em comparação como sáurio, então? Ele fica imobilizado, por um longo tempo! Espera pacientemente o melhor momento. Então, ataca. Mas o peixe tem que estar muito próximo a ele, pois o único movimento rápido que faz é com o giro de sua cabeça e suas potentes mandíbulas.
O guia chegou bem perto do bicho para tirar essa foto. Felizmente o guia nada se parecia com uma piraputanga.
Jacaré-do-papo-amarelo: Réptil crocodiliano, aligatorídeo (Caiman latirostris), do litoral do RN ao RS, e bacias dos rios São Francisco, Doce, Paraíba, Paraná e Paraguai, cujo comprimento vai até 2,10m. Diferencia-se dos demais por ter apenas três séries transversais de grandes escudos nucais e focinho quase tão largo quanto comprido.


Peixinhos são muito procurados para serem colocados em aquários e chama-se: Mato Grosso.


Este cardume de piava de três pintas encantou-me. Há muitos anos que eu não as via em nossos rios. Esta piava quando pega em anzol, com uma varinha flexível e linha bem fina dá gosto de ver a força que fazem. Atualmente quando eventualmente pegamos um desta espécie o soltamos, por ser rara, pequena e ter muito espinho.
Encontra-se muito no Pantanal o piavuçu, que é muito maior e anda em grandes cardumes.
Piava ou piaba, designação comum a várias espécies de peixes fluviais, actinopterígios (são peixes que têm o esqueleto ósseo), de boca pequena, dentição forte, e que se alimentam de matéria vegetal e de animais em decomposição; piava, piau, aracu.


Aí está minha sobrinha Marina. Grande flutuadora do Rio da Prata. A primeira fotografia é sub a água e a segunda é tirada sobre a superfície da água. São realmente quadros inesquecíveis.


É difícil identificarmos as pessoas, dentro da água. Mas acredito que este casal simpático ser o Elias e a Dane. As fotos estão lindas, são recordações que guardaremos para sempre em nossas mentes. E sempre com vontade de voltar.

Esta é uma fotografia muito peculiar, é um cardume de peixinhos (Mato Grosso), escondendo entre as algas, no fundo do Rio Olho D`Água, estão escondidos, dos numerosos predadores que lhe rondam, para o almoço.



Duas fotografias maravilhosas. Creio ser o Elias. A dupla ao fundo, mostrando a profundidade da visão dentro da água. Tudo é silêncio tudo é harmonia. O ambiente um caleidoscópio que se altera a todo o momento, com a sombra das árvores ribeirinhas, com as nuvens que impedem a luz do sol e a profundidade da água onde estamos.

Esta fotografia é para ser muito bem analisada. São as rochas calcárias do fundo do rio, aí desnudas. Por que? Estão filtrando a água do rio. Essas duas folhas de Iguape vinham flutuando pela correnteza, e ao passarem sobre estas pedras se aderiram. Isto provou-me que a água estava penetrando nas pedras, se filtrando e dissolvendo o calcário da rocha. As pedras da região são como esponjas minerais que filtraram e armazenarem a água por todo o complexo da Bodoquena. Esse foi um momento muito especial de meu mergulho, pelo simples fato de ver esse fenômeno tão importante acontecendo.
Os cientistas, nestes pontos colocam um corante vermelho na rocha, e depois procuram rio a baixo onde o corante vai sair, às vezes saem a quilômetros de distância. Usam corante de anilina para não poluírem as águas onde pesquisam.

Os mergulhos e flutuações continuaram. Creio que somente realizando esses passeios, flutuações, é possível vivenciar estas emoções.


Crio que esta dupla é o Elias e a Dani, vale a recordação, pois a identificação real preciso de ajuda.

Achei esta foto muito peculiar pois, pega uma de nossas amigas ( Dani ou Marina) atrás de uma bela piraputanga.


Estas duas fotografias deste mergulhador sexagenário tenho certeza que são minhas. Vou guardá-las com muito carinho, pois, não sabei se um dia podei fazer novamente esta flutuação. Espero que sim!

Na realidade uma flutuação não se exige quase nada do físico, somente do emocional. Sabendo nadar, é somente controlar a respiração, manter a calma e guiar o corpo água a baixo, desviando dos paus e pedras para não tomar um ralo. Quando se mergulha a primeira vez dá uma certa claustrofobia.


Este é o final da flutuação para quem não quer pegar correnteza. Eu fiquei por aí mesmo e desci o restante de canoa, o meus jovens companheiros foram no nado. Alguns se cansaram.

Esta é a chegada do Rio Olho D´Água no ponto de descanso, pela fotografia pode-se ver que é um lugar maravilhoso. A água transparente e cheia de peixes. A mata galeria repleta de árvores típicas da região, completa o cenário. Cenários melhor dizendo, pois eles se alteram a cada minuto, variando alterando as cores e se compondo entre luzes e sobras.


Serei eu, o Serjão? Creio que sim. A outra fotografia é a Marina na chegada do ponto de descanso, mas ela continuou a flutuação.

Estamos discutindo. Vamos todos em frente ou não. Eu logo decidi fico por aqui mesmo. Vou fazer o restante de embarcação. Não me arrependi, pois o piloteiro, desceu o rio jogando ração para os peixes e o que vimos de caranhas enormes e dourados soberbos foi incrível. Eu nunca havia visto antes, em nenhum lugar do Pantanal.


Como eu fui o único desistente, saí da água meio cabisbaixo. No primeiro momento arrependi-me, mas depois de ver a água a ser cruzada, sem correnteza nenhuma, e a gente tendo que nadar mesmo, fiquei tranqüilo pois, iria ter que ser rebocado, não daria conta do recado.

Eu saí “baleado da flutuação” o Zelão e Marina estão tranqüilos que ainda foram mais à frente, indo do Rio Olho D`Água até o rio da Prata.
Paramos um pouco aí neste lugar e recordamos as emoções. Também tomamos todos um pouco de fôlego.

O Elias queria mais, a Dane se recompõe. Lembramos da grande nascente no meio do Rio que se chama de Vulcão.

O grande mergulhador Elias consegue atingir o Vulcão. Não foi fácil, pois a força da água é muito forte ao sair do vulcão.
N a segunda fotografia duas espécimes extraordinárias : Um grande dourado e uma grande caranha.

NOVA HORA DE EMOÇÃO:
Um jacaré nos acompanhou, estava tomando sol, entrou na água e foi para o fundo. O guia agüentou a mão e fotografou. Eu fiquei como um toco flutuante, acreditando que o bicho não estava a fim de atacar ninguém.



Aí estão as fotos: ele mergulhando, e saindo nadando debaixo de nós. Se segura machão!


Na primeira fotografia o fim da flutuação, no sangue somente adrenalina e emoções, pelo rosto das meninas podemos constatar o fato. Na segunda fotografia estamos no “pau-de-arara” voltando para a sede da fazenda, com bastante fome e prontos para um almoço especial.

Depois do maravilhoso almoço, cada um procurou um canto de sombra para um repouso e um cochilo. Eu particularmente estava quebrado, pela caminhada e pela flutuação. Os sons eram convidativos para uma soneca, a orquestração dos pássaros era a música ambiente ideal para o momento.

Estávamos realizados, felizes. Mas, havia uma lojinha de lembranças e não resistimos, fomos fazer umas comprinhas. O que mais eu queria havia terminado que seria um CD-rom sobre a Fazenda Prata, mas a gente sempre acha alguma coisa para comprar.

Mergulho noturno dos meninos.
Chegando ao hotel, na volta, aproveitei para ir dar uma boa descansada. Depois de uma hora, mais ou menos, escutei um alvoroço no átrio dos quartos de nosso chalé. Saí ainda com dores no corpo, fazendo cara de animado.
Sabem o que os meninos com o guia estavam maquinando?
Irem fazer um mergulho no rio à noite, e olha que estava chovendo e um pouco frio. Bem a juventude é biologicamente audaz. Ótimo, que assim seja.
Lá fomos nós para a cidade alugar, roupas de neoprene, lanternas e demais acessórios para o mergulho, logicamente eu fiquei de fora...não poderia deixar a Marina e Dane desprotegidas, pois à noite queriam ir às compras na grande cidade de Bonito.


Bem ai estão os dois aventureiros da noite. Nós os levamos até uma ponte que ficava a alguns quilômetros a montante do hotel, para eles flutuarem até o hotel. A noite estava chuvosa, escura e fria. A cara do Elias está bem animada, com pose da Revista Cara. O Zelão? Não sei? Uma fisionomia de expectativa, como que perguntando: O que é que estou fazendo aqui com este louco do Elias?


Na primeira fotografia tudo é tranqüilidade de sombras e escuridões. Na segunda parece que deram de cara com um jacaré ou não? É apenas efeito da fotografia. As fotos são documentos que eles foram mesmo, na escuridão para um mergulho no Rio Formoso.


Acredito que era um jacaré mesmo! E o guia fotografou e acalmou o valente mergulhador, saberemos melhor depois os fatos.

Aí está um peixe noturno chamado acari, da família dos cascudos. Designação comum aos peixes siluriformes que têm o corpo sem escamas ou recoberto de placas ósseas, boca com dentes e, geralmente, dotados de barbilhões sensoriais. Loricariídeos, que compreende grande número de espécies de bagres, cascudos, com parte do corpo protegida por placas ósseas, boca ventral e lábios grossos. Caracterizam-se pelo corpo delgado, revestido de placas ósseas, e pela cabeça grande; vivem nos fundos dos rios, preferencialmente em lugares rochosos, e alimentam-se de lodo, vegetais e restos orgânicos em geral.

Missão cumprida. Retorno à base. E dá-lhes muita cerveja para o aquecimento geral. Foi uma aventura muito importante, pois incrível, pelo que contaram, as modificações entre a fauna diurna e noturna no rio são muito grandes.

Iríamos ficar mais um dia, contudo o sábado amanheceu chovendo não teríamos nenhum programa para fazer. Resolvemos partir. Para mim, é um sentimento duplo a partida. Primeiro a alegria de rever a família e segundo a tristeza de deixar toda aquela beleza para traz.
A é vida é dinâmica. Sempre partimos com a certeza de voltarmos ou no mínimo de uma outra viagem, de um outro encontro de uma outra aventura.

Voltamos por um outro caminho até Campo Grande.

Este é o Rio Miranda bem próximo a sua nascente, ainda é um rio estreito. Fiquei impressionado com a cor da água, é como se fosse uma esteira de terra, transportando a terra erodida do planalto para o Pantanal, é o retrato da futura morte do rio. Toda essa terra transportada deposita-se no baixo pantanal, assoreando os rios, mudando seus cursos e matando sua fauna e flora. Já aconteceu com o Rio Taquari, agora com os governos, mais agressivos ainda, contra o meio ambiente o processo fatalmente será acelerado. Temos no MS o famoso governador Zéca do PT e no MT o Blasio o rei da soja e do desmatamento, é triste, o homem somente vê um palmo à frente do nariz. Não pensam no futuro, somente ganhar eleições e encher os profundos bolsos e as malas de dinheiro.

Estradas ótimas. Movimento nenhum. A aftosa matou o movimento de Mato Grosso do Sul. De Bonito a Três Lagoas quase não havia movimento, os 530 Km de distância foram feitos na maior tranqüilidade.

A última imagem de nosso grande passeio, a placa muito bonita da chegada em Nioaque. Daí para frente o pensamento foi somente para a volta, a família e o trabalho. As férias haviam terminado neste exa\to ponto.
FIM.

Hoje é 31 de dezembro de 2005 é o último dia do ano, Foi quanto terminei este modesto relato..
Esta semana passei na fazenda foi tudo muito bom. Descansei bastante.
Ontem fui até o Pico do Gavião de Bayou, com o Elias e o Fernando, esta será uma outra história.
No domingo passado fiz o trajeto, da fazenda ao Pico do Gavião com a S-10 (2006) como Senhor Cido, para marcar o trajeto no GPS.
Ontem teve a festa do aniversário da Regina (70), ela havia passado como todos nós por um trauma, pois seu neto de 9 meses caiu na piscina e quase...
Agora estou aqui em Ribeirão esperando o fim do ano de 2005, lendo este modesto relendo.